Thursday, 10 October 2013

Diamantino chora e pede desculpa


«A única coisa que quero dizer é pedir desculpas a toda a gente que se sentiu lesada e principalmente a todos os que não têm nada a ver com isto: o povo moçambicano, que levo no coração», disse, há minutos, Diamantino Miranda, treinador português do Costa do Sol, reagindo, em conferência de imprensa, à ordem de deixar Moçambique por parte do Ministério do Trabalho, na sequência das declarações que proferiu, numa discussão com jornalistas, no final do jogo oom o Vilankulo, no último sábado.
Diamantino Miranda emocionou-se, a voz embargou e não conseguiu conter as lágrimas. E explicou o contexto em que acusou os jornalistas de ser «venderem por um prato de sopa» e de ter dito «aqui é só ladrões», declaração que o Governo moçambicano considerou uma ofensa ao Estado e ao povo.
«Tive uma discussão com uma pessoa, que só a meio da conversa percebi ser jornalista, depois de ter sido provocado. Uma discussão já depois do flash-interview e quando estava a caminho do autocarro. Vim a saber que a discussão - um assunto privado - foi gravada sem o meu consentimento. E só foi pena que não tenha gravado ou divulgado a conversa toda para que se percebesse da provocação de que fui alvo», começou por revelar, sem esconder que se, mesmo tendo em conta que se encontrava «exaltado», se excedeu.
«A discussão descambou, tenho a consciência de que fui duro no que disse e reconheço que posso ter ferido a suscetibilidade das pessoas, mas há que perceber o contexto e nunca pensei que o caso tivesse esta dimensão», explicou.
«Sempre tive a maior consideração pelo povo moçambicano. Tenho recusado outros convites porque gosto de estar aqui. Muitas vezes dei entrevistas e falei do quanto admiro este País e este povo e do potencial que os futebolistas moçambicanos têm. Sempre vesti a camisola de Moçambique, literalmente, em grandes jogos das seleções, do futebol ao basquetebol. Peço desculpa aos amigos que desiludi, mas nunca diria nada de negativo do povo moçambicano, que, repito, levo no coração. Só espero que a verdade venha ao de cima, que as pessoas percebam realmente o que se passou, das provocações de que fui alvo e que um dia possa regressar a Moçambique para trabalhar novamente», concluiu.

48 horas para deixar o País

Depois de ter sido notificado pelo Ministério do Trabalho de que a sua licença de trabalho foi revogada, Diamantino Miranda tem 48 horas para deixar Moçambique, o que deve acontecer sábado.   
Alfonso Filho , A Bola
 

   

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