Tuesday, 13 January 2015

Chuvas interrompem ligação entre centro e norte de Moçambique

Chuvas interrompem ligação entre centro e norte de Moçambique Casas debaixo das águas em Mocuba, numa imagem do canal de televisão STV


A Estrada Nacional Número Um (EN1) está desde ontem cortada na região de Mocuba, província da Zambézia, na sequência dos grandes volumes de água que estão a ser drenados pelo rio Licungo. A situação afecta a ligação rodoviária entre o Centro e o Norte do país, segundo reporta hoje o jornal Notícias.
Enquanto isso, e na sequência das intensas chuvas que continuam a cair naquela região, o Centro Nacional Operativo de Emergência instou ontem à população ribeirinha, dos distritos da Maganja da Costa e Namacurra, para se retirar imediatamente das zonas de risco. 
A Direcção Nacional de Águas (DNA) e o Centro Nacional Operativo de Emergência comunicaram que a bacia do Licungo se encontra em alerta máximo devido à ocorrência de chuvas fortes em quase toda a província da Zambézia, sobretudo nas zonas altas de Guruè (224 milímetros) e Mocuba (102.2 milímetros).
Esta chuva resultou na subida instantânea e acentuada do rio Licungo, provocando o transbordo e o galgamento das pontes sobre o rio Licungo e Lugela, em Mocuba, interrompendo a transitabilidade das vias entre a cidade de Mocuba e o distrito de Lugela e Mocuba/posto administrativo de Mugeba, esta última que constitui a principal ligação através da EN1.
Segundo a DNA, prevê-se que esta onda de cheias, que já é considerada como sendo histórica na região, se propague causando subida significativa dos níveis hidrométricos no baixo Licungo, provocando inundações ao longo do seu curso e nas planícies adjacentes ao rio nos distritos de Namacurra e Maganja da Costa.
Neste sentido, a população de Nante, Vila Valdez, Yassopa, Munda-Munda e Ntabo, em Maganja e Furquia, Nbaua, Muebele e Malei, em Namacurra, é instada a retirar-se imediatamente das zonas de risco para as zonas altas.
Recomenda-se, de modo específico, às populações das áreas de risco a evitarem a travessia dos rios ou cursos de água em locais sem ponte, a retirada de bens e instrumentos de produção das margens dos rios e a não apanharem objectos estranhos arrastados pelas águas.
Com relação à EN1, dados da nossa delegação na Zambézia dão conta que o corte se verificou por volta das quatro horas da manhã, e a violência das águas provocou erosão num dos encontros da ponte sobre o Licungo que estava submersa.
Tanto num como noutro lado da ponte perfilavam dezenas de viaturas que aguardam que a situação voltasse a normalizar-se para prosseguir viagem.
Muitas casas nas margens do rio ficaram destruídas e ou inundadas, e avançava-se a possibilidade de dois mortos, facto entretanto não confirmado pelas autoridades. A situação encontrou desprevenidas centenas de passageiros, camionistas e particulares que pretendiam seguir viagem quer para o norte quer para o sul do país.
Dados preliminares apontam que pelo menos 15 mil famílias estão na condição de afectadas em Mocuba, parte das quais vive numa margem e trabalham noutra.  
De igual maneira, não há ligação com os distritos a norte da Zambézia, como sejam Guruè, Ile, Namarrói, Alto-Molócuè e Gilé.
O nível de alerta da estação de Mocuba é de seis metros e ontem o rio estava para além dos 12 metros, visto que a escala ficou submersa, recordando uma situação igual registada em 1971.
Ainda ontem recebemos informação dando conta que a estrada Mocuba/Milange também está interrompida porque cinco camiões estão atolados na lama no troço em asfaltagem (Alto-Benfica/Geral) a 102 quilómetros de Mocuba.
Daquele número, quatro camiões de grande tonelagem já tinham tombado com respectiva carga.


RM

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