Wednesday, 28 October 2015

Colinialismo dos pretos





Desde 25 de Junho de 1975, ano da Independência de Moçambique, que não temos paz, no país. Temos conhecido apenas alguns intervalos em que não nos matamos uns aos outros, mas bem longe de paz e tranquilidade. Quando a guerra colonial/guerra de libertação terminou, o povo pensou que havia chegado o momento da paz, porém, isso não passou de um grande equívoco. O invólucro da Independência trazia a semente da guerra, ditadura, exclusão e de intolerância.
A paz está ameaçada porque os libertadores da pátria demonstram ser piores que o antigo colono. O povo opõe-se à colonização de moçambicanos por moçambicanos. Não há um colonialismo mau porque é praticado por estrangeiros nem um bom colonialismo porque é dos nacionais para nacionais. Colonialismo é sempre colonialismo – um sistema de exclusão social, exploração, opressão e de dominação.
Os libertadores da pátria viraram perigosos crocodilos contra o povo pelo qual dizem ter lutado, até mandam as suas tropas para matar os seus opositores políticos. Ontem, diziam que não lutavam para se substituirem o colono na exploração e opressão, mas, hoje, eles são piores os próprios colonos – roubam e enchem os seus bolsos do dinheiro do povo e criam empresas fantasmas como a EMATUM para justificarem os saques.
Os novos colonos ficaram com as minas de carvão, bauxite, grafite e de ouro. Abocanharam as jazidas de areias pesadas, centrais de produção de electricidade e empresas de serviços. Açambarcaram os caminhos-de ferro e portos de águas profundas. Sucataram as TDM, MCEL, EDM, LAM para as comprarem a preço de banana. Com a ganância por comissões, inventaram a EMATUM, um cavalo branco, uma ferida exposta O partido deles virou uma agência de negócios, uma associação para delinquir que ajuda as multinacionais a delapidarem os nossos recursos nacionais.
Os libertadores da pátria para se manterem no poder, pervertem o sentido das eleições e violentam os seus adversários políticos, encarcera-os e, por vezes, mandam a sua polícia atirar com armas de fogo. Ordenam a sua FIR (Força de Intervenção Rápida) fazer emboscadas (a primeira a 12 de Setembro e a segunda a 25 do mesmo mês, em Manica) contra a caravana do o seu principal adversário, Afonso Dhlakama.
A ganância pelo dinheiro fácil subiu à cabeça dos novos colonos. Não entendem que os problemas políticos não se resolvem com assassinatos nem emboscadas. Os que assim procedem mandaram matar outros moçambicanos, sem qualquer julgamento, mesmo com o país independente e órgãos de justiça implantados pelo país todo. Eles não têm moral nem vergonha.
Adolph Hitler, a 12 de Março de 1938, convidou, a um encontro, em Berchtesgaden, nos Alpes Bávaros, o primeiro-ministro austríaco, Kurt Von Schuschining, e lá chegado, apontou-lhe armas à cabeça, obrigando-o a aceitar a invasão das tropas alemães, anexando-a Áustria à Alemanha. À maneira hitleriana, a Frelimo “convidou” Dhlakama a sair das matas e, de seguida, desarmou a sua guarda pessoal, para o manter prisoneiro aos desígnios de um regime de mafiosos.
A safadez e a cobardia da Frelimo parece ser do conhecimento dos mediadores, que, depois do golpe, não repudiaram a sacanice. O bispo anglicano, Dom Dinis Sengulane, o Judas Escariotes, como foi chamado na Beira, diz que há muitas armas em mãos estranhas. Que armas? As que mataram Gilles Cistac, Inlamo Mussa, Paulo Machava, Carlos Cardoso, Danger Man e juiz Silica e tantos outros? As que as Forças de Defesa Segurança usam contra os adversários da Frelimo?
Durante a guerra de libertação nacional (1964/1974), a “psico” colonial usou rádios e avionetas equipadas de megafones para apelarem aos guerrilheiros da Frelimo a fim de se renderem às autoridades coloniais. Mesmo assim, a guerra prosseguiu. A RM e TVM estão empenhadas em tarefas similares. É sinal de que o governo tem a consciência de que não vai vencer a guerra, por isso, alicia os guerrilheiros da Renamo.




Edwin Hounnou. Magazine Independente e Facebook

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