Tuesday, 10 February 2015

Regiões Autónomas vão ser debatidas na Assembleia da República


“Se o Governo nos enganar, usar a maioria, e quiser brincar, as consequências serão para o presidente, porque não vai governar. Aquela gente que vocês vêem nos comícios vai fazer manifestação. Mesmo se mandar matar, o Governo vai cair”, Afonso Dhlakama, presidente da Renamo



Maputo (Canalmoz) – A Renamo vai submeter, dentro de dias, à Assembleia da República um anteprojecto de lei de criação das Regiões Autónomas. A informação foi divulgada pelo presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, no final de mais um encontro com o Presidente da República, Filipe Nyusi, com vista ultrapassar a crise pós-eleitoral. A ideia das Regiões Autónomas é da iniciativa da Renamo, que, contestando os resultados eleitorais por considerá-los fraudulentos, quer governar as regiões onde obteve maioria, nomeadamente no Centro e Norte do país. Dhlakama e Nyusi chegaram ao consenso de que a matéria deve ser tratada na Assembleia da República. Falando à imprensa instantes depois do encontro com o Presidente da República, Afonso Dhlakama disse que o assunto deve ser levado a sério pelo Governo. Segundo Dhlakama, se a bancada da Frelimo na AR usar do seu estatuto de maioria e rejeitar o anteprojecto, as consequências vão cair sobre Filipe Nyusi, porque não vai governar.
“A Renamo tem que apresentar um anteprojecto que será submetido à Assembleia da República”, disse Afonso Dhlakama, alertando que o assunto do anteprojecto deve ser trado “num compromisso que as bancadas devem levar a sério”. Segundo Dhlakama, não se trata de um “um anteprojecto normal, que um partido da oposição submete e a bancada maioritária decide chumbar, porque isso pode complicar a situação”. Dhlakama diz que é preciso que as bancadas sejam informadas sobre os entendimentos alcançados entre si e o Presidente da República.
“Se o Governo nos enganar, e usar a maioria, e quiser brincar, as consequências serão para o presidente, porque ele não vai governar”, alerta o presidente da Renamo, e explica que é o povo que se vai voltar contra o Governo, e não a Renamo: “Aquela gente que vocês vêem nos comícios vai fazer manifestação”. “Mesmo se mandarem matar, o Governo vai cair. Eu não quero ver o meu irmão a cair”, afirma Dhlakama.

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 (André Mulungo, Canalmoz)

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