Tuesday, 2 September 2014

Governo e Renamo confirmam reaparecimento de Afonso Dhlakama em Maputo

Para encontro com Armando Guebuza


O Governo e a Renamo confirmaram na segunda-feira, no final da 75a ronda de negociações, o reaparecimento e a chegada a Maputo na próxima quinta-feira, 4 de Setembro, do presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, para um encontro com o Presidente da República, Armando Guebuza.
O encontro, segundo anunciaram as partes, deverá realizar-se na sexta-feira, 5 de Setembro, em lugar que será anunciado pelo Governo mediante o entendimento com a Renamo.
As partes reuniram-se ontem para discutirem aspectos relacionados com “o encontro de alto nível” entre Dhlakama e Guebuza, visando homologar os documentos assinados, designadamente a declaração do cessar-fogo.
O “Canalmoz” soube que, para além da homologação, Armando Guebuza e Afonso Dhlakama, vão discutir outros aspectos importantes da vida política, económica e social do país.
O ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, que chefiou a delegação do Governo, disse a jornalistas que a segurança e as condições logísticas e protocolares já estão criadas.
Segundo o ministro Muthisse, quando acontecer o encontro entre Armando Guebuza e Afonso Dhlakama, “todos aqueles que ainda têm dúvidas se podem viajar, fazer negócios e outras actividades, sobretudo no troço Save-Muxúnguè, sentir-se-ão mais encorajados”.
Por outro lado, o chefe da delegação da Renamo, o deputado Saimone Macuiana, também disse que a essência da 75a ronda foi a preparação do encontro e a discussão sobre as garantias e todas as condições, sobretudo de segurança para que “o encontro não falhe”.
Confirmou que Afonso Dhlakama chega na quinta-feira a Maputo para, no dia seguinte, sexta-feira, se encontrar com o Presidente da República.
Segundo Macuiana, deste modo Afonso Dhlakama está a criar um ambiente para a paz, harmonia, reconciliação nacional e estabilidade.
O negociador-chefe da Renamo disse que recebeu garantias do Governo de que “as condições logísticas, protocolares e de segurança estão sendo criadas”.
A Renamo continua a insistir em que os documentos assinados sejam levados à Assembleia da República para a sua aprovação, de modo a torná-los documentos jurídicos de cumprimento obrigatório.
As partes voltam a reunir-se na tarde desta terça-feira para a assinatura das actas do encontro da segunda-feira e para discutirem outros aspectos relacionados com o presente processo de negociações.
Na quarta-feira, completam-se os dez dias dos previstos nos Termos de Referência adoptados pelas partes para o início da chegada da missão dos observadores militares internacionais comandados pelo Botswana, coadjuvado pela Itália, e que integram a África do Sul, Cabo-Verde, o Reino Unido da Grã-Bretanha, Portugal, o Quénia e o Zimbabwe.
Segundo os referidos Termos de Referência, os observadores internacionais começam a chegar, para uma missão de 135 dias, dez dias depois da assinatura da declaração do cessar-fogo, que aconteceu no passado dia 18 de Agosto, e deverão estar instalados em Maputo, Inhambane, Sofala, Tete e Nampula, para a supervisão da implementação dos acordos e fases subsequentes.



(Bernardo Álvaro, Canalmoz)

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