Opinião da desgraça”, ontem?
Comissário político desesperado
Quer-me parecer que mais uma vez o Senhor Armando Guebuza e prestativo comissário político marxista-leninista da era soviética, foi infeliz na escolha do termo com que procura apelidar ou catalogar um segmento importante da população moçambicana que não concorda que continuadamente os avaliadores de causas próprias insistem em referir que o País está a andar “às mil maravilhas”.
Porque aparecem vozes discordantes com o que a máquina de propaganda partidária e governamental apelida de óptimo ou bom estado da nação, o tal “presidente de todos os moçambicanos” rapidamente se apressou em tempos de apelidar os que têm daquilo que ele e os seus governos andam a fazer, de “apóstolos da desgraça”.
Hoje o mesmo “comissário político” dos tempos em que até se mandava fuzilar os “ricos” que já nessa altura tinham o direito de serem ricos, corre a inventar novos termos. Chama-lhes “detractores” e “tagarelas”. Mas esses tais “detractores”e “tagarelas” para azar do Senhor Guebuza sabem bem que em Moçambique à vista desarmada os pronunciamentos elogiosos do estado da governação e da nação não correspondem à realidade.
Os “detractores”e “tagarelas” que em tempos que o Senhor Guebuza certamente gostava que voltassem seriam pura e simplesmente fuzilados sem julgamento como foram muitos moçambicanos, sabem bem ver que a corrupção decorrente da promiscuidade entre os poderes democráticos está se enraizando e certamente será isso que faz com que o chefe de Estado e presidente do Partido do governo agora desespere e passe ao insulto.
Sabem bem os “detractores” e os “tagarelas” de que fala o Senhor Armando Guebuza, que em Moçambique o sistema judicial está encravado e não pode funcionar com independência e equidistância porque o executivo o domina e comanda efectivamente pois caso assim não fosse outro “galo” cantaria.
As sentenças são o que quem manda e paga pretende ou determina.
Disso sabem bem os “detractores” e “tagarelas” de que fala o ilustre dignitário desesperado com a avaliação da governação que não resulta de juízo e causa própria.
Tenhamos a sensatez de dizer que quando um Mondlane, exonerado do cargo de chefe do Conselho Constitucional é escondido no Tribunal Supremo isso retira a credibilidade àquela instituição e concorre para que as suas deliberações, por mais justas que sejam, apareçam aos olhos dos cidadãos suspeitas e sem credibilidade.
Tenhamos a sensatez de reconhecer que quem em anos sucessivos e décadas de governação não consegue resolver o problema da escassez crónica de alimentos não possui a capacidade de se colocar como governo pois já demonstrou que não possui os conhecimentos para actuar com sucesso neste domínio.
Quem sob seu governo e de seu partido durante décadas não conseguiu revitalizar a indústria e deixou ruir o que os portugueses deixaram não se pode pretender solução dos problemas de hoje. Quem não consegue importar e conservar medicamentos para seus concidadãos, e anda há anos a prometer fábricas de medicamentos que nunca consegue erguê-las, como pode querer que dêem crédito ao que faz no domínio da saúde?
Não são “detractores” e “tagarelas” aqueles que denunciam estes factos. São cidadãos moçambicanos interessados em ver as coisas mudando para o melhor e para benefício do maior número possível de pessoas neste país. Não se trata de demonizar tudo o que o Executivo faz mesmo quando bem feito. Somos os primeiros a aplaudir quando o executivo faz bem. Mas não podemos por exemplo aplaudir a ingerência em assuntos desportivos do executivo do que resulte a escolha de um treinador da selecção nacional de futebol que não seja do agrado da Federação Moçambicana de Futebol.
Não se trata de resumir tudo à crítica barata e tendenciosa para definir tudo o que executivo faz.
Mas se este executivo não se cansa de mostrar que a agenda principal é o enriquecimento rápido dos governantes e dos que lhes estão próximos, o que podem dizer aqueles a quem apelidam de “detractores” e “tagarelas”?
Não podemos aceitar nem nos calarmos quando sobressaem sinais de que a situação está rapidamente caminhando e seguindo os moldes seguidos por Hosni Mubarak e seus filhos ou Ben Ali e sua esposa e cunhados.
Moçambique é um país de todos os moçambicanos e que gostaríamos de o ver livre dos vírus do tráfico de influências e do “inside trading”. Não queremos ver este país doentio e preso ao procurement corrupto de obras e compras para o governo.
Os esquemas conhecidos e praticados de conhecimento privilegiado das tendências de investimentos, da aquisição de terras aráveis e de licenças mineiras, do favorecimento e facilitação do crédito bancário a compadres do poder do dia, tudo isso acontece e quando denunciado não é obra de detractores e de tagarelas como pretende o Senhor Guebuza agora insultá-los. São moçambicanos patriotas que dizem o que muitos têm medo de dizer porque neste país ainda se mata e se prende e se fazem desaparecer pessoas em actos bem disfarçados de pura criminalidade.
É preciso diferenciar o que é o detractor de tudo isto.
Que pretendem dizer os bajuladores do regime quando correm e colocam na primeira página dos jornais algo que o PR tenha dito como se de invenção da pólvora se tratasse?
Aquelas que o PR classifica de “tagarelas”e “detractores” não são papagaios pintando de cores alegres que andam atrás do Senhor Guebuza a lamber-lhe as botas e a enganá-lo. O panorama nacional não deixa mentir. Basta olhar-se para Tete onde ao lado de grandes projectos se continua a morrer por falta de água de fontenário, obrigadas que são as pessoas a irem meter-se na boca dos crocodilos. A idade e os helicóptero não concorrem para que o Senhor Guebuza admita que os que ele chama de “detractores” e “tagarelas” vêem mais com um olho do que se possa imaginar.
Os moçambicanos querem avançar para uma abordagem sem subterfúgios nem encenação prévias. Os moçambicanos querem que os reais problemas da nação lhes sejam colocados por equipas de reconhecido mérito técnico e experiência.
Os moçambicanos estão fartos de bajuladores e de incompetentes que estão a levar o País para o abismo mais uma vez.
Os moçambicanos querem que aqueles que sabem possam contribuir para traçar a via mais rápida para a recuperação económica e combate contra a crise e a pobreza.
Não precisam de bajuladores.
Vamos ser moçambicanos com tudo o que isso significa e requer. Quem não sabe pintar que faça o que sabe. Mas vamos todos acreditar que é necessária mais ética e moral no que cada um de nós faz.
Inventar realidades ou pretender enganar os moçambicanos com tais criações só vai atrasar todos no que de essencial deve ser feito neste país…
Noé Nhantumbo, Canal de Moçambique – 22.06.2011, citado no Moçambique para todos
Comissário político desesperado
Quer-me parecer que mais uma vez o Senhor Armando Guebuza e prestativo comissário político marxista-leninista da era soviética, foi infeliz na escolha do termo com que procura apelidar ou catalogar um segmento importante da população moçambicana que não concorda que continuadamente os avaliadores de causas próprias insistem em referir que o País está a andar “às mil maravilhas”.
Porque aparecem vozes discordantes com o que a máquina de propaganda partidária e governamental apelida de óptimo ou bom estado da nação, o tal “presidente de todos os moçambicanos” rapidamente se apressou em tempos de apelidar os que têm daquilo que ele e os seus governos andam a fazer, de “apóstolos da desgraça”.
Hoje o mesmo “comissário político” dos tempos em que até se mandava fuzilar os “ricos” que já nessa altura tinham o direito de serem ricos, corre a inventar novos termos. Chama-lhes “detractores” e “tagarelas”. Mas esses tais “detractores”e “tagarelas” para azar do Senhor Guebuza sabem bem que em Moçambique à vista desarmada os pronunciamentos elogiosos do estado da governação e da nação não correspondem à realidade.
Os “detractores”e “tagarelas” que em tempos que o Senhor Guebuza certamente gostava que voltassem seriam pura e simplesmente fuzilados sem julgamento como foram muitos moçambicanos, sabem bem ver que a corrupção decorrente da promiscuidade entre os poderes democráticos está se enraizando e certamente será isso que faz com que o chefe de Estado e presidente do Partido do governo agora desespere e passe ao insulto.
Sabem bem os “detractores” e os “tagarelas” de que fala o Senhor Armando Guebuza, que em Moçambique o sistema judicial está encravado e não pode funcionar com independência e equidistância porque o executivo o domina e comanda efectivamente pois caso assim não fosse outro “galo” cantaria.
As sentenças são o que quem manda e paga pretende ou determina.
Disso sabem bem os “detractores” e “tagarelas” de que fala o ilustre dignitário desesperado com a avaliação da governação que não resulta de juízo e causa própria.
Tenhamos a sensatez de dizer que quando um Mondlane, exonerado do cargo de chefe do Conselho Constitucional é escondido no Tribunal Supremo isso retira a credibilidade àquela instituição e concorre para que as suas deliberações, por mais justas que sejam, apareçam aos olhos dos cidadãos suspeitas e sem credibilidade.
Tenhamos a sensatez de reconhecer que quem em anos sucessivos e décadas de governação não consegue resolver o problema da escassez crónica de alimentos não possui a capacidade de se colocar como governo pois já demonstrou que não possui os conhecimentos para actuar com sucesso neste domínio.
Quem sob seu governo e de seu partido durante décadas não conseguiu revitalizar a indústria e deixou ruir o que os portugueses deixaram não se pode pretender solução dos problemas de hoje. Quem não consegue importar e conservar medicamentos para seus concidadãos, e anda há anos a prometer fábricas de medicamentos que nunca consegue erguê-las, como pode querer que dêem crédito ao que faz no domínio da saúde?
Não são “detractores” e “tagarelas” aqueles que denunciam estes factos. São cidadãos moçambicanos interessados em ver as coisas mudando para o melhor e para benefício do maior número possível de pessoas neste país. Não se trata de demonizar tudo o que o Executivo faz mesmo quando bem feito. Somos os primeiros a aplaudir quando o executivo faz bem. Mas não podemos por exemplo aplaudir a ingerência em assuntos desportivos do executivo do que resulte a escolha de um treinador da selecção nacional de futebol que não seja do agrado da Federação Moçambicana de Futebol.
Não se trata de resumir tudo à crítica barata e tendenciosa para definir tudo o que executivo faz.
Mas se este executivo não se cansa de mostrar que a agenda principal é o enriquecimento rápido dos governantes e dos que lhes estão próximos, o que podem dizer aqueles a quem apelidam de “detractores” e “tagarelas”?
Não podemos aceitar nem nos calarmos quando sobressaem sinais de que a situação está rapidamente caminhando e seguindo os moldes seguidos por Hosni Mubarak e seus filhos ou Ben Ali e sua esposa e cunhados.
Moçambique é um país de todos os moçambicanos e que gostaríamos de o ver livre dos vírus do tráfico de influências e do “inside trading”. Não queremos ver este país doentio e preso ao procurement corrupto de obras e compras para o governo.
Os esquemas conhecidos e praticados de conhecimento privilegiado das tendências de investimentos, da aquisição de terras aráveis e de licenças mineiras, do favorecimento e facilitação do crédito bancário a compadres do poder do dia, tudo isso acontece e quando denunciado não é obra de detractores e de tagarelas como pretende o Senhor Guebuza agora insultá-los. São moçambicanos patriotas que dizem o que muitos têm medo de dizer porque neste país ainda se mata e se prende e se fazem desaparecer pessoas em actos bem disfarçados de pura criminalidade.
É preciso diferenciar o que é o detractor de tudo isto.
Que pretendem dizer os bajuladores do regime quando correm e colocam na primeira página dos jornais algo que o PR tenha dito como se de invenção da pólvora se tratasse?
Aquelas que o PR classifica de “tagarelas”e “detractores” não são papagaios pintando de cores alegres que andam atrás do Senhor Guebuza a lamber-lhe as botas e a enganá-lo. O panorama nacional não deixa mentir. Basta olhar-se para Tete onde ao lado de grandes projectos se continua a morrer por falta de água de fontenário, obrigadas que são as pessoas a irem meter-se na boca dos crocodilos. A idade e os helicóptero não concorrem para que o Senhor Guebuza admita que os que ele chama de “detractores” e “tagarelas” vêem mais com um olho do que se possa imaginar.
Os moçambicanos querem avançar para uma abordagem sem subterfúgios nem encenação prévias. Os moçambicanos querem que os reais problemas da nação lhes sejam colocados por equipas de reconhecido mérito técnico e experiência.
Os moçambicanos estão fartos de bajuladores e de incompetentes que estão a levar o País para o abismo mais uma vez.
Os moçambicanos querem que aqueles que sabem possam contribuir para traçar a via mais rápida para a recuperação económica e combate contra a crise e a pobreza.
Não precisam de bajuladores.
Vamos ser moçambicanos com tudo o que isso significa e requer. Quem não sabe pintar que faça o que sabe. Mas vamos todos acreditar que é necessária mais ética e moral no que cada um de nós faz.
Inventar realidades ou pretender enganar os moçambicanos com tais criações só vai atrasar todos no que de essencial deve ser feito neste país…
Noé Nhantumbo, Canal de Moçambique – 22.06.2011, citado no Moçambique para todos