Wednesday, 11 November 2009

A opinião de António de Almeida

Infelizes são aqueles que se expressam ocultamente!
Mais difícil nesta vida é mentir do que dizer a verdade, porque a farda mais limpa que o ser humano veste é a sinceridade. Dizia o meu pai, que também se chamava António de Almeida.
Hoje a nossa sociedade vive então do mais difícil, que é a mentira.
Hoje o animal pensante é ganancioso e vive de maldades para poder atingir os seus desejos e satisfazer na íntegra os prazeres da vida.
Hoje temos um monte de pobres e uma classe de ladrões que vive extorquindo o povo que vive muito mal.
Hoje em fim temos um grupo de babacas que para ter as massas do seu lado, manipulam o poder e ameaçam o pessoal da função pública para serem seus seguidores e usando um cartão partidário que para os ignorantes tornou-se cartão-de-visita.
Esse tipo de comportamento leva os cobardes a porem o rabo entre as pernas quando estão perante pessoas com abordagens inteligentes, e esses energúmenos apanham a boleia de quem não tem medo, ocultando-se por detrás dos verdadeiros homens que tem um motivo de preocupação sobre a vida das populações deste meu Moçambique.
O mais caricato, é que se vê intelectuais de tamanha ignorância, que se escondem por baixo das saias da verdade pondo as bundas no lugar do cérebro mostrando ao mundo que de intelecto esses ditos estudiosos não tem nada e simplesmente ostentam os seus diplomas que se calhar dá-lhes algum sossego de ver escrito que é doutor: mas será que fica satisfeito sabendo que o seu intelecto foi detonado ou melhor reduzido a zero numa tasca ou barraca, por um bêbado qualquer que se calhar nem metade do seu nível tem?
É triste de facto conviver com intelectuais que nem se quer sabem fotografar uma imagem real a que ele próprio está sujeito.
As verdades nunca machucam porque toda a verdade é uma lógica, e a lógica em momento algum fere sensibilidades. A mentira é uma navalha que dizima a consciência de quem de facto é humano. A omissão é própria dos cobardes que perderam a capacidade e se escondem afunilados debaixo da saia do medo e não se expressarem sobre certas situações, mesmo que isso prejudique todo um povo; tamanha ignorância para quem estudou e desconhece os seus deveres.
Não se podem defender tremendos erros só porque queremos satisfazer um punhado de mentirosos e ladrões, enchendo os bolsos, mas tornando-se infeliz por ocultar por dentro a expressão verdadeira.
Essa forma de agir destrói aquilo que o homem tem de mais precioso; isso é, a liberdade.
Sem essa tal liberdade de se expressar, vemos homens a morrerem de tensão arterial, isto é porque não conseguem perder as estribeiras expulsando a dor que tem por dentro e se asfixiam com sentimentos que podiam muito bem serem partilhados.
Todo o princípio tem uma causa, mas nem toda causa tem um princípio.
Então qual é o princípio da causa dos nossos intelectuais?
Maltratarem o povo?
Em vez de apoiarem, roubarem ao povo?
Matarem os princípios de uma sociedade saudável?
Que pena mesmo, termos esse tipo de pessoas que mais se confundem com animais selvagens do que propriamente com gente.
O que o povo quer?
Como esse povo não foi dado a oportunidade de se expressar, sentou em casa no dia 28 de Outubro e mandou passear os gatunos da CNE, criando uma abstenção de voto com cerca de 60%. Isso significa que foram votar cerca de 40% e com os votos nulos e em branco, se calhar só 20% votou condignamente.
Ao ser assim, pode-se dizer com categoria que os vencedores são legítimos?
Esses vencedores deviam ter um pingo de vergonha quando gritam que são vencedores, mesmo sabendo que não tem do seu lado o voto de 80% do eleitorado.
Não estou chateado com o resultado, porque esse todo o mundo estava ciente que assim seria; mas esperar aquela abstenção isso ninguém esperava.
Sabia-se que a vitória era certa. Mas com essa abstenção, será que é certa?
Hoje como o povo não pode gritar ai pelas ruas temendo represálias, grita em silêncio, apenas não fazendo algo que o mesmo sabe que vai beneficiar a meia dúzia de Ali babas com quarenta ladrões para cada um dos Ali babas.
Quem não deve não teme; e se teme é porque sabe quanto mal já causou a sociedade. E nós temos aqui em Moçambique esse tipo de gente que teme uma rebelião do povo por isso o intimidam com o seu poder conseguido as custas do próprio povo.
Muitas vezes temos ouvido por ai expressões ocultas vindas de alguns macaquinhos pendurados no galho, com medo dos leões que lhes arranjaram os galhos.
Ok, tudo bem, se cada macaco fica no seu galho, por que é que não permitem que cada passarinho fique no seu ninho?
O passarinho é um bicho que gosta muito da liberdade e o meu povo é assim, então deixem-no em paz e não o prejudiquem mais como vocês os prejudicaram nos 16 anos de guerra.
Ganhem eleições, roubem votos, cometam fraudes, mas por favor deixem o meu povo em paz.
Se alguém quer queimar Moçambique, comece por queimar a casa de quem lhe fez mal e nada de rebentar com a natureza que está bem quieta no seu canto.
Matem-se, mordam-se, mas não firam o meu povo que já sofre com fome, sida, diarreia, malária e até com o monopólio causado pelos senhores do poder.
Toda a expressão oculta é violenta. Porque cobardia é própria de quem tem medo de aceitar que o próximo também é capaz.
Para terminar, vou usar uma frase de Gandhi.

”Não vale a pena ter liberdade se a mesma não incluir a liberdade de errar.”
"Freedom is not worth having if it does not include the freedom to make mistakes."

(Citado em www.manueldearaujo.blogspot.com)

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