Saturday, 20 February 2016

Tensão militar ameaça desenvolvimento económico e social de Moçambique


O aviso é de académicos.





Um clima de instabilidade instalou-se no seio das classes empresarial, académica e política moçambicanas, com a intensificaçao dos ataques da Renamo, no momento em que Afonso Dhlakama reitera que vai governar em Março as seis províncias do centro e de norte, onde reclama vitória nas eleições gerais de 2014.
Vários ataques têm sido reportados nos últimos dias, sobretudo no centro do país, colocando em causa o ambiente de paz no país.
O antigo reitor da Universidade Eduardo Mondlane, professor Brazão Mazula, diz não fazer sentido que, depois de vários anos de paz, Moçambique volte a viver momentos de tensão militar.
Mazula, que foi também presidente da comissão nacional que dirigiu as primeiras eleições multipartidárias, lamenta que o país viva ainda hoje uma intranquilidade política que se arrasta por muito tempo.
Ele dissertava sobre a tensão política no Instituto Superior de Estudos de Defesa, na Matola.
Para aquele académico, pouco importa se ela é de baixa, média ou alta intensidade.
"É uma intranquilidade que deve ser levada a sério, é uma intranquilidade que no meu entender, não se baseia apenas na divergência de compreensão da legislação eleitoral, mas sobretudo na divergência de compreensão do que seja a sociedade moçambicana, do que seja a pátria e a nação moçambicanas", explicou.
Preocupado também com a crise política está o empresariado moçambicano, particularmente o da zona centro, que afirma que a mesma vai ter efeitos negativos não só do ponto de vista económico, como também social.
É que, por exemplo, as empresas não vão poder continuar a pagar salários.
Entretanto, para o antigo número dois da Renamo, Raúl Domingos, é necessário que haja confiança entre o Governo e o principal partido da oposição, de modo a que a paz seja efetiva.
Para aquele político, a paz deve ser resultado de um diálogo, de uma negociação e de um consenso, porque a paz é também feita com confiança, "e se não há confiança, é difícil nós acreditarmos em qualquer coisa que possa ser produzido desse diálogo".



VOA

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