Sunday, 19 March 2017

Incumprimento financeiro ameaça investimentos em Moçambique

A consultora Business Monitor Internacional considera que o incumprimento financeiro de Moçambique, em janeiro, e a dívida pública em níveis insustentáveis ameaça os investimentos públicos e privados no país, à exceção do setor do gás. 
"Moçambique vai enfrentar um período de crescimento económico baixo até 2018, devido ao recente incumprimento financeiro e ao peso insustentável da dívida, que dificulta os investimentos, quer do setor público, quer do privado", escrevem os especialistas desta consultora do grupo Fitch, numa nota de análise a que a Lusa teve acesso.
No comentário, os analistas dizem que a exceção ao ceticismo dos investidores está no setor do gás natural, já que esperam "progressos nos projetos da Eni e da Anadarko nos próximos meses", o que aliás já está a acontecer, com a entrada da Exxon Mobil no projeto da Área 4, na Bacia do Rovuma.A economia de Moçambique deverá abrandar para 3% este ano, acelerando ligeiramente para 3,5% em 2018, mas mantendo-se bem abaixo da média entre 2010 e 2016, quando a riqueza se expandia a um ritmo médio de 6,5% ao ano, segundo as previsões destes consultores."A nossa visão pessimista sobre a evolução económica de Moçambique a curto prazo é largamente baseada no hiato temporário que prevemos que exista no modelo de crescimento do país, que assenta principalmente no desenvolvimento de infraestruturas", escrevem os analistas.O 'default' de janeiro, no entanto, "vai exacerbar o fraco sentimento dos investidores, que já estava a sofrer com a queda dos preços das matérias-primas", o que significa, concluem, que Moçambique deverá ser menos atrativo para as indústrias mais importantes para o país, que já de si sofrem dificuldades de acesso a financiamento necessário para crescer.


Lusa, no Noticias ao Minuto

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