Sunday, 27 October 2013

Exército moçambicano "tem identificado local onde está" Dhlakama -- fonte militar

Gorongosa, Moçambique, 27 out (Lusa) - As forças do exército moçambicano que na segunda-feira tomaram a base da Renamo em Sadjundjira, expulsando dali o líder do partido da oposição, Afonso Dhlakama, sabem onde este se encontra, disse à Lusa uma fonte militar sob anonimato
"Está lá em cima" disse, apontando para a serra da Gorongosa, que domina a base de Sadjundira.
"Está na margem do rio Vunduzi, entre duas montanhas", acrescentou, referindo uma primeira serra, visível da base, que tem atras de si uma outra elevação, da qual está separada por aquele rio, que nasce na Gorongosa.
A mesma fonte, que acrescentou pormenores sobre o alegado estado de saúde do líder da Renamo, recusou afirmar se decorrem operações para a sua captura.
"Se fosse para o apanhar, já tínhamos saído", disse, por sua vez, um soldado ali estacionado.
Durante a presença da Lusa, hoje, de manhã, naquela antiga base da Renamo, foram ouvidos, por duas vezes, disparos de armas automáticas.
Durante a noite, a Vila da Gorongosa a 30 quilómetros da base foi acordada por disparos de armas, disseram vários populares à Lusa, numa incidente confirmado pelo padre católico, Adérito.
António Castigo, jornalista da rádio comunitária da Gorongosa, assegurou que os tiros foram provocados "por um soldado embriagado".
Uma outra fonte militar disse que, na noite de sábado, "foram vistos 300 homens carregando sacos de arroz, vindos da Casa Banana (antigo quartel general da Renamo, durante a guerra civil) e a caminho da montanha" onde estará Dhlakama.
"Pensamos que tenham criado aquele incidente ontem para poderem passar melhor pela montanha", disse, referindo-se a um ataque no sábado a uma viatura em Muxúngué, 250 quilómetros a sul, que causou um morto, mas que hoje foi repudiado pela Renamo.
A presença de jornalistas na base de Sadjundjira é permitida pelas autoridades, mas os militares estão proibidos de prestarem declarações.
A caminho da base, numa picada de 30 quilómetros desde e a estrada nacional, veem-se cenas de uma vida "a dois tempos" - mulheres lavam, tranquilas, roupa nos riachos; outras, com filhos, galinhas e roupas, fogem da região, com medo do que está para vir.
"Não podemos ficar aqui, não estamos tranquilos com todos estes homens por aqui", disse Lúcia, rodeada de filhos, galinhas e cabritos, de partida para a Vila da Gorongosa, na caixa aberta de uma camioneta.


 

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