Tuesday, 24 December 2013

RENAMO VOLTA A “GAZETAR” SESSÃO DE DIÁLOGO

Maputo, 23 Dez (AIM) – Mais uma vez, a Renamo faltou a sessão do diálogo com o Governo moçambicano, que havia sido agendado para a manhã de hoje, para resolver as preocupações que afligem o maior partido político da oposição em Moçambique.
A sessão de hoje, segundo o Governo, tinha como principais pontos da sua agenda discutir os termos de referência sobre o papel e o âmbito de intervenção dos Observadores nacionais, no caso vertente o académico, Lourenço do Rosário e o Bispo dos Libombos, Dom Dinis Sengulane.
O chefe da delegação do Governo e Ministro da Agricultura, José Pacheco, disse que o Executivo tem estado a analisar e acomodar algumas posições da Renamo sobre a presença de terceiros.
Nós já acomodamos a presença de observadores nacionais, mas convidamos a Renamo para que, em sede de diálogo, possamos estabelecer os termos de referência da participação destes”, disse Pacheco.
Contudo, a Renamo condiciona o diálogo a presença de facilitadores nacionais, algo que o Governo recusa, pois entende que ainda não foi esgotada a capacidade interna.
A Renamo, por seu turno afirma que as entidades e personalidades por si convidadas para integrarem o diálogo com o Governo moçambicano já manifestaram a sua inteira disponibilidade para o efeito.
As personalidades e entidades contactadas estão abertas para ajudar o país a ter uma negociação construtiva para o bem do povo de Moçambique. Todas são unânimes em reafirmar a sua disponibilidade em ajudar as partes e tomar parte do processo quando forem convidados pela Renamo e o Governo”, disse Saimon Macuiane chefe da delegação da Renamo e deputado do mesmo partido na Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano.
A Renamo defende ainda que é politicamente legal que as personalidades e entidades sejam convidadas oficialmente por mútuo acordo entre a Renamo e o Governo.
Macuiane que falava hoje, em conferência de imprensa, em Maputo, recusou-se a adiantar os nomes das entidades e personalidades convidadas pela Renamo, afirmando “como se sabe nós submetemos os nomes de forma oficial a Sua Excelência Senhor Presidente, Armando Guebuza. Por isso, julgamos que ele é que deverá ser a primeira pessoa a se pronunciar sobre os nomes que estão inclusos na carta enviada a ele.”
Segundo Macuiane, a carta foi endereçada a 6 de Dezembro corrente.
Nós escolhemos a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e a comunidade internacional como um dos órgãos que achamos idóneas e que podem dar a sua contribuição para pacificar o nosso país”, disse.
Macuiane explica que o seu partido viu a necessidade de insistir na presença de observadores nacionais e facilitadores internacionais depois que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique decidiram tomar a base militar da Renamo a 21 de Outubro último, onde se encontra instalado o seu líder, Afonso Dhlakama.
A mediação e observação são extremamente importantes. Tem que haver um acordo de princípios em relação a presença da mediação e observação. Esperamos que por vias dos canais que já estamos a utilizar há cerca de dois meses o Presidente possa, em tempo útil, responder àquilo que achar melhor, e a partir daí podermos avançar”, referiu.
Não compreendemos porque é que nós, como moçambicanos, podemos recusar qualquer apoio de boa vontade para nos ajudar”, acrescentou.
Questionado se o seu partido estaria satisfeito com a decisão do Governo de aceitar a participação de observadores nacionais, Macuiane respondeu “a partir do dia 21 de Outubro o cenário político mudou. E nestes termos a Renamo e o seu presidente exigem a presença da mediação nacional e internacional”.
Refira-se que o Governo decidiu aceitar Lourenço do Rosário e Dom Dinis Sengulane para se sentarem na mesa do diálogo como observadores.
A Renamo reitera que aguarda, a qualquer momento, a resposta do Presidente moçambicano, solicitando a indicação dos possíveis facilitadores e observadores ao diálogo.
O diálogo encontra-se interrompido desde Outubro último, quando a Renamo decidiu condicionar a sua prossecução à presença de facilitadores nacionais e observadores internacionais.

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