Saturday, 16 February 2019

Detido filho do ex-presidente moçambicano Armando Guebuza

A investigação ao caso das dívidas ocultas do Estado moçambicano está na origem da detenção. Depois da secretária pessoal de Guebuza, segue-se o filho. O cerco ao ex-presidente está a apertar.




As autoridades de Moçambique detiveram esta sábado Ndambi Guebuza, filho do ex-presidente do país Armando Guebuza, no âmbito da investigação às dívidas ocultas do Estado, noticiaram as televisões moçambicanas.

O filho de Armando Guebuza é a segunda pessoa próxima do antigo chefe de Estado a ser detida desde quinta-feira, depois de Inês Moiane, que foi sua secretária pessoal.
A detenção de Ndambi foi noticiada ao fim do dia pelos telejornais da STV e TVM (televisão estatal), dois dos principais canais moçambicanos em sinal aberto.
Com este, sobe para nove o total de detidos em Moçambique no âmbito da investigação aos empréstimos contraídos secretamente entre 2013 e 2014, durante o mandato presidencial de Guebuza, no valor de 2,2 mil milhões de dólares (cerca de 1,92 mil milhões de euros).
Estas nove detenções são as primeiras feitas pela justiça moçambicana após três anos e meio de investigação, e aconteceram depois de a justiça norte-americana ter mandando prender Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique, detido a 29 de dezembro quando viajava pela África do Sul, onde aguarda por extradição – também disputada por Moçambique.
A acusação norte-americana contém correspondência e documentos que a levam a concluir que três empresas públicas moçambicanas de pesca e segurança marítima terão servido para um esquema de corrupção e branqueamento de capitais, com vista ao enriquecimento de vários suspeitos, passando por contas bancárias dos EUA.
Fontes ligadas ao caso admitem que novas detenções aconteçam nos próximos dias, dentro da lista de 18 arguidos revelada pela justiça moçambicana em janeiro, ao mesmo tempo que decorre a apreensão de vários bens.
Desde a manhã de hoje que os oitos arguidos detidos na quinta e sexta-feira estão a ser ouvidos pelo Tribunal Judicial de Maputo que deverá definir o que se segue à detenção (nomeadamente, se haverá prisão preventiva) e dar a conhecer as acusações.


Lusa

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