Wednesday, 15 April 2015

Xenofobia na África do Su


Dois moçambicanos mortos e dezenas de desaparecidos


Moçambicanos vítimas de xenofobia instalados em centros de acomodação na África do Sul

Cem moçambicanos querem voltar a Moçambique.

Maputo (Canalmoz) – Cerca de 270 cidadãos moçambicanos vítimas da xenofobia na cidade sul-africana de Durban foram instalados em centros de acomodação de estrangeiros, anunciou o Alto Comissariado de Moçambique em Pretória. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, deste número, mais de cem manifestaram interesse em abandonar a África do Sul e regressar a Moçambique. 
“Mobilizámos o Alto Comissariado em Pretória e o nosso Consulado em Durban para fazer a avaliação no local e começar a preparar as condições de evacuação dos nossos cidadãos”, disse Fernando Manhiça, director de Assuntos Jurídicos e Consulares do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em entrevista à Rádio Moçambique.
Segundo as autoridades de Moçambique na África do Sul, mais de 500 cidadãos estrangeiros, na maioria moçambicanos, perderam os seus bens devido à violência xenófoba, encontrando-se refugiados em centros de acolhimento temporário em Durban.
Para fugir dos altos índices de pobreza em Moçambique, muitas pessoas, principalmente jovens das zonas rurais do Sul do país, emigram ilegalmente para o país vizinho, à procura de melhores condições de vida numa das economias mais avançadas da África Austral.
Em resposta aos ataques xenófobos, o Governo moçambicano prevê a criação de um centro de trânsito em Beluluane, no posto administrativo da Matola-Rio, na província de Maputo, para acomodar temporariamente os cidadãos moçambicanos vítimas da xenofobia na África do Sul.
Falando na noite de terça-feira, após a reunião do Conselho de Ministros, o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Balói, disse que já estão criados mecanismos para facilitar o regresso dos moçambicanos que desejam vir para Moçambique. Segundo Oldemiro Balói, o Governo já criou condições logísticas de transporte e um centro de trânsito na zona de Ressano Garcia, para permitir o regresso de todos os cidadãos interessados. São mais de cem que querem regressar.
Segundo as autoridades de Moçambique na África do Sul, na sexta-feira dois moçambicanos foram mortos em ataques xenófobos num bairro de Durban.
Recorde-se que, em 2008, morreram 72 estrangeiros, vítimas de ataques xenófobos nos bairros suburbanos da África do Sul.
Esta nova vaga de violência teve início poucos dias depois de o rei zulu, Goodwill Zwelithini, a mais alta autoridade tradicional de Kwazulu-Natal, uma província a leste de Durban, ter desafiado os estrangeiros “a fazer as suas malas e ir embora” do país. A declaração daquela autoridade tradicional foi antecedida de uma intervenção similar do filho do presidente sul-africano, Jacob Zuma. Dias depois explodiu a onda de xenofobia. 



(Redacção com Raimundo Moiana)



Canalmoz

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