Saturday, 12 October 2013

Diamantino embarca sábado à noite





Por Alfonso Filho
    

O treinador Diamantino Miranda embarca sábado à noite no aeroporto de Maputo, rumo a Lisboa, no cumprimento da decisão do ministério do Trabalho de Moçambique, que lhe retirou o visto de trabalho e lhe deu 48 horas para deixar o País na sequência das declarações que proferiu numa discussão com jornalistas após o jogo da penúltima jornada do Moçambola, em Vilanculos.
Depois de se ter despedido em lágrimas dos moçambicanos, na conferência de imprensa de ontem, hoje o treinador português aproveitou para tratar de assuntos burocráticos relacionados com a saída de Moçambique.
Para espanto do próprio treinador, Diamantino Miranda ouviu palavras de compreensão e simpatia por parte das pessoas com quem se cruzava na rua. Com o assentar da poeira, e reconhecendo que o treinador se excedeu no calor de uma discussão, algumas dezenas de pessoas abordaram Diamantino para concordarem que teria sido alvo de uma armadilha e que a decisão de ter de deixar o País era excessiva, para mais porque não lhe foi dada hipótese de defesa.
À tarde, Diamantino Miranda foi ao campo do Costa do Sol para se despedir dos jogadores. Mais uma despedida emotiva, com algumas dezenas de adeptos na bancada a, igualmente, dirigirem palavras de conforto para o agora ex-treinador, desejando-lhe felicidades para o futuro.

Advogado contesta decisão

Diamantino Miranda acata a decisão do ministério do Trabalho, mas nem por isso deixará de tentar defender o seu nome. Por isso, já mandatou um advogado para tratar do assunto. Advogado que vai invocar a tese de ilegalidade na ordem de ter de deixar o País no prazo de 48 horas.
Além disso, será ainda invocada condenação sem direito a defesa. Mais: tendo sido uma discussão entre Diamantino e os jornalistas, a defesa vai questionar porque razão foi atendido o que uma das partes disse e não o que o treinador teria para dizer em sua defesa.
Por último, vai tentar provar-se que em momento algum o treinador usou a expressão «aqui é só ladrões» para se referir a Moçambique e aos moçambicanos, tão só aos jornalistas e ao mundo circunscrito de algumas pessoas do futebol.
O objetivo é que o seu nome seja retirado do cadastro e mantenha as portas abertas para um regresso no futuro.
Para já, Diamantino Miranda vai manter-se em silêncio, tendo dito tudo o que queria na conferência de imprensa de ontem.



A Bola

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