Thursday, 11 June 2015

ÁFRICA DO SUL RECUSA PAGAR COMPENSAÇÃO

Dados obtidos recentemente pelo “Notícias” indicam que esta posição foi assumida na contestação que o Ministério da Polícia fez ao processo cível relativamente ao pedido de compensação feito pela família, através do advogado José Nascimento. Da referida contestação, as autoridades sul-africanas simplesmente se recusam a pagar qualquer montante a título de indemnização à família pela morte do taxista, por sinal elemento que garantia o sustento familiar, até que sejam apresentadas provas clarividentes de que a morte de Mido Macie foi causada pelos oito polícias ora expulsos da corporação.
Igualmente, segundo dados avançados ao jornal, o Ministério da Polícia da África do Sul não aceita sentar-se à mesma mesa com a família de Mido Macie ou dos seus representantes legais para discutir o assunto de modo a se encontrar um meio-termo relativamente ao pagamento da indemnização. Todos os contactos até aqui encetados redundaram num fracasso.
Esta atitude contrasta em demasia com a posição que foi assumida pelo Governo de Jacob Zuma e pelo Congresso Nacional Africano (ANC) logo que a morte do taxista foi conhecida, na qual não só apresentaram um pedido de desculpas formais pelo sucedido, como garantiram que tudo seria feito para que a família Macie pudesse receber algum valor a título de compensação. Já passam dois anos sobre a ocorrência do crime e nada está a ser cumprido.
Aliás, no último mês de Abril a família do malogrado taxista já tinha manifestado ao “Notícias” o seu descontentamento face à prolongada morosidade no pagamento da indemnização por parte das entidades do Governo do país vizinho.
Joaneta Macie, mãe do falecido Mido, que falou em nome da família, disse que o seu desapontamento não era só com relação à demora na definição e pagamento do valor da compensação a que a família tem direito, como também na leitura da sentença condenatória a recair sobre os que de forma brutal tiraram a vida ao seu filho.
“Manifesto a minha indignação não só para com as autoridades sul-africanas, mas também com a parte moçambicana que está à frente deste processo, porque não nos dizem nada sobre o que está a acontecer. É um silêncio absoluto. Esta atitude leva-nos a pensar que ninguém se interessa mais do caso. Pedimos que nos digam a verdade para tomarmos outras providências nem que seja para passar por um encontro com o Presidente da República” - disse consternada.
Ela acrescentou que “queremos que nos paguem a indemnização para custear as despesas da escolaridade do filho do Mido e uma casa para ele, pois esse era o sonho do seu pai. Também queremos ajudar os irmãos do falecido que dependiam do seu trabalho. Hoje, devido a dificuldades financeiras, eles deixaram de estudar porque não têm dinheiro e nós, como pais, também não temos capacidade de sustentá-los. Todos dependíamos de Mido”.
Todavia, espera-se que as sessões de julgamento dos oito polícias acusados da morte do taxista sejam retomadas a 27 de Julho próximo no Tribunal de Delmas.


(AIM)

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