Monday, 3 April 2017

CALAMIDADES NATURAIS: Construções antigas resistem, as novas desabam

- Eis o mistério que o Presidente da República quer ver explicado
O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse não se perceber porque é que construções de há 40 anos ainda se mantêm firmes e as erguidas há menos de seis meses cedem ante tempestades que ciclicamente afectam o país, em geral, e a província de Inhambane, em particular, tendo conjecturado que se tratava da má qualidade destas últimas.
Filipe Nyusi manifestou esta preocupação num comício que orientou na Escola Secundária de Muelé, tendo sublinhado que não fazia sentido que o ciclone Dineo tenha destruído, grosso modo, as escolas e hospitais, deixando as casas, maioritariamente de construção precária, das populações circundantes.
O Chefe do Estado disse, nomeadamente, que a qualidade dos edifícios públicos é um assunto que deve ser revisto por ser responsável por gastos elevadíssimos do erário público.
Não podemos continuar a despender dinheiro para reabilitar edifícios que nem sequer têm cinco anos de vida. Os poucos recursos que temos são para construir e não para reabilitar”, disse o Presidente, prometendo um trabalho a ser feito pelo Governo para garantir a durabilidade e qualidade necessárias nas infra-estruturas públicas.
O cumprimento rigoroso das medidas de prevenção recomendadas às comunidades pode reduzir a vulnerabilidade dos moçambicanos às calamidades naturais, segundo mensagem transmitida pelo Presidente da República, em conversa com algumas vítimas do ciclone Dineo, que recentemente assolou Inhambane.
O estadista disse que o impacto das chuvas abundantes e das depressões tropicais pode ser reduzido se as comunidades compreenderem e assumirem que é uma perda investir na construção de infra-estruturas económicas, sociais e habitacionais em zonas de risco.
Sublinhou que a única solução para evitar os estragos causados pelas cheias e inundações é evitar construir casas para habitação em zonas propensas às cheias, uma medida que passa pelo cumprimento das orientações dadas pelas estruturas locais.
Temos de deixar de viver com trouxas na cabeça. Vamos cumprir o que os nossos líderes nos dizem sobre onde podemos viver melhor. O nosso país tem espaço para todos e não há mato onde não se possa viver”, disse Filipe Nyusi.
Ainda assim, o Presidente da República reconheceu que para viabilizar esta necessidade o Governo tem a responsabilidade de criar condições básicas nesses locais, nomeadamente vias de acesso, escolas, fontes de abastecimento de água e de luz eléctrica, entre outras facilidades que incentivem as comunidades a movimentarem-se no sentido das orientações.
O Chefe do Estado assegurou que o Executivo continua a mobilizar recursos para a reparação dos estragos. Na sequência deste esforço o Governo conseguiu, com apoio da China, a restauração da cobertura de 33 salas de aula.
Com o mesmo objectivo, a Anadarko procedeu à entrega, em Inhambane, de um donativo para a construção de 33 salas de aula em material pré-fabricado.
Os dois donativos, avaliados em cerca de 170 milhões de meticais, foram entregues ao Governo da província após a assinatura de memorandos de doação entre o INGC e os dois parceiro, designadamente a Embaixada da China e a Anadarko, na presença do Presidente da República.
Relativamente à situação da insegurança alimentar decorrente da seca prolongada, o Chefe do Estado disse que o remédio é apostar numa agricultura sustentável, praticando variedades culturais que se adaptem às condições agro-ecológicas de cada região.
Agora está a chover. Vamos apostar nesta água aumentando as nossas áreas de produção para gerar renda. Temos de reduzir a dependência em relação a outros países. Temos de deixar de ser pedintes”,afirmou Filipe Nyusi.


Domingo

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