Saturday, 25 July 2015

Novos confrontos entre Exército e Renamo no centro

A Renamo revelou a ocorrência de novos confrontos com o exército desde a manhã de hoje na província de Tete, centro do país, e a fuga de populações para o vizinho Malawi.
O porta-voz da Renamo  disse à Lusa que as posições do braço armado da força política começaram a ser atacadas desde as 10:40 locais, na zona de Ndande, posto administrativo de Zobué, no distrito de Moatize, e que, até ao início da tarde, os confrontos ainda não tinham cessado.
Segundo António Muchanga, as forças governamentais procuravam atacar uma base da Renamo naquela região, mas foram repelidas e "fugiram em debandada", não havendo informações sobre baixas.
A mesma fonte afirmou que as tropas do Governo usaram armamento pesado e atingiram casas de civis e que as populações residentes naquela zona fronteiriça fugiram para o vizinho Malawi.
O Ministério da Defesa remeteu esclarecimentos para as autoridades policiais de Tete, que a Lusa tentou ouvir mas ainda sem sucesso.
Aquela zona de Tete, centro, tem sido palco de confrontos entre Governo e o braço armado do maior partido de oposição, que conserva no local uma das suas bases militares mais importantes.
Há um mês, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, admitiu ter autorizado uma emboscada às forças de defesa e segurança moçambicanas para evitar uma nova movimentação das suas tropas e pediu uma comissão de inquérito parlamentar.
Em declarações à Lusa, Dhlakama disse que a emboscada ocorreu a 14 de Junho, a três quilómetros da base de Mucombeze (Moatize), que reagrupava o braço militar do partido, e avançou que dos confrontos resultaram 45 mortos do lado das forças de defesa e segurança e nenhum do seu, contrariando dados da polícia que referiram apenas um morto e um ferido.
"Não posso esconder, dei ordens", declarou Afonso Dhlakama, acrescentando que a sua força se apercebeu da presença das tropas do Governo a quase cinco quilómetros da base.
No seguimento deste episódio, o chefe da delegação governamental nas conversações de longo-prazo com a Renamo acusou o partido de oposição de violação do Acordo de Cessação de Hostilidades, celebrado a 05 de Setembro de 2014, e que terminou 17 meses de confrontações no centro do país.
A Renamo não reconhece os resultados das últimas eleições gerais e exige a criação de autarquias provinciais em todo o país e gerir as seis regiões onde reclama vitória eleitoral, sob ameaça de tomar o poder à força.

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