Friday, 8 August 2014

Depois da imprensa, a saga continua

 

G40” toma de assalto órgãos das magistraturas judicial e administrativa


Maputo (Canalmoz) – Está a atingir níveis retumbantes a indicação para cargos públicos dos cidadãos que actuam como agentes de propaganda ideológica do partido do poder e de Armando Guebuza, e que são mais conhecidos como “G40”.
Os membros do famigerado “G40” constam numa lista feita pelo regime e publicada pelo jornal “Savana”. A pandemia começou com os membros do “G40” a serem designados como directores de informação dos órgãos de prestação de serviços ao partido Frelimo. Começou no jornal “Notícias”, com a indicação de Jaime Langa. Depois seguiu-se o jornal “Público”, para onde foi indicado Samora Nuvunga. Seguiu-se a televisão “Miramar”, para onde foi indicado Rafael Shikane. Todos fazem parte da lista do “G40”, criado pelo regime para se especializar em exaltar Guebuza e insultar a oposição e qualquer pensamento que não satisfaça os interesses do regime.
Depois de ter controlado quase toda a imprensa, o “G40” está a caminho da dominação da Justiça. Os primeiros elementos já lá estão. A Assembleia da República elegeu ontem os novos membros do Conselho Superior da Magistratura Judicial (CSMJ) e do Conselho Superior da Magistratura Judicial Administrativa (CSMJA). Dos membros eleitos, salientam-se os juristas Filimão Suaze e Alexandre Chivale. Filimão Suaze foi eleito para o CSMJA e Alexandre Chivale para o CSMJ. Ambos foram propostos pela bancada parlamentar da Frelimo. São membros do “G40” e praticam repetidamente o mesmo ritual de exaltação a Guebuza e insultos à oposição e a qualquer voz divergente.


Outros eleitos


São ao todo sete membros eleitos, incluindo Chivale e Sauze. O CSMJA, para além de Sauze, vai passar a incluir Rodrigues João, também proposto pela bancada parlamentar da Frelimo. Para o CSMJ, foram eleitos, para além de Chivale, os juristas Luzia Raimundo Jamal Munete, Manuel Lapucheque, Pedro Amós Cambula e Francismo João Dias. Este último foi proposto pela bancada parlamentar da Renamo. À luz do critério da proporcionalidade, o MDM não pôde propor nenhum membro.



Canalmoz

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