Thursday, 26 February 2015

Direitos Humanos, com incidência na liberdade de expressão


 Moçambique segue os passos de Angola

A Amnistia Internacional divulgou na quarta-feira o seu relatório anual sobre os Direitos Humanos no mundo. Segundo o relatório, entre os países de língua oficial portuguesa, Moçambique e Angola caminham quase juntos nos factores negativos. O que contribui para a fraca pontuação de Moçambique e de Angola são duas questões consideradas problemáticas: o uso da Polícia para torturar e até assassinar cidadãos e a subjugação da imprensa aos interesses do poder do dia e com “proibição de crítica à figura do Presidente”. O relatório é referente ao ano de 2014.
No caso de Moçambique, o uso ilegal da Polícia contra os cidadãos preocupa a Amnistia Internacional. As detenções arbitrárias e a violência policial contra os cidadãos tendem a aumentar.
Recorde-se que Moçambique, em Outubro do ano passado, realizou eleições gerais em que a tónica dominante foi a violência policial contra os eleitores. A Polícia foi usada como braço armado do partido Frelimo e, em casos mais bizarros, para proteger membros da Frelimo apanhados a executarem actos de fraude eleitoral e para disparar balas reais e gás lacrimogénio contra a população que se se insurgiu. A Polícia só aplicou violência contra a população nas regiões acima do Save, onde a Frelimo tradicionalmente perde as eleições. Foi também no ano passado que a Polícia foi usada para humilhar membros da oposição. António Muchanga, que era, nessa altura, porta-voz do presidente da Renamo, foi detido sem direito a receber a visita da sua defesa.
Foi também no ano passado em que assistiu-se a uma vergonhosa campanha na imprensa pública e em alguma imprensa privada contra a oposição e a favor de quem era o Presidente da República e do seu partido Frelimo. Na imprensa pública, nomeadamente na RM, na TVM, no jornal “Notícias” e no jornal “Domingo”, a oposição não tinha o direito de intervir. Os debates eram organizados e conduzidos pelo famoso G40, grupo de membros da Frelimo que havia sido alistado para defender a Frelimo e ridicularizar qualquer pensamento que não estivesse na órbita do partido no poder.
Foi o mesmo G40 que incentivou um processo criminal contra o economista e professor Carlos Nuno Castel-Branco, por ter criticado a governação de Armando Guebuza, que era o Presidente da República. No mesmo processo, foram arrolados como declarantes o director do “Canal de Moçambique” e o editor do “Mediafax”, jornais que publicaram a crítica de Castel-Branco. Foi aí que a censura e a propaganda começaram a ganhar corpo.
Em Angola, a Amnistia Internacional continua a denunciar despejos forçados, a repressão dos direitos de liberdade de expressão e de manifestação, os homicídios e o desaparecimento de pessoas.
Em entrevista à emissora alemã “DW África”, Victor Nogueira, presidente da secção portuguesa da Amnistia Internacional em Angola, diz que parece que a situação permanece praticamente igual em relação ao ano passado.
Em Angola, continua a haver limitações da liberdade de expressão, da liberdade de associação e da liberdade de manifestação. Há violências extensas e uso da força por parte das autoridades policiais contra qualquer tipo de manifestações pacíficas. “Continua a haver formas de repressão duras para críticas políticas. Por exemplo, os decretos sobre difamação presidencial levaram casos à Justiça, porque não é possível criticar. Continua a haver casos de desaparecimento de pessoas. Continua a haver repressão em relação a jornalistas. A situação fica um pouco melhor com o desenvolvimento económico. Angola é um país com potencialidades muito grandes e parece ter pouco hábito de aceitar certas regras da democracia, e é uma pena que assim seja”.





(Matias Guente, Canalmoz, Facebook)

Vacina contra ‪a SIDA‬ ensaiada na África do Sul

"Vacina contra #SIDA ensaiada na África do Sul
 
Uma vacina contra o #HIV está a ser estudada na África do Sul por uma equipa internacional, segundo anunciaram as autoridades de saúde dos EUA. A testagem será feita, inicialmente, com 252 voluntários, com idades entre 18 e 40 anos, para avaliar a segurança da vacina e para ver se ela produz no sistema imunológico a resposta esperada.
 
Esta notícia surge praticamente ao mesmo tempo que se anunciou que um novo medicamento contra a sida mostrou-se eficaz em testes com macacos. A notícia referia-se a uma molécula artificial programada para se ligar ao vírus, impedindo que ele infecte as células do organismo."
 

Uma vacina contra o HIV‬ está a ser estudada na África do Sul por uma equipa internacional, segundo anunciaram as autoridades de saúde dos EUA. A testagem será feita, inicialmente, com 252 voluntários, com idades entre 18 e 40 anos, para avaliar a segurança da vacina e para ver se ela produz no sistema imunológico a resposta esperada.
Esta notícia surge praticamente ao mesmo tempo que se anunciou que um novo medicamento contra a sida mostrou-se eficaz em testes com macacos. A notícia referia-se a uma molécula artificial programada para se ligar ao vírus, impedindo que ele infecte as células do organismo.


FONTE: GOVDigitalMZ

Alegadas contas de moçambicanos na Suíça causam polémica



Analistas pedem investigação da PGR aos "milionários" de Moçambique
 

A Swiss Leaks, um consórcio internacional de jornalismo investigativo, diz que "moçambicanos milionários" são detentores de contas secretas no banco suíço HSBC, acrescentando que os donos dos dinheiros movimentados clandestinamente não pagam taxas às autoridades locais nem à instituição que detém o controlo dos seus valores.
O economista Francisco Ubisse diz não ter ficado surpreendido com a notícia porque era de esperar que houvesse moçambicanos com dinheiro no exterior, mas minimiza os valores envolvidos.
Ubisse afirmou ainda que "eu acho preocupante pelo gesto, mas o valor em si é negligenciável, porque há moçambicanos que têm seis milhões de dólares depositados em bancos que existem em Moçambique e eu duvido se pagam taxas; e seria também interessante verificar se, de facto, as pessoas que constroem mansões milionárias em Moçambique pagam impostos, porque temos no nosso país um problema muito sério de fuga ao fisco".
Entretranto, o jurista Baltazar Fael lamenta que haja moçambicanos que depositam dinheiro em contas secretas e diz que a Procuradoria-Geral da República deve investigar a fundo esta questão porque é a imagem de Moçambique que está em causa.
Fael acredita que essas pessoas têm motivos para colocar dinheiro nessas contas secretas. "Se calhar estão a fugir ao sistema financeiro para colocar esse dinheiro em paraísos fiscais ou em bancos que não divulgam a proveniência do dinheiro nem quem são as pessoas detentoras dessas fortunas", questiona.
Segundo aquele jurista, "a Procuradoria-Geral da República pode tentar obter mais informações e investigar mais a fundo, para ver quem são esses moçambicanos, como é que obtiveram esse dinheiro e como é que conseguiram tirá-lo do sistema financeiro moçambicano".
Refira-se que os nomes dos moçambicanos referenciados na notícia sao todos invulgares no panorama politico e económico moçambicano e não constam da maioria social considerada com algum poder e influência no país.
 

Wednesday, 25 February 2015

MARCO DO CORREIO, por Machado da Graça

 
Meu caro Julião
Espero que estejas de saúde bem como toda a tua família. Do meu lado está tudo bem, feliz­mente.
Os encontros entre Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi desanuviaram um bocado a tensão que se estava a tornar cada vez mais pesada, no país, com o risco iminente de uma nova confrontação armada.
E alguma coisa de muito substancial Nyusi terá prometido a Dhlakama a ponto de ele ter cedido em permitir aos deputados do seu partido tomarem posse na Assembleia da República e nas assembleias provinciais.
Segundo Dhlakama, a promessa terá sido de que uma proposta da Renamo para a criação de províncias autónomas passaria na Assembleia da República sem ser chumbada pela maioria parla­mentar do partido Frelimo.
Ora a campanha de propaganda que está a ser feita por brigadas do partido Frelimo envia­das às províncias e pelos habituais papagaios do G40 está toda virada no sentido contrário. Isto é, negando a possibilidade das províncias autó­nomas como solução para a presente crise que se seguiu à fraude eleitoral. O que está, de novo, a fazer subir a tensão e o tom das declarações de Afonso Dhlakama.
 Partindo da sensação que a Renamo tem de que, se não fosse a fraude, teria ganho as eleições, aquele partido quer governar. E tem vindo a fazer propostas de formas de partilha do poder como foi o caso de um governo de gestão. Mas essas propostas foram sendo recusadas por Armando Guebuza, na altura Presidente da República.
Neste momento não sabemos ao certo o que o novo Chefe de Estado terá prometido a Dhlakama mas, tenham sido quais fossem as promessas o partido Frelimo, ainda dirigido pelo mesmo Ar­mando Guebuza, não parece disposto a cumpri­-las.
O que nos coloca de novo numa posição de pré-confronto armado, com Dhlakama a afirmar que a Renamo vai governar a bem ou a mal e a ameaçar que, desta vez, o sangue vai correr em Maputo.
Problema sério da tal bicefalia de que se fala, se uma cabeça pretende chegar à paz e a outra continua a empurrar para a guerra. E esta se­gunda tem, pelo menos em termos teóricos, mais força do que a primeira.
Um abraço para ti do
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ – 24/02/15

Relatório da Amnistia Internacional aponta abuso da força policial em Moçambique

A Amnistia Internacional apontou hoje, no seu relatório anual, o "uso ilegal da força" pela polícia moçambicana, bem como uma suspeita de censura por críticas ao Presidente e ainda um novo Código Penal que discrimina mulheres e raparigas.
Segundo o relatório 2014/15 da Amnistia Internacional (AI), quatro pessoas foram alegadamente mortas "por uso ilegal de armas de fogo" da polícia moçambicana nas províncias de Maputo, Gaza e Nampula, sem que nenhuma investigação fosse iniciada para determinar eventuais ações irregulares dos agentes.
A AI refere o caso de dois homens supostamente envolvidos num rapto, um deles chamado João Nhassengo e outro não identificado, que foram intercetados pela polícia e que teriam deixado a vítima escapar antes de morrerem num tiroteio com os agentes, de acordo com o relato de um porta-voz policial.
"No entanto, uma gravação de imagens do incidente mostrou que João Nhassengo foi alvejado e morto dentro do carro, com os vidros fechados", descreve o relatório da AI, destacando a ausência de uma investigação às circunstâncias em que ocorreram estas mortes.
O documento aponta relatos de outros casos de abuso da força da polícia, nomeadamente contra suspeitos de crimes, supostos membros da Renamo, principal partido de oposição, bem como civis desarmados.
A AI recorda o conflito que antecedeu as eleições gerais de 2014 e que provocou um número desconhecido de mortos, incluindo civis, e milhares de deslocados, mas sem fornecer detalhes, tal como em relação a suspeitas de abusos de direitos humanos, amplamente difundidos nos media locais, por parte das forças policiais durante a campanha eleitoral e no próprio dia da votação, escreve a Lusa.



Folha de Maputo

Acordo ortográfico: acabar já com este erro antes que fique muito caro

  

Passado um período de transição, pode voltar-se rapidamente à norma ortográfica vigente e colocar o acordo na gaveta das asneiras de Estado, junto com as PPP e os contratos swaps e muita da “má despesa”.

O acordo ortográfico é uma decisão política e como tal deve ser tratado. Não é uma decisão técnica sobre a melhor forma de escrever português, não é uma adaptação da língua escrita à língua falada, não é uma melhoria que alguém exigisse do português escrito, não é um instrumento de cultura e criação.
É um acto político falhado na área da política externa, cujas consequências serão gravosas principalmente para Portugal e para a sua identidade como casa-mãe da língua portuguesa. Porque, o que mostra a história das vicissitudes de um acordo que ninguém deseja, fora os governantes portugueses, é que vamos ficar sozinhos a arcar com as consequências dele.
O acordo vai a par do crescimento facilitista da ignorância, da destruição da memória e da história, de que a ortografia é um elemento fundamental, a que assistimos todos os dias. E como os nossos governantes, salvo raras excepções, pensam em inglês “economês”, detestam as humanidades, e gostam de modas simples e modernices, estão bem como estão e deixam as coisas andar, sem saber nem convicção.
O mais espantoso é que muitos do que atacaram o “eduquês” imponham este português pidgin, infantil e rudimentar, mais próximo da linguagem dos sms, e que nem sequer serve para aquilo que as línguas de contacto servem, comunicar. Ninguém que saiba escrever em português o quer usar, e é por isso que quase todos os escritores de relevo da língua portuguesa, sejam nacionais, brasileiros, angolanos ou moçambicanos, e muitas das principais personalidades que têm intervenção pública por via da escrita, se recusam a usá-lo. As notas de pé de página de jornais explicando que, “por vontade do autor”, não se aplicam ao seu texto as regras da nova ortografia são um bom atestado de como a escrita “viva” se recusa a usar o acordo. E escritores, pensadores, cronistas, jornalistas e outros recusam-no com uma veemência na negação que devia obrigar a pensar e reconsiderar.
Se voltarmos ao lugar-comum em que se transformou a frase pessoana de que a “minha pátria é a língua portuguesa”, o acordo é um acto antipatriótico, de consequências nulas no melhor dos casos para as boas intenções dos seus proponentes, e de consequências negativas para a nossa cultura antiga, um dos poucos esteios a que nos podemos agarrar no meio desta rasoira do saber, do pensar, do falar e do escrever, que é o nosso quotidiano.
Aos políticos que decidiram implementá-lo à força e “obrigar” tudo e todos ao acordo, de Santana Lopes a Cavaco Silva, de Sócrates a Passos Coelho, e aos linguistas e professores que os assessoraram, comportando-se como tecnocratas – algo que também se pode ter do lado das humanidades, normalmente com uma militância mais agressiva até porque menos "técnicas" são as decisões –, há que lembrar a frase de Weber que sempre defendi como devendo ser inscrita a fogo nas cabeças de todos os políticos: a maioria das suas acções tem o resultado exactamente oposto às intenções. O acordo ortográfico é um excelente exemplo, morto pelo  “ruído” do mundo. O acordo ortográfico nas suas intenções proclamadas de servir para criar uma norma do português escrito, de Brasília a Díli, passando por Lisboa pelo caminho, acabou por se tornar irritante nas relações com a lusofonia, suscitando uma reacção ao paternalismo de querer obrigar a escrita desses países a uma norma definida por alguns linguistas e professores de Lisboa e Coimbra.
O problema é que sobra para nós, os aplicantes solitários da ortografia do acordo. O acordo, cuja validade na ordem jurídica nacional é contestável, que nenhum outro país aprovou e vários explicitamente rejeitaram, só à força vai poder ser aplicado. A notícia recente de que, nas provas – que acabaram por não se realizar – para os professores contratados, um dos elementos de avaliação era não cometerem erros de ortografia segundo a norma do acordo mostra como ele só pode ser imposto por Diktat, como suprema forma de uma engenharia política que só o facto de não se querer dar o braço a torcer explica não ser mudado.
Porém, começa a haver um outro problema: os custos de insistirem no acordo. A inércia é cara e no caso do acordo todos os dias fica mais cara. A ideia dos seus defensores é criar um facto consumado o mais depressa possível. É esta a única força que joga a favor do acordo, a inércia que mantém as coisas como estão e que implica custos para o nosso défice educativo e cultural.
É o caso dos nossos editores de livros escolares que começaram a produzir manuais conforme o acordo e que naturalmente querem ser ressarcidos dos seus gastos. Mas ainda não é um problema insuperável e, acima de tudo, não é um argumento. Passado um período de transição, pode voltar-se rapidamente à norma ortográfica vigente e colocar o acordo na gaveta das asneiras de Estado, junto com as PPP e os contratos swaps, e muita da “má despesa”. Porque será isso que o acordo será, se não se atalhar de imediato os seus estragos no domínio cultural.
O erro, insisto, foi no domínio da nossa política externa com os países de língua portuguesa, e esse erro é hoje mais do que evidente: os brasileiros, em nome de cuja norma ortográfica foram introduzidas muitas das alterações no português escrito em Portugal, nunca mostraram qualquer entusiasmo com o acordo e hoje encontram todos os pretextos para adiar a sua aplicação. No Brasil já houve vozes suficientes e autorizadas para negar qualquer validade a tal acordo e qualquer utilidade na sua aplicação. Os brasileiros que têm um português dinâmico, capaz de absorver estrangeirismos e gerar neologismos com pernas para andar muito depressa, sabem que o seu “português” será o mais falado, mas têm a sensatez de não o considerar a norma.
Nós aqui seguimos a luta perdida dos franceses para a sua língua falada e escrita, também uma antiga língua imperial hoje em decadência. Querem, usando o poder político e o Estado, manter uma norma rígida para a sua língua para lhe dar uma dimensão mundial que já teve e hoje não tem. Num combate insensato contra o facto de o inglês se ter tornado a língua franca universal, legislam tudo e mais alguma coisa, no limite do autoritarismo cultural, não só para protegerem as suas “indústrias” culturais, como para “defender” o francês do Canadá ao Taiti. Mas como duvido que alguém que queira obter resultados procure no Google por “logiciel”, em vez de “software”, ou “ordinateur”, em vez de “computer”, este é um combate perdido.
Está na hora de acabar com o acordo ortográfico de vez e voltarmos a nossa atenção e escassos recursos para outros lados onde melhor se defende o português, como por exemplo não deixar fechar cursos sobre cursos de Português nalgumas das mais prestigiadas universidades do mundo, ter disponível um corpo da literatura portuguesa em livro, incentivar a criatividade em português ou de portugueses e promover a língua pela qualidade dos seus falantes e das suas obras. Tenho dificuldade em conceber que quem escreve aspeto – o quê? – em vez de aspecto, em português de Portugal, o possa fazer.

Historiador




Fonte : Público

A política da hipocrisia: há muito que o país já está dividido



Depois da vergonhosa fraude eleitoral que transformou Nyusi em Presidente da República, o partido Frelimo decidiu adoptar agora uma agenda que lhe é muito peculiar: a hipocrisia. O linguista norte-americano Noam Chomsky definiu a hipocrisia como o acto humano de fingir crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. Em três palavras: um comportamento fraudulento.
Etimologicamente, a palavra deriva do latim “hypocrisis”, que, no conceito artístico, subjaz à ideia de uma representação ou uma actuação insuflada no fingimento. A caracterização mais repetida do exercício da hipocrisia é, por exemplo, o acto de denunciar alguém por um comportamento que é típico do denunciante.
Depois de a Frelimo ter assumido o poder, com a indicação da sua máquina governativa, ressuscitou um debate em que ela própria não credita. É a unidade nacional. Tudo na perspectiva de desacreditar todos os arranjos que a Renamo vai propondo para atenuar a “dor” da fraude.
Interessa agora à Frelimo arregimentar os seus habituais lacaios para falarem de unidade nacional, só porque a Renamo fala de autonomia na governação provincial, para argumentar que vai governar onde ganhou.
Logo “a priori” vê-se que o debate da unidade nacional só foi levantado porque a Frelimo foi acossada com propostas que, para seu azar, têm cobertura legal.
Já dissemos aqui que a direcção privilegiada da Frelimo, instalada em Maputo, usa a unidade nacional para conquistar a passividade das províncias e ir lá saquear as suas riquezas. A Frelimo não acredita em nenhuma unidade nacional. A Frelimo acredita na existência de províncias que têm recursos e na incapacidade geral e generalizada dos habitantes dessas regiões em gerir tais recursos. A Frelimo acredita apenas em Maputo.
É a partir de Maputo que, na óptica da Frelimo, saem os iluminados. É em Maputo onde se decide a qual amigo, do estrangeiro, se deve entregar os recursos do povo, sem que os donos desses mesmos recursos tenham a oportunidade de dizer qual é para eles a melhor opção.
Veja-se, por exemplo, como decorrem os debates em Moçambique. Uma Televisão de Moçambique e uma Rádio Moçambique com cobertura e delegações em todo o país não conseguem transmitir sequer um debate de interesse nacional que não seja a partir de Maputo, ou seja, os que não estão em Maputo não são intelectuais. Não pensam. Logo, as suas opiniões são dispensáveis. Que unidade nacional é essa?
No nosso modesto entender, é uma refinada hipocrisia aparecer agora a Frelimo com brigadas nas províncias a pregarem a unidade nacional, que alegadamente está sendo colocada em causa pelas propostas da Renamo ou pelas ameaças de divisão do país, com ou sem cancela no Save.
Há muito que a Frelimo já dividiu este país em moçambicanos da Frelimo e moçambicanos que não são da Frelimo. O próprio Filipe Nyusi foi muito claro, quando afirmou: “Conto, mais uma vez, com todos os membros do meu partido, em primeiro lugar…”. A especificação “em primeiro lugar” vem exactamente realçar esta realidade de “os primeiros” e “os últimos”. Ou seja, independentemente das suas competências, eles, os do partido dele, estão em primeiro lugar em tudo.
Há muito que há dois países a conviverem juntos dentro de um único país formal. Há aqueles moçambicanos que são transportados nas carrinhas de caixa aberta como se fossem gado. Há aquelas crianças que, em Xigubo, vivem de ementas com teor alcoólico produzidas por tubérculos impróprios para humanos. Há aquele povo de Niassa que há anos é votado ao esquecimento tal como os habitantes das restantes províncias. Estes fazem parte dos “moçambicanos de segunda”. Há os “de primeira”, que são os familiares dos dirigentes da Frelimo e do Estado, que não morrem nas filas dos hospitais à procura de um paracetamol. Que não percorrem mais de 10 quilómetros para frequentarem uma escola onde se sentam no chão. Que não são violentados pela Polícia quando tentam o seu próprio garimpo, que não são assassinados ou presos por se oporem ao poder da corrupção. Estes são os “moçambicanos de primeira”.
Portanto, a conversa de unidade nacional já não hipnotiza ninguém. O povo conhece quem nos anda a dividir nestes mais de 30 anos. É só ver as marcas das viaturas com que eles entram para a poeira com que convivemos a vida toda, para falar da tal unidade nacional. É um mero exercício de hipocrisia. Eles querem é o povo mais estúpido, para continuarem a roubar os recursos que estão nas províncias. Eles não acreditam na unidade nacional.
Se acreditassem na unidade nacional, acreditariam antes que nessas províncias há gente com capacidade para falar da tal unidade nacional. Mas, como pensam, erradamente, que nas províncias só vivem pacóvios, então é preciso que saia alguém de Maputo para iluminar os outros sobre a unidade nacional.
O divisionismo começou com as políticas frelimistas pró-Maputo. O divisionismo foi institucionalizado com os alegados “moçambicanos de gema”, como se existissem os “moçambicanos de clara” e os “moçambicanos de casca”. É pura hipocrisia acusar os outros de serem divisionistas quando os cultores da exclusão, da miséria do povo e os sectários são os dirigentes da Frelimo.



(Editorial do Canal de Moçambique)

Tuesday, 24 February 2015

Raul Domingos sugere que Muthisse se retrate e pare de vitimizar-se

 

 
Ainda a “confrontação” de ideias na Frelimo e os comentários do fb

-”Quer dizer, não restam dúvidas que isto ofende a qualquer um. Eu não esperava que o Gabriel Muthisse, uma pessoa por quem tenho muito respeito e simpatia, me colocasse de forma pejorativa num debate que diz respeito a um partido da qual eu não faço parte” – Raul Domingos, Presidente do PDD

Tudo começa com um post do jornalista Marcelo Mosse, na sua página do facebook que, instantes depois, resultou num comentário/ resposta de Gabriel Muthisse, antigo governante e actual sub-chefe da delegação governamental, no diálogo com a Renamo. O post de Marcelo Mosse abordava o debate em torno da existência de sinais que revelam alguma confrontação de ideias entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e algumas figuras do “núcleo duro” da Frelimo, isto em torno dos caminhos para se sair da actual situação de instabilidade política, no âmbito da reclamação da Renamo aos resultados eleitorais de 15 de Outubro passado. E a resposta de Gabriel Muthisse, na essência, dizia que não havia nenhuma luta de ideias entre o Presidente da República e a Frelimo, sugerindo nisto, que era impossível a confrontação de ideias pelo facto de haver consciência de que Nyusi vale o que vale, ou seja, é Presidente da República por ser e por estar na Frelimo.
“Filipe Nyusi fora da FRELIMO fica igual a Raul Domingos” – dizia Gabriel Muthisse, no comentário ao post de Marcelo Mosse, dando a entender que, Raul Domingos, tornou-se “insignificante” por ter saído da Renamo.
Por ser a pessoa que é (antigo governante e sub-chefe da delegação governamental) e no sentido de “ampliar” o campo de debate, Jeremias Langa transportou o assunto para o programa “Pontos de Vista” da estação privada STV. Aliás, minutos antes, o assunto tinha merecido espaço no “Jornal da Noite” do mesmo canal privado de televisão.
Já por volta das 16 horas desta segunda-feira e depois de ter visto vários comentários em torno do assunto, Gabriel Muthisse voltou à carga, com um segundo comentáriono facebook, com o titulo: “como se debate em Moçambique”.
Desta vez, Muthisse mostrava-se desgastado alegadamente pelo facto de o seu comentário ter sido mal compreendido. E mais, Muthisse acusava “Jeremias Langa e os seus convidados” de terem “tergiversaram grosseiramente” o seu comentário dele.
A seguir ao novo comentário de Gabriel Muthisse, aparecem vários comentários de internautas criticando Jeremias Langa e seu comentador residente, alegadamente pelo facto da “má fé” demonstrada ao transportar um post do facebook para um debate televisivo.
Dos comentadores constam alguns membros alistados nos comentadores preferenciais do governo, dos quais Filimão Suaze e Calton Cadeado.
Porque a figura de comparação a um Filipe Nyusi “insignificante” fora da Frelimo, no caso concreto o Presidente do Partido para a Paz Democracia e Desenvolvimento (PDD), Raul Domingos, não tinha ainda tido a chance de comentar o assunto, o media mediaFAX decidiu aborda-lo a propósito.
Raul Domingos começou por lamentar o facto de “alguém, não sei por que razões, ter metido o meu nome num debate que diz respeito a um partido”.
“Quer dizer, não restam dúvidas que isto ofende a qualquer um. Eu não esperava que o Gabriel Muthisse, uma pessoa por quem tenho muito respeito e simpatia, me colocasse de forma pejorativa num debate que diz respeito a um partido da qual eu não faço parte. Onde eu me enquadro na Frelimo” – questionou Raul Domingos, demonstrando um semblante simpático e sorridente, apesar de tudo.
“Para mim, as pessoas valem o que valem pelos ideais que defendem. Ser alguma coisa o que é? É ter patente militar? O Presidente dele (n.r.p. Filipe Nyusi) diz que tenho boas ideias. Isto não significa que estou a ser útil para a sociedade? Será que ele deixou de ser útil quando deixou de ser ministro? Será que não vale nada ele porque já não é governante? Ser alguma coisa é ser ministro?” – questionou Raul Domingos, para quem o sub-chefe da delegação governamental no diálogo político devia, muito rapidamente e sem condicionalismos, retratar-se publicamente.
Mais, para Raul Domingos, não pode Gabriel Muthisse vir publicamente fazer-se de vítima, alegadamente pelo facto de o seu comentário ter sido descontextualizado ou ter sido debatido fora do meio em que o post foi feito, pois “o facebook também é um meio de comunicação de massas”.
“Não é possível separar o facebook da televisão e por aí além porque que o próprio facebook é media e quando falamos de media estamos a falar de instrumentos que veiculam debates. Eu acho que não é por aí, eu acho que ele devia retratar-se. E normal cometer excessos e deslizes. Se calhar, no momento em que estava a escrever, ele estava com alguma emoção a mais.
Portanto, não se pode fazer de vítima” – frisou Raul Domingos.
“Agora, devo reiterar, com algum desagrado, o facto de ter feito menção à minha figura e compara-la até de forma pejorativa. Na verdade, eu continuo sendo a mesma pessoa fora da Renamo e continuo defendendo os ideais que eu os considero certos” – reiterou o Presidente do Partido para a Paz Democracia e Desenvolvimento.
“Aliás, o presidente dele (Filipe Nyusi) disse, há pouco tempo, que eu tenho boas ideias no âmbito da convivência política e não foi necessário estar filiado a organização x ou y para ter boas ideias. Portanto, as boas ideias nós as temos independentemente da organização a que pertencemos. Ele foi infeliz e deve reconhecer que foi infeliz.
Só assim será perdoado” – anotou Raul Domingos.

MEDIA FAX – 24.02.2015

A desobediência política em marcha

Parece que se tornou moda os membros seniores dos partidos políticos estarem a brincar com o povo, apesar de todo o sofrimento por que o mesmo tem estado a passar ultimamente. Ora, é a Renamo e o seu líder Afonso Dhlakama, que ameaçam dividir o país a todo custo, sem deixar de lado os seus recursos de guerra, ora é a Frelimo que está a enviar os seus membros seniores para, supostamente, tranquilizarem a nação afirmando que “não haverá divisão nenhuma e nem o tal governo autónomo existirá”.
A situação que iria abrir um precedente para tensão política foi colocada de lado depois dos encontros entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e Afonso Dhlakama, poderá ressurgir, em virtude dos pronunciamentos de desvalorização da Renamo e do seu líder, e da rejeição antecipada, pela Frelimo, do projecto sobre a implantação das regiões autónomas nas províncias onde o maior partido da oposição em Moçambique reclama a vitória nas últimas eleições gerais.
Porém, há indícios de que Nyusi está a ser contrariado pelo seu partido, pois, no princípio desta semana, a Frelimo destacou alguns quadros para percorrerem o país a fim de agradecerem à população por esta ter votado no partido e no seu candidato, medir o grau de preparação dos seus órgãos para cumprirem o manifesto eleitoral e sensibilizar a população para não se intimidar com os pronunciamentos da “Perdiz”.
Importa referir que as declarações dos membros da Frelimo contrariam os entendimentos entre o líder da Renamo e o Chefe de Estado. Se recuarmos até às ocorrências de Sathunjira, em 2013, notaremos alguma semelhança entre os factos. No entanto, quando o senhor Dhlakama quiser pôr em prática os seus temíveis pensamentos, esperemos que os moçambicanos gozem de uma protecção até aos dentes, pois não se deve usar o povo como escudo numa situação de tiroteios.
O povo moçambicano tem sido vítima de sucessivas torturas psicológicas promovidas pelo partido no poder e pela Renamo sobre a (provável) divisão do país. O partido Frelimo quer, a todo o custo, fazer passar a mensagem de que são infundadas e sem cobertura legal as pretensões da Renamo e do seu líder, Afonso Dhlakama, de dividir o país, cuja construção custou as vidas de muitos moçambicanos. Portanto, resta-nos saber se os pronunciamentos dos membros da Frelimo foram autorizados pelo Presidente da República, presidente daquela força política ou trata-se de uma pura desobediência política.



Editorial, A Verdade

Sim, Moçambique dispensa observação eleitoral da União Europeia


A verdade é que Bruxelas faz vista grossa quando lhe interessa.
E nesse sentido também dispensa observação eleitoral da União Africana e mesmo da maioria dos observadores eleitorais nacionais.
Isso de observação eleitoral, enquanto não for um factor de aprimoramento da democracia, não faz qualquer sentido.

 Observar utilizando míopes e proponentes de democracia ou pleitos eleitorais de primeira categoria para a Europa “desenvolvida” e outro tipo de qualidade processual para países da periferia como Moçambique é simplesmente perigoso, pois, para além de desestabilizar politicamente, concorre para o descrédito acentuado dos órgãos eleitorais nacionais.
Quem observa deveria ser capaz de avaliar criticamente todo um processo e emitir declarações consentâneas com aquilo que foi efectivamente visto.
Observar não pode ser feito ao sabor de influências e de interesses ou instruções prévias ou “a posteriori”.
A partir da altura em que a EU definiu que observação eleitoral para países como Moçambique era uma questão de “apaziguar ânimos ou contornar a vontade do eleitorado”, garantir a manutenção de um “status” que permitisse a prossecução da agenda da União Europeia em determinado país, as eleições passaram a ser uma farsa. O vencedor tornou-se o derrotado e as irregularidades passaram a ter tratamento estatístico duvidoso.
No lugar de cooperar no sentido de assistir os participantes nos pleitos do ponto de vista técnico e informático, em matérias legislativas, em assuntos de segurança e logística eleitoral, a UE limita-se ao envio de observadores “condicionados” e muitas vezes em número insuficiente.
Não é tarefa da observação eleitoral declarar o vencedor ou derrotado, mas as suas declarações podem ser utilizadas para fundamentar algo lícito ou algo que contraria a verdade eleitoral.
Se a observação eleitoral ignora, por exemplo, que em Gaza não tem sido permitido a realização de campanhas eleitorais pela oposição, à partida está montada ou instalada uma situação que vai influir nos resultados. A conivência policial ao serviço do partido no poder concorreu, como se tem visto, para que Gaza seja uma autêntica zona autónoma em que o Governo provincial em colaboração estreita com a Frelimo violenta a oposição a seu bel-prazer sem que a PRM e Procuradoria-Geral da República actuem em protecção dos direitos políticos da oposição.
É facto conhecido e repetido que a Frelimo recorre a recursos públicos ilicitamente para financiar as suas campanhas políticas. O PR mistura de tal forma viagens de Estado e do seu partido em benefício deste que acaba não se sabendo quem paga as despesas. Quando se convoca reuniões do Governo alargadas a secretários provinciais do partido Frelimo, quem paga as despesas?
Para a Frelimo, a campanha eleitoral em 2014 foi antecipada ou misturada com viagens de Estado do PR. Ingenuamente ou de modo infantil, quase que não se fala do assunto em Moçambique.
Sem campo nivelado e regras uniformes de cumprimento obrigatório pelos candidatos e seus partidos não se pode ter eleições justas, livres e transparentes.
A União Europeia e a União Africana estão prestando um serviço de péssima qualidade aos países africanos de cada vez que há eleições supostamente democráticas.
Quénia, Zimbabwe, Angola, Moçambique são casos bem documentados de violação dos preceitos eleitorais de cariz democrático.
Um observador não é participante nem aliado dos candidatos como se tem visto a olho nu.
Quando se corre a congratular um candidato mesmo antes da homologação dos resultados eleitorais, como se viu o presidente de Portugal, fazer estamos em presença de interferência e ingerência nos assuntos internos moçambicanos. E Portugal, enquanto membro da EU, deu, desse modo, como que carta-branca para que a Missão de Observação Eleitoral afinasse pelo mesmo diapasão. Em Bruxelas, parece, pelo que tudo indica, que ainda reina o espírito de potência colonizadora ou ex-potência colonizadora. Assim, aquilo que Portugal entendeu que deveria ser o veredicto da MOE da UE acabou vingando.
Nesse sentido, e se é para que os pleitos sejam carimbados como limpos e aceitáveis, Moçambique não precisa da observação eleitoral da UE, UA e SADC.
Estas missões dispendiosas minam os alicerces da democracia moçambicana.
O país não precisa de uma cooperação política que não traga benefícios para todo o país e que, na prática, se limita a garantir que os “aliados” se mantenham no poder, atropelando a vontade do povo manifesta através dos votos.
Não há pequena ou grande fraude, como a MOE quer dar a entender e fazer os moçambicanos aceitarem.
Aquilo que não é aceitável para o “civilizado” povo belga e de outros países europeus também não é aceitável em Moçambique e para os moçambicanos.
A duplicidade de critérios e a imposição de situações por via da pressão político-financeira tem a virtude de semear desgraças.
Olhemos para a RDC e vejamos qual é a génese do prolongado e crónico conflito político-militar naquele país. Jamais esqueçamos que partiram de Bruxelas as directrizes para muito do que acontece naquele martirizado país africano.
Não nos esqueçamos de que foi a vista grossa de França que catalisou o genocídio no Ruanda.
Não nos podemos manter calados, porque não é conveniente para as relações diplomáticas entre os países. Esquecer estes episódios vergonhosos e criminosos do passado vai permitir que surjam situações similares aqui em outros países de África.
Os integrantes da União Europeia devem entender definitivamente que somos humanos como eles e não cidadãos de “segunda classe” para quem a democracia é algo estranho e sem significado nem importância.
Queremos cooperação e não mascarada de cooperação. Sabemos que, com o actual quadro de relações, estão garantidas facilidades negociais na esfera económica e financeira, que não aconteceriam de outro modo. Só quem depositava muita confiança na MOE é que se surpreende com o seu relatório final.
Da próxima vez, podem muito bem não enviar observadores, porque o país e os moçambicanos passarão muito bem sem eles.



(Noé Nhantumbo, Canalmoz)

Monday, 23 February 2015

A opinião de Marcelo Mosse

Marcelo Mosse's photo.
Marcelo Mosse's photo.

Marcelo Mosse's photo.

Marcelo Mosse's photo.






O quarteto bárbaro ou os novos inimigos de Moçambique


(NB> Este texto eh uma invencao. Qualquer semelhanca com a realidade so pode se mentirosa)

De repente Moçambique tem novos inimigos. São os brancos Fernando Lima, Fernando Veloso, Carlos Nuno Castel Branco e Gilles Cistak. Estas criaturas juntaram-se a uns embaixadores ocidentais, entre os quais o Douglas Griffths, dos EUA, e andam ai a conspirar para dividir o pais. Querem controlar os recursos naturais, o gás, o possível petroleo e o carvão. Os tipos já controlam as minas de rubi em Montepuez e tem participações nalgumas empresas de carvão mineral em Tete. Nos últimos anos, inventaram parcerias com o Estado mas acabaram não investindo um tostão. E essas PPPs correspondem a mais divida publica.
São eles que deixam a Jindal subjugar as comunidades de Cassoca, em Tete, e assobiam para o lado em face dos desmandos daquela firma chinesa de areias pesadas em Sangage, em Angoche. No corredor de Nacala, já controlam quase toda a terra, expropriada aos camponeses. Dizem que também controlam a caca furtiva mas ainda não confirmamos. Mas, se não sabiam, esse quarteto visitou a Itália em Dezembro para convencer o Matteo Renzi e o Claudio Descalzi para que a ENI lhes cedessse parte dos seus interesses nos novos blocos de petroleo. Em troca, já tinham conseguido que o Governo decretasse que a ENI podia avançar com a sua LNG flutuante no Rovuma, contra a filosofia inicial de que a ENI e a Anadarko deviam ter uma planta comum em terra, o que potenciaria mais ligações com a economia real.
Em Outubro, eles tinham influenciado o Governo para encurtar o concurso para a concessão dos novos blocos de petroleio (para 3 meses, quando a boa pratica internacional manda que sejam 6 meses) sabe-se la com que objectivo. Esse quarteto impinge-nos a cegueira moral e cultiva a bestialidade política. O Lima tem sido totalmente contra a liberdade de expressão e mete nojo quando aparece na tv a promover o pensamento único. E o Carlos tem apoiado essa depredação da receita publica encarnada na Ematum, quando pensávamos que ele fosse defender as finanças publicas contra este endividamento crescente.
Este Carlos ate exige que o Governo aumente as mordomias fiscais para os mega-projectos, quando todos gostariamos de ver um mão fiscal mais pesada. Valha-nos Deus! Do Veloso, nem vale a pena falar, mas, agora, esse tal de Cistak eh mesmo um pulha. Francês de origem, chegou ca e comprou logo um passaporte moçambicano no mesmo submundo da corrupção onde operam os paquistaneses e tem agora a lata de incitar a divisão do pais. Ele inventou agora que Constituição contem uma provisão sobre autarquias locais de categoria superior, tipo eh possível uma nova vaga de autonomização política, quando isso eh mentira, e o DHL esta a usar isso para forcar a divisão do pais. Temos de estar atentos camaradas.
Essa gente eh perigosa, ao ponto de se terem aliado a um grupo nigeriano e outro angolano para tomarem conta da Base Logística de Pemba, quando o General Chipande era um dos interessados. Este eh o quarteto dos barbaros, os novos inimigos de Moçambique. Fiquem atentos, pois diferentemente do passado, camaradas, o inimigo agora tem cor! Ainda estamos a tentar apurar se o Machado da Graça e o Mia Couto também fazem parte do grupo.


Marcelo Mosse,  Facebook

A opiniao de Teodato Hunguana

1 - Filipe Nyusi fez bem em conversar com Afonso Dhlakama e indicar a AR como o forum para o debate sobre a proposta das regioes autonomas....
2 - A Comissao Politica da Frelimo nao devia contrariar esse principio sem ver o conteudo da proposta da Renamo;
3 - Veronica Macamo fez bem em dizer que o povo é que vai decidir por via dos seus representantes na AR;
4 - A Frelimo devia estar a debater internamente a questao da autonomia para se posicionar devidamente na AR;
5 - Seria bom que o Presidente da República fosse também o Presidente da Frelimo .
6 - O dialogo politico devia servir para evitar a guerra...o pior é esperarmos por um dialogo politico para acabar com a Guerra.

Saturday, 21 February 2015

Adelson Rafael condena pronunciamentos de membros da Frelimo




Noite Informativa


O comentador da Noite Informativa da STV Notícias, Adelson Rafael, diz que os pronunciamentos dos membros da Comissão Política da Frelimo que contrariam os entendimentos entre o presidente da Renamo e o Chefe de Estado são precipitados e inoportunos.
Por sua vez, Jaime Macuiane diz que as diferentes ideias dentro do partido Frelimo podem ter sido causados pela falta de consenso interno.
Já Sheik Saíde, um dos observadores das negociações entre o governo e a Renamo no Centro de Conferências Joaquim Chissano, apela ao diálogo constante e ao respeito pelo pluralismo de ideias no país.



O País

Falta de vergonha



A TALHE DE FOICE
Por Machado da Graça


O que está a acontecer em Sofala, no momento em que escrevo é um exagero de falta de vergonha boçal.
Estou-me a referir ao facto de oito deputados da Renamo à Assembleia Provincial não terem podido tomar posse porque o partido Frelimo, que dominava a Assembleia anterior, acha que os seus nomes estão mal escritos.
Sim, é isso mesmo que está a ler, leitor.
O antigo Presidente da Assembleia diz que há divergências entre a forma como os nomes estão escritos nos documentos de identidade daqueles deputados e a forma como são citados no acordão do Conselho Constitucional.
E, vai daí, não lhes deu posse!
Mas, se olharmos mais de perto para a questão, podemos ver que iria ocorrer a sessão em que seriam eleitos os diversos órgãos da Assembleia Provincial e, sem aqueles oito deputados, a Renamo participaria em minoria quando, na verdade, conquistou a maioria dos lugares. E palpita-me que a chico-espertisse do partido Frelimo consistia em apoiar-se naquela falsa maioria momentânea, para eleger os seus membros para os cargos de chefia e tentar criar uma situação de facto consumado.
É óbvio que esta golpada boçal caiu pela base na medida em que todos os outros deputados da Renamo abandonaram a sala e não ficou quorum para a Assembleia funcionar.
Mas o mais chocante é verificar que, no partido Frelimo, continua a haver gente que pensa que pode fazer coisas destas e conseguir os seus objectivos. Gente que não percebe que o país está sentado em cima de um barril de pólvora e que actos como este podem deitar fogo a essa pólvora.
Além do mais, se os nomes têm pequenos erros, esses erros foram cometidos pelos órgãos eleitorais, ou pelo Conselho Constitucional, porque a Renamo enviou-lhes fotocópias dos documentos de identificação.
Se houve erros na transcrição a responsabilidade é da Comissão Nacional de Eleições ou do STAE ou do Conselho Constitucional.
Não da Renamo nem dos seus deputados.
Entretanto, devido a esta sabotagem boçal, a Assembleia está paralizada.
A FALTA DE VERGONHA CONTINUA? CONTINUA!!!!
SAVANA – 20.02.2015

Friday, 20 February 2015

O Governo de Nyusi e a deselegante oposição da Frelimo

 
Armando Guebuza despachou os membros da Comissão Politica da Frelimo, para as províncias, para passarem a sua mensagem: nada de regiões autónomas, como propõe a Renamo. Mesmo aquela ideia constitucionalmente prevista de “autarquias de caracter superior” eh chumbada liminarmente. Mulembwe, Vaquina, Comiche, Paunde, Sortane (ate Eneas Comiche), estao em peso nas províncias para passarem a ideia de que ninguém quer a “divisão” dos pais, manipulando aquilo que eh a nova formulação da Renamo (províncias autónomas; o que não eh necessariamente contra a Unidade Nacional; e eh marcadamente diferente do anterior discurso de DHL sobre Mocambique do Centro e do Norte).
Sem muita adesão de militantes, eles falaram para as camaras de TV.
Se eu bem me recordo, eh primeira vez que, fora de campanha eleitoral, toda a Comissão Politica sai para as províncias para se barricar contra qualquer coisa. Agora estão se barricando contra o Presidente Nyusi, que já nos havia brindado com o seu pragmatismo e disponibilidade para um diálogo frutuoso (pacificador) com o DHL. Mas, esse seu princípio de abrandar a violência política verbal, empurrando DHL para a Assembleia da Republica, esta a esbarrar com uma torrente oposicionista dentro da Frelimo.Eh a bicefalia no seu esplendor! Mas tambem eh a primeira vez que um PR se vê confrontado deste modo tao deselegante. Samora Machel, quando notou que a oposição dentro da Frelimo era enorme, acabou em Mbuzine. O que se espera de Nyusi eh que ele não recue e nao caia em armadilhas. Mas como? Como se Guebuza também controla a Assembleia da Republica? As vezes cogito que a transicao geracional devia ser a ferros...tipo um golpe de Estado geracional...Mocambique precisa de paz a todo o custo.



Marcelo Mosse, no Facebook

Renamo diz que declarações da Frelimo são contrárias ao acordo entre Nyusi e Dhlakama

 Num claro exercício de manutenção do actual clima de crise pós-eleitoral, o presidente do partido Frelimo, Armando Guebuza, despachou dirigentes do seu partido para as províncias, com o objectivo de repudiar a proposta Renamo de criação de regiões autónomas. As brigadas da Frelimo foram enviadas para as províncias, depois de, na semana passada, Filipe Nyusi... e o presidente da Renamo terem acordado que a Renamo devia submeter ao parlamento o projecto de criação das regiões autónomas, como forma de se ultrapassar a crise pós-eleitoral. A Renamo convocou a imprensa ontem, quinta-feira, para informar – através do seu secretário-geral, Manuel Bissopo – que as declarações da Frelimo contrariam o acordo alcançado entre Nyusi e Dhlakama. Depois das declarações dos membros da Frelimo, Bissopo fala de um Nyusi que pode estar a ser combatido dentro do partido Frelimo, onde, neste momento, não tem qualquer poder.
“Infelizmente, estamos a ver a Frelimo a desdobrar-se, com os seus quadros a desmentirem que haja entendimento entre o Presidente da República, suportado pela Frelimo”, disse Manuel Bissopo, para quem “o que está a acontecer é uma contradição clara de que Nyusi está a ser combatido”. Segundo Bissopo “depois do encontro ao mais alto nível, não houve nenhum ‘pronunciamento’ [contrário ao acordo], quer do presidente Dhlakama, quer do presidente Nyusi”.
Recorde-se que foi depois do referido acordo que os deputados da Renamo tomaram os seus assentos na Assembleia da República.

Renamo vai submeter o projecto antes da sessão ordinária da AR
Manul Bissopo, sem indicar datas, disse que a Renamo vai submeter dentro de dias o projecto das regiões autónomas. Disse também que, depois da interrupção para dialogar com Nyusi, Afonso Dhlakama vai retomar o seu périplo pelas províncias.



(André Mulungo, Canalmoz)



 
 
 

Uma duvida

Porque sugeriram que a Proposta fosse apresentada na AR quando ja decidiram que vai ser chumbada, ainda antes de ser apresentada?

Thursday, 19 February 2015

CONDUÇÃO NA CIDADE DE MAPUTO: Congestionamento de bradar aos céus!

DEPOIS de um aparente abrandamento, a cidade de Maputo voltou a viver em quase todos os acessos, e a qualquer hora do dia, um caos na condução, caracterizado por intermináveis filas de viaturas em todos os sentidos e direcções.
Já não se tem ao certo a noção da fase em que o fluxo de viaturas se reduz, como no antigamente. Entre a hora de ponta e a hora morta já não há diferença. A situação está a criar transtornos para os condutores e para o público de uma forma geral que vê as suas agendas do quotidiano comprometidas.
Já no centro da cidade, andar a pé chega a ser mais prático do que usar um meio de transporte pois leva-se mais tempo sentado dentro de uma viatura do que caminhando.
Os condutores aliam a situação ao reinício do ano lectivo escolar, outros ao crescente parque automóvel e outros ainda à indisciplina praticada por muitos condutores na via pública, com destaque para os motoristas dos transportes semi-colectivos de passageiros, que movidos pela ganância do dinheiro, fazem de tudo e mais alguma coisa para se livrarem da “stressante” fila de espera.
A zona baixa da cidade, concretamente no terminal de transporte semi-colectivo de passageiros da rua Ngungunhana( Anjo Voador) é onde convergem “chapeiros idos de diferentes pontos da cidade. Para além destes, o espaço é de eleição dos instrutores de algumas escolas de condução da Praça para a prática de algumas manobras.
Encontramos no local o instrutor Eduardo Duvane em pleno exercício das suas actividades. Acedeu ao nosso convite para falar do impacto deste fenómeno na instrução. Diz ser simplesmente lamentável o que por ali e noutros pontos da cidade acontece mas que, é no meio de tanta dificuldade que a vida acontece.
Os chapeiros, por exemplo, ao invés de usarem a “Ngunguhana” como ponto de saída, depois de entrarem pela rua da Imprensa, eles inventam uma rota, nos sentido contrário (Fortaleza do Maputo/Maputo Shoping Centre), invertendo a marcha e paralisam o trânsito. “E quando isso acontece o nosso tempo de trabalho é posto em causa”, exemplifica.
Já a instruenda Helena Francisco, lamenta o facto de muitos alunos não cumprirem na íntegra o tempo das aulas práticas de condução, muitas vezes presos no congestionamento.
Os espaços para a prática de manobras têm sido cada vez mais reduzidos, por conta do congestionamento. O Instrutor Duvane, fala de alguns que sobram como por exemplo o da Fábrica de óleos Ginwala, o do Parque dos Continuadores e um outro na zona da carreira de tiro, na Sommerchield, porque os restantes foram tomados pelos carros em movimento e ou estacionados.


















REDUZEM AS VIAGENS E AS RECEITAS
Se por um lado há quem chora por causa da demora nas filas e consequentes compromissos adiados, por outro há os que choram por verem a receita cada vez mais reduzida: os transportadores semi-colectivos de passageiros.
Alexandre Fumo é condutor da rota Praça dos Combatentes /Anjo voador e descreve o seu trabalho, nos últimos tempos, como um verdadeiro fracasso.
“É muito difícil trabalhar nas condições de hoje. Levamos mais tempo parados do que em movimento. Nalguns casos os passageiros nos abandonam mesmo antes de chegar aos seus destinos, preferindo andar a pé, por causa da demora”, disse.
Hoje, Fumo leva entre 50 e uma hora no percurso Praça dos Combatentes/Baixa contra os anteriores 20 a 25 minutos em situação normal. O número de viagens reduziu das anteriores 14 viagens para as actuais sete a oito por dia.
Na mesma situação de Fumo está o condutor dos semi-colectivos, Hélio Tovela que faz a rota Xipamanine/Anjo Voador. Num tom irónico Tovela diz que Xipamanine está cada vez mais distante do terminal da Baixa que no antigamente pois, uma viagem que antes era feita entre 15 a 20 minutos, agora é feita entre 40 a 45 minutos, devido ao congestionamento. Assim, o número de viagens que faz reduziu de 14 para nove.














PRETEXTOS PARA INDISCIPLINA
Porque a luta contra o relógio é o lema dos “chapeiros”, alguns condutores vêm a indisciplina como alternativa para não verem o seu negócio deitado por água abaixo. Vão dai os constantes encurtamentos de rota, a condução em contra-mão e actos inconfessáveis que nos são dado a presenciar na via pública.
Os chapeiros estão a atravessar momentos muito difíceis nos últimos dias. Não sei se tem a ver com o regresso às aulas pois há pais que não deixam seus filhos sujeitos ao martírio de ficar longas horas a espera dos “chapas” correndo assim o risco de atraso, quando eles têm carros. Assim, mesmo os que podiam deixar seus carros em casa levam-nos em nome das crianças ”, conclui.
Para além do crescimento do Parque automóvel, Fumo fala da falta de vias de acesso alternativas. “O que acontece é que aumentou o número de carros e as estradas continuam as mesmas. Assim, diariamente, convergimos nas mesmas vias”, disse.
Constantemente na rua a transportar repórteres, está o condutor do nosso Jornal, Eraldo Cumbana que muitas vezes viu agendas dos colegas comprometidas e encontros de trabalho adiados, tudo por conta da demora causada pelo congestionamento.
“Nalgum momento acabamos desacreditados pelos colegas. Muitas vezes nos contactam e, cientes de que estamos perto, assumimos estar prontos para os levar do Jornal para um determinado e vice-versa. O que muitas vezes não acontece dentro do período previsto pois, levamos muito tempo no congestionamento”, exemplifica.
Para ele o reinício das aulas interveio de certa forma na condução porque foi precisamente no dia do reinício que o já caótico trânsito se complicou nas estradas de Maputo e Matola. “Na verdade sempre houve congestionamento mas nos últimos dias estamos a experimentar momentos extremamente difíceis”, disse Cumbana.
TRANSPORTE PÚBLICO SEGURO É A SOLUÇÃO
A oferta de um sistema de transporte público seguro e atractivo é a única saída para o problema que Maputo e Matola vêm vivendo os últimos tempos, segundo o Director de Transportes no Conselho Municipal de Maputo, Carlos Dante.
Sobre o que dita o congestionamento a qualquer hora do dia, a nossa fonte aponta o crescimento do parque automóvel, a indisciplina na condução e ainda o estacionamento irregular.
“Se for a ver a série das matrículas que muitos carros ostentam hoje, certamente concluirá que o parque automóvel não pára de crescer e os acessos tornam-se poucos para tamanho número de viaturas. Por outro lado está a indisciplina dos condutores que movidos pela pressa, ultrapassam pela esquerda para, muito rapidamente chegarem ao destino. Assim, confluindo no mesmo sítio, ao invés de resolverem o seu problema complicam a vida dos restantes”, disse.
Deu ainda como exemplo, o facto de muitos estacionarem as suas viaturas no meio da faixa de rodagem colocando sinais de emergência, o que não ajuda em nada aos restantes utentes pois, por conta de um indivíduo serão obrigados a parar e a fazer filas enormes.
Porque não há transporte público funcional, pessoas de uma mesma casa, em número de quatro por exemplo, acabam movimentando todos os que têm e isso não ajuda.












CORREDOR DO METRO AINDA EM ESTUDO
Em pacote, estão segundo Dantes, projectos para minimizar o problema de transporte na cidade de Maputo e Matola mas estes estão ainda na fase de estudo. Um deles é o do metro que irá ligar Matola e Maputo que está na fase de estudo do impacto ambiental.
Para além do metro, está igualmente em estudo o projecto dos corredores específicos para o transporte público cujas obras só poderão acontecer, segundo o nosso entrevistado, em finais do presente ano.
“Temos a esperança depositada nos corredores porque com a entrada destes em funcionamento, seguramente haverá transporte funcional e cumprir-se-á com os horários, uma vez que os estes serão exclusivamente usados pelos autocarros de transporte público”, disse.
No projecto executivo, segundo Dante, está o corredor Magoanine/Baixa e Ponto-Final/Museu que será o piloto.

Anabela Massingue , Notícias