De vez em quando somos assolados por um fenómeno a que, à falta de melhor designação, chamaria de patrioteirismo.
E, neste momento, estamos numa fase dessas.
A razão para o fenómeno é um documento que o chamado G 19 terá enviado ao nosso governo mostrando a sua insatisfação com uma série de coisas que têm a ver com a corrupção, a transparência eleitoral e, de uma forma geral, aquilo que vem sendo internacionalmente designado como a governação no país.
Vozes que não se fazem ouvir no momento em que os G 19 injectam o dinheiro dos seus contribuintes no nosso Orçamento Geral do Estado, esganiçam-se agora, quando eles nos pedem contas sobre como esse dinheiro é gasto, a gritar contra a ingerência externa e o neo-colonialismo.
E, mesmo, a sugerir que nos viremos para países como a China, que dão dinheiro sem fazerem perguntas embaraçosas sobre a forma como os nossos governantes o gastam.
Porque esses patrioteiros não olham para o conteúdo da mensagem que está a ser transmitida pelo G 19. Isso não lhes interessa.
O que lhes interessa é o G 19 estar a tentar empurrar os nossos dirigentes para onde eles não querem ir. Isto é, para um combate real e determinado contra a corrupção; o fim da mistura entre o partido Frelimo e o Estado, que leva ao uso e abuso dos meios do Estado pelo tal partido; ao fim da entrega aos dirigentes daquele partido das principais alavancas económicas do país; ao términos da nomeação de órgãos eleitorais que, na prática, são tudo menos imparciais e cometem impunemente todo o tipo de atropelos para favorecerem a vitória do partido que os nomeou.
É isto que faz falar os tais patrioteiros.
É sentirem que as pressões do G 19 vão no sentido de acabar com os abusos sistemáticos dos seus patrões e patronos.
E, é claro, é preciso mostrar serviço para que as manjedouras continuem cheias com os saborosos restos do banquete dos poderosos.
Que os G 19 estejam preocupados por o seu dinheiro estar a servir para reforçar a presença da Frelimo nos distritos, através dos chamados 7 milhões, normalmente só atribuídos a membros daquele partido, sem grandes exigências de devolução, nada preocupa os nossos patrioteiros. Mesmo se esse reforço partidário sai, em cerca de metade, dos bolsos dos cidadãos do G 19. Que, é claro, não gostam disso.
Que os G 19 estejam preocupados, e já é uma preocupação bastante antiga, por não se conseguir que uma série de membros proeminentes da Frelimo devolva o dinheiro que lhes foi emprestadado pelo Tesouro Público, há longos anos, nada diz aos nossos enérgicos patrioteiros.
O que os preocupa é que os nossos dirigentes estejam a ser pressionados para que estas coisas deixem de acontecer ou tenham o seu justo castigo.
Em resumo, não são os cancros, que corroem a nossa sociedade e a nossa economia, o que os preocupa. O que lhes dói é que haja quem queira extirpar esses cancros e use o poder que tem nas mãos para empurrar nesse sentido.
Preferem chafurdar numa porcaria, que é nossa, a tomarem o banho que, de fora, nos querem impor.
São posições e cada um lá saberá por que as toma.
E todos nós estaremos atentos para ir observando, para ver o que faz correr estes nossos patrioteiros. Qual o odor que lhes acelera a corrida.
Coisa boa não parece ser.
Por muito que ponham o peito para fora e levantem o queixo.
E, neste momento, estamos numa fase dessas.
A razão para o fenómeno é um documento que o chamado G 19 terá enviado ao nosso governo mostrando a sua insatisfação com uma série de coisas que têm a ver com a corrupção, a transparência eleitoral e, de uma forma geral, aquilo que vem sendo internacionalmente designado como a governação no país.
Vozes que não se fazem ouvir no momento em que os G 19 injectam o dinheiro dos seus contribuintes no nosso Orçamento Geral do Estado, esganiçam-se agora, quando eles nos pedem contas sobre como esse dinheiro é gasto, a gritar contra a ingerência externa e o neo-colonialismo.
E, mesmo, a sugerir que nos viremos para países como a China, que dão dinheiro sem fazerem perguntas embaraçosas sobre a forma como os nossos governantes o gastam.
Porque esses patrioteiros não olham para o conteúdo da mensagem que está a ser transmitida pelo G 19. Isso não lhes interessa.
O que lhes interessa é o G 19 estar a tentar empurrar os nossos dirigentes para onde eles não querem ir. Isto é, para um combate real e determinado contra a corrupção; o fim da mistura entre o partido Frelimo e o Estado, que leva ao uso e abuso dos meios do Estado pelo tal partido; ao fim da entrega aos dirigentes daquele partido das principais alavancas económicas do país; ao términos da nomeação de órgãos eleitorais que, na prática, são tudo menos imparciais e cometem impunemente todo o tipo de atropelos para favorecerem a vitória do partido que os nomeou.
É isto que faz falar os tais patrioteiros.
É sentirem que as pressões do G 19 vão no sentido de acabar com os abusos sistemáticos dos seus patrões e patronos.
E, é claro, é preciso mostrar serviço para que as manjedouras continuem cheias com os saborosos restos do banquete dos poderosos.
Que os G 19 estejam preocupados por o seu dinheiro estar a servir para reforçar a presença da Frelimo nos distritos, através dos chamados 7 milhões, normalmente só atribuídos a membros daquele partido, sem grandes exigências de devolução, nada preocupa os nossos patrioteiros. Mesmo se esse reforço partidário sai, em cerca de metade, dos bolsos dos cidadãos do G 19. Que, é claro, não gostam disso.
Que os G 19 estejam preocupados, e já é uma preocupação bastante antiga, por não se conseguir que uma série de membros proeminentes da Frelimo devolva o dinheiro que lhes foi emprestadado pelo Tesouro Público, há longos anos, nada diz aos nossos enérgicos patrioteiros.
O que os preocupa é que os nossos dirigentes estejam a ser pressionados para que estas coisas deixem de acontecer ou tenham o seu justo castigo.
Em resumo, não são os cancros, que corroem a nossa sociedade e a nossa economia, o que os preocupa. O que lhes dói é que haja quem queira extirpar esses cancros e use o poder que tem nas mãos para empurrar nesse sentido.
Preferem chafurdar numa porcaria, que é nossa, a tomarem o banho que, de fora, nos querem impor.
São posições e cada um lá saberá por que as toma.
E todos nós estaremos atentos para ir observando, para ver o que faz correr estes nossos patrioteiros. Qual o odor que lhes acelera a corrida.
Coisa boa não parece ser.
Por muito que ponham o peito para fora e levantem o queixo.
(Machado da Graça, Savana, 23/12/09)
Apoio a posição dos G-19.
ReplyDeleteNinguém empresta ou dá algo sem exigir condições ou saber em que foi devidamente aplicado o donativo ou empréstimo.
Porque tanta aberração às exigências dos G-19?
Porque não lhes convém saber exactamente a forma como esse dinheiro é dispendido ou mal aplicado.
Aos G-19 o dinheiro não lhes caíu do céu. Nos seus países os corruptos são devidamente punidos, ficam desacreditados e nunca mais nas suas vidas poderão ocupar cargos governamentais. Porque não irão, então eles, fazer as mesmas exigências aos outros?
Gratidão seria o termo apropriado a ser aplicado neste caso.
Quando não temos argumentos válidos, tudo serve, desde o facto de apelidarmos de racistas, colonialistas, etc. aos que nos tentaram dar uma ajuda ou a mão.
Porque os mesmos patrioteiros não pedem aos grandes milionários do país uma ajudinha? Existe muita gente com muito dinheiro em Moçambique. Porque temos de depender da ajuda dos 'neo-colonialistas ou racistas'?
Maria Helena
O Machado da Graça tocou num ponto muito sensivel para os frelimistas, é que muitos gostam de se passar por nacionalistas quando afinal não passam de patrioteiros.
ReplyDeleteEstamos atentos!