Dissemos, neste mesmo espaço, vezes sem conta, que os acontecimentos dos últimos dias, que têm vindo a ceifar vidas humanas e destruir bens, eram motivos mais do que suficientes para o Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, pôr a mão na consciência. Mas parece-nos que o senhor Nyusi, telecomandado por uma horda de esquizofrénicos, está motivado a empurrar este país para o abismo, à semelhança do seu antecessor.
A título de exemplo, a reunião do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, convocada e dirigida pelo Presidente da República esta semana, pareceu, à primeira vista, uma acção sensata de se louvar. Até porque se deliberou a criação de condições para um encontro com o líder da Renamo, com vista a pôr termo aos ataques e consolidar definitivamente o ambiente de paz e de estabilidade. É sabido que todos os moçambicanos, sobretudo aqueles que, neste momento, sentem na pele os efeitos dessa guerra não declarada, desejam a paz para voltarem a desenvolver as suas actividades e contribuirem para o crescimento do país.
Porém, ficou claro que as intenções do Governo de turno em reunir com a Renamo não passa de uma peça de teatro mal encenada por profissionais de muito mau gosto para os jornalistas anotarem, reportarem e distrairem os moçambicanos dos reais problemas que enfermam o país. A prova disso é que, na mesma semana, a Comissão Política, por sinal dirigida pelo Chefe de Estado, veio afirmar situações diferentes do que foi deliberado na reunião do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, dando a entender que existem dois poderes de decisão dentro do partido.
No seu comunicado, a Comissão Política acusa a Renamo e o seu lider, Afonso Dlhakama, de ameaçarem e matarem os cidadãos, através dos seus homens armados, criando instabilidade e insegurança no seio da nossa sociedade. Após a reunião do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, esperava-se uma postura mais séria e íntegra da parte do partido Frelimo, e não uma tentativa de atiçar o conflito. Na verdade, as acusações levantadas pela Comissão Política revelam que não há vontade de se colocar um ponto final a este conflito armando que tem vindo a tirar o sossego dos moçambicanos.
Portanto, infelizmente, o povo moçambicano continuará a ser usado como besta de carga para legitimar os interesses inconfessáveis dos promotores dessa guerra. Tudo indica que o conflito armado que o país atravessa não é preocupação para o Governo de turno, até porque, dentro do partido Frelimo, prevalece ainda o objectivo de satisfazer os interesses pessoais e partidários em detrimento dos legítimos interesse da maioria.
Editorial, A Verdade, 26 Fevereiro 2016
Moçambique continua um dos países mais pobre do mundo. Nós Moçambicanos tamos cançado com a querra. Tamos cansado de trabalhar fora do nosso país. Queremos a paz
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