Friday, 12 October 2018

CIP: “Polícia dispara, dispersa observadores e foge com urnas em Marromeu”


CIP: “Polícia dispara, dispersa observadores e foge com urnas em Marromeu”

Segundo o boletim de actualização de dados eleitorais do Centro de Integridade Pública, a Polícia disparou armas de fogo e gás lacrimogéneo durante a contagem de votos em Marromeu e carregou urnas de 10 mesas de 2 postos de votação.
No total haviam sido instaladas 39 mesas em 8 postos na vila autárquica. As escaramuças deram-se nos postos de votação instalados na EPC 4 de Outubro e EPC Julius Nyerere. As urnas reapareceram dia seguinte com agentes de Grupos de Operações Especiais (GOE) da Polícia e foram armazenadas na esquadra local da Polícia.
Os disparos da polícia dispersaram membros de mesa de votação (mmv’s), delegados de candidatura, observadores nacionais e internacionais e jornalistas.
Daniel Macuacuá, porta-voz do Comando Provincial da PRM em Sofala, citado pelo CIP conta que “… a Polícia foi chamada para reforçar a segurança dos locais onde decorria a contagem de votos, porque já se notava um clima de instabilidade. Membros da Renamo arremessavam pedras para as mesas onde os resultados não eram a favor do seu partido. Então, Polícia foi obrigada a agir para repor a ordem e tranquilidade pública naqueles locais”.
Por sua vez, o director distrital do STAE em Marromeu, Augusto Sande, recusou-se a falar do assunto, aos correspondentes do CIP, alegando estar ocupado com o apuramento intermédio de resultados. "Senhores jornalistas, se o assunto é sobre resultados eleitorais, creio que vão aguardar até às 16h de hoje é assim terão. Não posso falar mais nada! Estou ocupado”, afirmou.
A delegada de candidatura da Renamo em Marromeu, Ofélia Mário, disse que Polícia iniciou com os disparos quando membros e simpatizantes da Renamo começaram a comemorar vitória pelas artérias da vila autárquica, após contagem de resultados de 6 das 8 assembleias instaladas na cidade, onde a Renamo estava em vantagem.

Um clima de tensão foi denunciado pela Renamo antes das eleições, expondo que a Polícia estava a reforçar seus contingentes na vila. Embora seja uma exigência legal, em muitas assembleias de voto não foram colados editais de apuramento intermédio, dificultando assim o apuramento paralelo.



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