Monday, 24 January 2011

O comboio da marrabenta” volta a apitar

Festival arranca esta sexta-feira, no “Franco Moçambicano”

Mais uma vez, a pérola do Índico vai viver momentos de grande alegria com o arranque, sexta-feira, do “Festival da Marrabenta 2011”, certame que pretende contribuir para preservação e promoção da cultura moçambicana, através da promoção, prática e composição de música deste género.
Dançar e cantar marrabenta, além de serem artes dos moçambicanos, fazem parte da identidade artístico-cultural dos nativos de Moçambique.
Talvez se diga que “quem não sabe dançar marrabenta, não é moçambicano”. A marrabenta tem sido exaltada todos os anos num festival concebido para o efeito - “Marrabenta Moçambique”, cuja presente edição arranca a 28 de Janeiro e encerra a 4 de Fevereiro próximo .
O festival da marrabenta 2011 terá como palco o Centro Cultural Franco Moçambicano (local de abertura) e o Centro Cultural Tsindza, na cidade de Maputo. na Matola vai acontecer no jardim municipal com o mesmo nome e no distrito de Marracuene terá como palco o Centro Cultural Matalana e, por último, a festa da marrabenta vai rumar à província de Gaza, concretamente nos distritos de Chibuto (Praça Ngungunhana) e Chókwè (estação dos CFM).
A festa deste género musical será corporizada por espectáculos musicais e workshop durante os sete dias em que o festival vai acontecer.
Durante uma semana, os moçambicanos vão marrabentar com Costa Neto, Hortêncio Langa, Wazimbo, Dilon Ndjindji, Victor Bernardo, Xidiminguana, Dj Ardiles, Neyma, prof. Orlando, Joana Coana, Narciso Macuácua, Alberto Musheka, Tinito, António Marcos, Cecília Nguenha, Ilda Mfumo, Albino Nguenha, Chico António, Elvira Viegas. E, Porque o mercado musical moçambicano é vasto, o festival de marrabenta vai trazer também um pouco de hip-hop na responsabilidade de Azagaia e Iveth. Cheny Wa Gune vai trazer a timbila para complementar os diferentes ritmos nacionais.
Das bandas que vão participar conta-se o Grupo RM, Ximanganine e amigos, Banda Nanando, Orquestra Djambo, Simba e Banda Momento.
Virando-se para o outro lado do festival, os workshop terão a participação de bandas jovens, bailarinos profissionais, amadores e conceituados músicos de marrabenta.
Organizado pela Logarítimo, o evento pretende resgatar a música moçambicana em particular a marrabenta, valorizando os seus praticantes e apreciadores. Por outro lado, o “Festival da Marrabenta” pretende contribuir na preservação e promoção da cultura moçambicana, através da promoção, prática e composição deste género.
Uma das grandes marcas do festival da marrabenta é o “Comboio da marrabenta”, que em todas as edições parte de Maputo, rumo à Marracuene, com marrabentistas a bordo e em acção musical. No comboio viajarão músicos e passageiros que vão interagir durante o percurso através da dança, música e conversa em torno da música moçambicana.
Com a sua origem a apontar para os anos 50, a Marrabenta surgiu na designada idade de ouro em Loureço Marques (actual Maputo) e é a música popular dominante entre os moçambicanos. Na sua origem, a marrabenta é tocada em acústica por um cantor masculino acompanhado por um coro de mulheres. Na actualidade, instrumentos modernos foram introduzidos. Ao longo dos anos, a marrabenta tornou-se num símbolo cultural nacional. Muitos mestres da marrabenta passaram uma parte das suas vidas na África do sul, onde trabalhavam nas minas.
Dos pioneiros destacam-se Fanny Mpfumo, Francisco Mahecuane, Alexandre Langa, Lisboa Matavele, Dilon Ndjindje, Conjunto João Domingos, Abílio Mandlaze e Wazimbo. Importa refererir que a primeira edição do festival de marrabenta aconteceu no ano 2008 e teve como convidados alguns artistas que simbolizam este género, tendo em conta que a maior parte dos que optaram por este estilo musical já desapareceram fisicamente.

O País

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