Thursday, 17 August 2017

Renamo diz que líder só sai das matas após acordo com Governo de Moçambique


A Renamo disse na quarta-feira que o seu líder só sairá "das matas" se houver um acordo sobre descentralização e a integração dos homens armados do principal partido da oposição moçambicana nas Forças de Defesa e Segurança.
"Enquanto não houver conclusões das negociações em curso e não ficar claro que modelo de governação nós queremos e que modelo de Forças de Defesa e Segurança (FDS) queremos ou vamos ter, torna-se muito complicado o presidente Afonso Dhlakama sair das matas, porque pode acontecer uma fatalidade", disse a chefe da bancada parlamentar da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido da oposição, Ivone Soares.
Segundo o diário O País, Ivone Soares enunciou as condições necessárias para que Afonso Dhlakama abandone o seu refúgio na serra da Gorongosa, província de Sofala, centro de Moçambique, em declarações à imprensa na cidade da Beira, capital daquela província, no final de uma visita de trabalho à região.
"Nós queremos celebrar uma saída (de Afonso Dhlakama) que seja uma vitória para todo o povo moçambicano. O recente encontro entre o Presidente da República e o líder da Renamo abre alguma expectativa, cria esperança e encorajamento", disse Ivone Soares.
A Renamo, prosseguiu, quer que os contactos com o Governo se traduzam em atos, através da aprovação de um pacote legal que preconize a criação de autarquias provinciais e da aprovação de um modelo de integração dos homens armados da Renamo nas FDS.
Afonso Dhlakama vive refugiado algures na serra da Gorongosa, desde que as FDS invadiram a sua residência na Beira em Outubro de 2015, para desarmar a sua guarda.
A invasão à residência seguiu-se a duas emboscadas que Afonso Dhlakama e comitiva sofreram em Setembro na província de Manica, centro de Moçambique, que a Renamo imputou às FDS.
Após o seu refúgio nas matas da Gorongosa, a violência militar voltou ao país, opondo homens armados da Renamo e as FDS, com ataques a viaturas na principal estrada do país e a alvos civis e militares.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo encontraram-se no passado dia 06 num lugar não revelado em Gorongosa e num frente-a-frente não previamente anunciado ao país.
Um comunicado emitido pela Presidência da República depois do encontro refere que os dois líderes se comprometeram a concluir até dezembro as negociações entre o Governo e a Renamo para a restauração da paz.
Apesar de Governo e Renamo terem assinado em 1992 o Acordo Geral de Paz, Moçambique vive ciclicamente surtos de violência pós-eleitoral, devido à recusa do principal partido da oposição de aceitar a derrota nas eleições.
Em Maio, o líder da Renamo anunciou uma trégua nos confrontos com as FDS por tempo indeterminado, após contactos com o chefe de Estado moçambicano.


Lusa

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