Friday, 3 April 2015

Três guerrilheiros da Renamo detidos na província de Gaza -- Rádio Moçambique

 


 As Forças de Defesa e Segurança moçambicanas capturaram três guerrilheiros da Renamo, maior partido de oposição, na quinta-feira, após um incidente entre as duas partes na província de Gaza, sul do país, informou hoje a Rádio Moçambique.
Segundo a emissora pública moçambicana, os três homens da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), um dos quais estrangeiro, de nacionalidade não divulgada, participaram num ataque a uma posição do exército na quinta-feira em Gaza, mas o principal partido de oposição atribui a responsabilidade às forças do Governo.
Os guerrilheiros, adiantou a Rádio Moçambique, foram detidos no mesmo dia em três pontos distintos da província de Gaza (Macarretane, Chihaquelane e Xai-xai) e eram provenientes da província vizinha de Inhambane, tendo recebido ordens do presidente do partido, Afonso Dhlakama, para se instalarem na província de Maputo.
Contactado pela Lusa, o porta-voz da Renamo, António Muchanga, disse desconhecer as detenções, mas estranha que elas possam ter sido realizadas em lugares bastante distantes do incidente de quinta-feira, em Guijá, na província de Gaza.
A polícia moçambicana na província de Gaza acusou homens armados da Renamo de terem atacado na quinta-feira uma posição do exército do país na região, mas o movimento devolveu a acusação ao exército.
Citando o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Gaza, Jeremias Langa, o Notícias, diário detido pelo Estado, afirma que cerca de cem homens armados da Renamo atacaram na tarde de quinta-feira uma posição das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), no distrito de Guijá, sem provocar vítimas.
Langa afirmou que a força da Renamo que atacou a posição do exército tem vindo a movimentar-se no distrito de Guijá desde março, acrescentando desconhecer as razões da sua presença na zona.
O porta-voz da PRM em Gaza exortou a população de Guijá a manter-se calma, garantindo que as autoridades têm a situação sob controlo.
António Muchanga rejeitou a acusação, acusando o exército de abrir fogo contra os homens armados do movimento.
"Os homens armados da Renamo foram atacados, a iniciativa de abrir fogo não partiu deles", declarou Muchanga.
O porta-voz do principal partido de oposição em Moçambique afirmou que os homens armados da organização se deslocaram à província de Gaza, após terem saído da província de Inhambane, sul do país, para evitar confrontos com as forças de defesa e segurança moçambicanas, que alegadamente se aproximaram das posições do braço militar da Renamo.
"Os homens da Renamo estavam posicionados em Inhambane, no quadro dos acordos de cessação das hostilidades, mas tiveram de se movimentar para evitar confrontos com o exército", afirmou o porta-voz do principal partido de oposição.
A Renamo e o Governo têm vindo a trocar acusações sobre supostos desdobramentos de homens e meios, no quadro da tensão política prevalecente no país, resultante da recusa do movimento de aceitar a derrota nas eleições gerais de 15 de outubro, e da polémica à volta de um projeto de lei do movimento, que exige autonomia nas províncias em que saiu vencedor nas eleições.
O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, ameaça tomar pela força o poder, caso o projeto do seu partido seja chumbado no parlamento, assegurando que a instabilidade não se iria limitar às zonas tradicionais do centro de Moçambique, mas atingiria a própria capital, Maputo.

 

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