Friday, 27 March 2015

Apelo ao terror no Comité Central da Frelimo


Guebuza apela aos membros da Frelimo para transformarem o sonho dos outros em pesadelo


Jorge Rebelo diz que Guebuza quer intimidar os outros.
 

Óscar Monteiro diz que agora é “personagem do cinema mudo”




 Começou ontem, quinta-feira, na Matola, a IV Sessão Ordinária do Comité Central do partido Frelimo.
No acto da abertura, o presidente da Frelimo e antigo Presidente da República, Armando Guebuza, fez um discurso intimidatório, demonstrando que continua e vai continuar a mandar e que vai combater todo o tipo de intervenção independente por parte dos membros do seu partido na imprensa.
A entrevista mais recente de Teodato Hunguana, em que apontava como hipótese natural a saída de Guebuza da presidência da Frelimo, parece ter sido o fio condutor da elaboração do discurso de Guebuza. Chamou aos seus pares “barulhentos” e “perturbadores”, adicionando mais vocábulos pejorativos ao seu vasto repertório de insultos aos adversários.
“Preocupa-nos a postura e comportamento de alguns camaradas, que publicamente engendram acções que concorrem para perturbar o normal funcionamento dos órgãos e das instituições e para gerar divisões e confusão no nosso seio”, disse Guebuza no seu discurso de abertura, intitulado “Povo moçambicano: entre mudar por mudar e mudar para mudar a sua vida para melhor”.
No seu discurso, Guebuza disse também: “A nossa referência são os órgãos. Nós fazemos o que os nossos órgãos decidem e orientam”. E mais adiante: “Saibamos que os nossos adversários não nos querem e nunca vão querer-nos por bem”.
Guebuza declarou que os “barulhentos” e “perturbadores” não querem uma Frelimo forte, omnipresente e popular, não querem ver o Governo e Filipe Nyusi fortes e firmes.
Transformar o sonho dos adversários em pesadelo
Guebuza afirmou que os seus adversários batalham dia e noite para que o sonho deles seja materializado. “Cabe a nós, hoje como ontem, batalharmos, sempre unidos, coesos e firmes para que esse seu sonho se transforme em pesadelo”, promete Guebuza.
Lembrou que a Frelimo e os seus membros de cartão e de coração são capazes disso, e ordena: “Sintamo-nos donos desta pátria, una e indivisível”.
Por outro lado, o actual presidente do partido Frelimo, Armando Guebuza, deu a conhecer a sua concepção de democracia: “Não é a alternância em si que dá vitalidade à democracia. É, isso sim, a sua possibilidade”.
Também expôs a sua concepção sobre o papel do povo na democracia, afirmando que a Frelimo não dá hipótese ao povo moçambicano para fazer mudanças, porque, segundo Guebuza, a Frelimo, ela própria, chama a si a tarefa de operar mudanças.
“Enquanto assim for, o nosso povo especial, não sentirá a necessidade de perverter o sentido da democracia, mudando apenas por mudar”, disse.
A IV Sessão do Comité Central da Frelimo termina no próximo domingo, 29 de Marco.




Canalmoz

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