Wednesday, 4 May 2016

Moçambique perde reputação como destino de investimento externo


No período entre 2012 e 2014 Moçambique era segundo país africano com mais investimento externo



Analistas britânicos da Ecconomist Intelligence Unit (EIU) – uma organização que faz estudos e análises económicas do comportamento das economias de todo o mundo – concluíram, recentemente, que a situação de endividamento insustentável e que havia sido mantido escondido pelo Governo acabou com a reputação do país enquanto um potencial destino de investimento externo (os níveis de 5.2 e de 7.0 biliões de dólares em 2012 a 2014 tinham tornado Moçambique no segundo país africano que mais captou investimento externo).
Na sua mais recente análise sobre a economia moçambicana, a EIU revela que “o desastre da dívida tem atenuado significativamente a confiança dos investidores” e que “a lentidão dos fluxos de investimento podem dificultar a Moçambique o financiamento do seu défice em conta corrente (comércio com o exterior, incluindo doações desfavoráveis a Moçambique), levando a uma maior pressão sobre as reservas cambiais e o metical, ou seja, o que se pode esperar é que o metical continue a depreciar-se em relação ao dólar norte-americano, o que vai encarecer ainda mais o custo de vida, visto que as importações ficam mais caras, num contexto em que o país tende a produzir menos e a depender de importações para cobrir o défice produtivo.
A EIU chama atenção também para aumentos das taxas de juro, que agravarão o já alto custo do dinheiro no mercado moçambicano. Calcula que o défice em conta corrente poderá ultrapassar 30% do Produto Interno Bruto (PIB - valor de toda a riqueza produzida no país); as reservas externas podem cair para menos de três meses de importações de bens e serviços (excluindo os megaprojectos) e o metical pode depreciar em cerca de 35% em relação ao ano passado. “A capacidade da economia para suportar esta situação é incerta”, alerta a EIU.
Além disso, as prespectivas de médio prazo do país estão intimamente ligadas ao desenvolvimento de projectos de gás natural financiado por dívida contraídas a empresas estrangeiras; “enquanto as empresas estrangeiras não abandonarem os seus projectos, o sentimento negativo em torno Moçambique torna improvável que estas empresas vão correr para os mercados financeiros no curto prazo”, sublinha a EIU no relatório.


O País

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