Thursday, 12 June 2014

Militares insistem em escoltar colunas e são atacados junto à vila de Muxúnguè


O ataque teve inicio cerca das 17h05 e durou cerca de vinte minutos. Como a nossa Reportagem pode testemunhar, no local, não houve mortos nem feridos, mas dois morteiros disparados pelas forças governamentais destruíram parcialmente a única capela da Igreja Católica local.

Muxungue (Canalmoz) – A situação continua caótica no troço Muxúnguè Save, e com a factura a sobrar para os inocentes. Na quarta-feira, muitos automobilistas e passageiros voltaram a recusar-se a fazer parte das colunas escoltadas pelas Forças Amadas de Moçambique e pela Força de Intervenção Rápida.
As tropas governamentais, que estão no local por ordens do presidente Guebuza, insistiram em levar pessoas. A referida coluna foi atacada por volta das 17 horas, quando saía de Save para Muxúnguè. O ataque aconteceu mesmo à entrada da vila, logo que sobressaiu o blindado do Exército.
Na fuga da coluna, três viaturas, sendo dois camiões e um carro ligeiro, ficaram imobilizadas, fechando a via temporariamente. Não houve vítimas, mas instalou-se um grande alvoroço na vila, com as pessoas a correrem dum lado para o outro, enquanto as FADM trocavam tiros com supostos guerrilheiros da Renamo.
O ataque de hoje confirma a tese dos automobilistas que se recusaram a sair com a escolta militar. Na manhã de quarta-feira, um dos automobilistas que estava no Save e que se recusou a sair com a coluna disse ao Canalmoz que os ataques militares que têm acontecido ao longo do troço são devidos à presença das FADM e da FIR.
Segundo aquele automobilista, que recebia concordância dos demais à sua volta, se não houvesse escolta militar naquele troço, a circulação de viaturas e pessoas seria feita sem nenhum problema. Segundo disse, as viaturas que são atacadas são as que aceitam transportar militares e agentes da FIR.
Carlos Simango, um dos motoristas que também se recusou a sair, disse que não pode sair porque o Governo não se vai responsabilizar, caso a viatura seja atacada por balas.
O director da sua empresa de transporte de passageiros deu ordens expressas para não transportar militares.
“Os nossos patrões têm-nos estado a pedir todos os dias para não transportar militares nos nossos autocarros, porque, se forem atacados ou queimados, a responsabilidade é dos automobilistas”, disse, acrescentando que ninguém quer militares naquele troço.

(José Jeco)



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