Custa a acreditar que o processo democrático em Moçambique esteja a andar para a frente. Não com os dados que se tem pela frente. Primeiro, foi a desqualificação de um considerável número de candidatos a Presidente da República, devido a irregularidades grosseiras no processo das suas candidaturea, o que deixou a eleição presidencial reduzida a uma tríade envolvendo o incumbente Armando Guebuza, Afonso Dhlakama e Daviz Simango.
Este processo em si encerra uma série de detalhes aos quais chamar de ireegularidades seria tentar minimizar a seriedade do problema. Ao que tudo indica, algumas das razões que levaram à tal desqualificação situam-se na fronteira do crime de desonestidade e burla. Não só em relação aos candidates desqualificados, mas também mesmo em relação aos três que foram confirmados. Eles foram confirmados simplesmente porque submeteram um elevado número de assinaturas que, depois de excpurgadas as restantes contaminadas, conseguiram manter-se dentro dos números exigidos por lei.
Imaginemos que com toda esta confusão nenhum dos candidatos tivesse conseguido atingir o número de assinaturas que a lei exige. Haveria eleições presidenciais?
Agora foi a vez de alguns partidos serem impedidos de concorrer para as eleições parlamentares em certos círculos. Noutos casos, outros partidos ficaram mesmo irradiados de todo o processo. Deixando os únicos dois sempre suspeitos; a Frelimo e a Renamo.
Estamos a testemunhar momentos difíceis, em que parece que tudo está a ser feito para que a democracia não floresça. Não queremos aqui, de forma alguma, advogar para uma situação em que as leis tenham que se submeter ao desejo dos politicos, mas nota-se que está a haver pouca clareza na forma como as coisas estão a ser feitas, havendo sinais claros de que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) está simultaneamente a agir como árbitro e jogador, ou a ser compelida para tal.
O ambiente actual não é certamente conducente a eleições que possam ser descritas de livres e justas e, devemos adicionar, transparentes. E podemos, a menos que as coisas sejam realinhadas, contar com eleições que serão notórias pela sua insignificância, onde potenciais eleitores, simplesmente desgastados com toda esta complicação, poderão na sua soberania recorrer ao único poder que pode controlar, que é a abstenção.
Uma abstenção que poderá alegrar os vencedores, mas que será certamente inócua, sem sabor. Uma vitório que marcará o regresso a um passado com o qual muito poucos pretenderão identificar-se. Precisamente de onde viemos, precisamente para onde ninguém quer voltar.; um multipartidarismo só a dois.
Desiludidos pelo sistema, resta agora aos moçambicanos decidirem o que querem do seu futuro. Um futuro de paz, mas uma paz de liberdade, sã e pura. Haverá mais para pedir?
Este processo em si encerra uma série de detalhes aos quais chamar de ireegularidades seria tentar minimizar a seriedade do problema. Ao que tudo indica, algumas das razões que levaram à tal desqualificação situam-se na fronteira do crime de desonestidade e burla. Não só em relação aos candidates desqualificados, mas também mesmo em relação aos três que foram confirmados. Eles foram confirmados simplesmente porque submeteram um elevado número de assinaturas que, depois de excpurgadas as restantes contaminadas, conseguiram manter-se dentro dos números exigidos por lei.
Imaginemos que com toda esta confusão nenhum dos candidatos tivesse conseguido atingir o número de assinaturas que a lei exige. Haveria eleições presidenciais?
Agora foi a vez de alguns partidos serem impedidos de concorrer para as eleições parlamentares em certos círculos. Noutos casos, outros partidos ficaram mesmo irradiados de todo o processo. Deixando os únicos dois sempre suspeitos; a Frelimo e a Renamo.
Estamos a testemunhar momentos difíceis, em que parece que tudo está a ser feito para que a democracia não floresça. Não queremos aqui, de forma alguma, advogar para uma situação em que as leis tenham que se submeter ao desejo dos politicos, mas nota-se que está a haver pouca clareza na forma como as coisas estão a ser feitas, havendo sinais claros de que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) está simultaneamente a agir como árbitro e jogador, ou a ser compelida para tal.
O ambiente actual não é certamente conducente a eleições que possam ser descritas de livres e justas e, devemos adicionar, transparentes. E podemos, a menos que as coisas sejam realinhadas, contar com eleições que serão notórias pela sua insignificância, onde potenciais eleitores, simplesmente desgastados com toda esta complicação, poderão na sua soberania recorrer ao único poder que pode controlar, que é a abstenção.
Uma abstenção que poderá alegrar os vencedores, mas que será certamente inócua, sem sabor. Uma vitório que marcará o regresso a um passado com o qual muito poucos pretenderão identificar-se. Precisamente de onde viemos, precisamente para onde ninguém quer voltar.; um multipartidarismo só a dois.
Desiludidos pelo sistema, resta agora aos moçambicanos decidirem o que querem do seu futuro. Um futuro de paz, mas uma paz de liberdade, sã e pura. Haverá mais para pedir?
( Editorial do Savana, 11/09/09 , citado em www.oficinadesociologia.blogspot.com )
Sim, os Mocambicanos querem uma paz recheada de liberdade, isto e, uma verdadeira democracia para TODOS, independentemente da sua afiliacao partidaria. Deixem os cidadaos escolherem livremente quem os deve representar... para que o conceito de democracia passe a ser uma realidade e nao continuando sendo uma utopia.
ReplyDeleteMaria Helena
Queremos Paz,Justiça, Liberdade e Democracia, mas pelos vistos isto é pedir muito!
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