Friday, 19 February 2016

Cônsul-Geral adverte portugueses para insegurança em Moçambique


Nota adverte para incidentes entre forças governamentais e homens da Renamo



O cônsul-geral de Portugal em Maputo enviou nesta quinta-feira, 18, um email aos cidadãos lusos em Moçambique a advertir para as “tensões político-militares entre o Governo moçambicano e o maior partido da oposição, Renamo, sobretudo nas províncias do centro", onde, diz “ têm vindo a ser noticiados incidentes, incluindo confrontos armados, alegadamente entre as forças de segurança e defesa e elementos da Renamo”.
No email a que a VOA teve acesso, Gonçalo Teles Gomes lembra que “têm igualmente vindo a ser reportados, nos últimos meses, reincidências de ataques esporádicos contra viaturas civis, na estrada nacional 6, província de Manica e, mais recentemente, no troço da estrada nacional 1, entre o rio Save e a localidade de Muxungue, na província de Sofala”.
Por isso, a representação consular escreve que, enquanto a situação de instabilidade perdurar, para além do acompanhamento do evoluir da situação através da comunicação social, “recomenda-se que a circulação automóvel, particularmente naquele troço, seja acompanhada de medidas adicionais de prudência, vigilância e autoproteção”.
Além dos ataques, o mau estado das estradas devido às chuvas é apontado também como razão para os portugueses terem cuidado ao deslocarem-se pelo interior do país
“Moçambique é considerado um país com algum risco em termos de insegurança e criminalidade”, continua o consul-geral que sugere “a adopção de medidas adicionais de segurança e autoprotecção e a redução de comportamentos de risco, particularmente em espaços públicos”.
O email da representação consular portuguesa em Maputo segue-se a outro enviado ontem pelo Departamento de Protecção e Segurança das Nações Unidos em Moçambique que revelou o ataque a tiros na quarta-feira, 17, a um carro da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que circulava entre Gorongosa e Nhamapaza, em Sofala.
O ataque foi atribuído a um grupo de homens armados não identificados.
O motorista não foi ferido, mas o carro teve o pneu perfurado e marcas de balas na porta traseira.

"Este é um incidente grave e enquanto não temos, neste momento, informações suficientes sobre as circunstâncias em torno do evento, estamos a implementar uma restrição de viagem com efeito imediato (data de hoje 17/02/2016) para todos da missão de campo em Sofala, Manica, Tete e Zambézia", diz a nota a que a VOA teve acesso.



VOA

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