Monday, 12 October 2015

Renamo diz que desarmamento da guarda do seu líder agudiza desconfianças com o Governo


Maputo, 12 out (Lusa) - A Renamo, principal partido de oposição moçambicano, considerou hoje que o desarmamento da guarda do seu líder, Afonso Dhlakama, pode agudizar as desconfianças entre o movimento e o Governo, defendendo soluções práticas para o bem do país.
"Esta atitude [desarmamento dos seguranças de Afonso Dhlakama], em si, demonstra a falta de seriedade pela parte do Governo, que pode agudizar as desconfianças que existem entre nós", disse, em conferência de imprensa, em Maputo, o porta-voz da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), António Muchanga.
Face ao ocorrido na sexta-feira, prosseguiu Muchanga, a Renamo exige que o seu líder seja protegido por uma força conjunta constituída por membros do braço armado do movimento e forças de defesa e segurança moçambicanas.
"Nós não confiamos na Polícia da República de Moçambique e ninguém deve ser obrigado a ser guarnecido exclusivamente por pessoas que não são de confiança", afirmou o porta-voz da Renamo, referindo-se à disponibilidade das autoridades moçambicanas de garantir a segurança de Afonso Dhlakama.
António Muchanga acrescentou que o principal partido de oposição em Moçambique está disposto a negociar soluções práticas com o Governo para o bem de Moçambique, reiterando o compromisso de Afonso Dhlakama com a manutenção da paz no país.
Na sexta-feira, forças especiais moçambicanas invadiram a residência de Afonso Dhlakama na Beira, capital da província de Sofala, centro do país, para exigir armas em posse da sua guarda, cujos membros foram detidos.
Dhlakama acabou por entregar as armas a um grupo de mediadores e os guardas foram libertados mais tarde.
A operação na casa do líder da oposição aconteceu no dia seguinte a Dhlakama ter chegado à Beira, oriundo de Gorongosa, na província de Sofala, onde reapareceu após permanecer cerca de duas semanas em lugar incerto, na sequência de um incidente entre as forças de defesa e segurança e a caravana do presidente da Renamo, no passado dia 25 em Gondola, província de Manica.
A Renamo disse na ocasião que foi emboscada pelas forças de defesa e segurança, que, por sua vez, negaram qualquer ataque e indicaram que apenas se dirigiram ao local para repor a ordem pública, após a morte de um motorista civil e pela qual responsabilizam os homens de Dhlakama.
Em menos de um mês. Houve quatro incidentes graves entre Renamo e forças de defesa e segurança, três dos quais envolvendo diretamente Afonso Dhlakama.Moçambique vive novos momentos de incerteza política, provocada pela recusa da Renamo em reconhecer os resultados das eleições gerais de 15 de outubro do ano passado e pela sua proposta de governar nas seis províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.




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