Por: Afonso Brandão
A situação em Moçambique está confusa eperigosa. Está instalada a possibilidade do País voltar à Guerra novamente, às décadas de 80 e 90 de triste memória, e deitar pela «janela fora» 39 anos de Paz, Estabilidade, Harmonia e Progresso alcançado com muito esforço. O Futuro de Moçambique e dos Moçambicanos está em causa e é urgente que se encontre mediação convergente séria. Portugal podia ter aqui um papel importante. Os dois principais Partidos Políticos não se entendem. Nunca se entenderam. As causas são profundas e longínquas, não são de ontem nem de hoje, existem de parte-a-parte, e nunca foram "limadas" nem discutidas com seriedade e vontade desde a Independência do País. É um facto irrefutável, convenhamos. Sempre faltou diálogo e vontade política. E a segurança e estabilidade estão agora em jogo, quer para as populações nacionais, quer para os estrageiros a viverem em Moçambique.
As culpas são recíprocas, a falta de diálogo tem sido constante entre a FRELIMO e a RENAMO. Não pretendemos, agora e aqui, encontrar a verdadeira culpa, de quem é que tem razão ou não tem razão. Mas colocar em causa a estabilidadedo país, «a troco de nada» --isto é, de poderes gananciosos há muito instalados -, pode trazer consequências trágicas para todos e isso ninguém quer mais....O Povo já sofre demais para voltar a sofrer «o retorno» duma nova à Guerra, que seria duplamente trágica para todos e de consequências imprevisíveis. Construir leva anos; destruir, senhores, leva segundos...
Há muitos interesses envolvido --- obscuros e perigosos, inclusivamente ---, que terão de ser tomados em conta.
A RENAMO não pode pegar em armas de ânimo leve nem a FRELIMO pode provocar situações que levariam uma coisa à outra.
As Eleições têm provado -- quer queiramos, quer não --- que o Povo Moçambicano deseja Harmonia, Paz e Progresso. Só assim o País pode florescer e fortificar a sua Economia para "cativar" investimento Nacional e Estrangeiro. O Povo Moçambicano está cansado de guerras e quezílias partidárias. O que as populações querem mesmo é ver «a sua vidinha» a andar para a frente, poder sustentar os seus e progredir. O Povo continua a sofrer e as suas vidas continuam miseráveis, sem horizontes de Futuro, "a raiar" o limiar da pobreza confrangedora.
Está tudo por fazer em termos sociais e educativos, quer nas áreas da Justiça, da Saúde e também das Políticas Internas que têm sido incrementadas pelo Partido no Poder de forma irresponsável. Isso está bem patente nas populações e nodescontentamento generalizado desta. O País tem sido, em suma, um "el dourado" (mais) para os "estrageiros oportunistas" que nos procuram --- quem o diz é o próprio cidadão moçambicano --- do que para os próprios Moçambicanos, que são considerados ultrapassados por serem "encarados" como uns analfabetos sem qualificações suficientes. Isto é um facto constatado e pode ser perigo. E de quem é a culpa? E de quem tem sido a culpa ao longo destes anos todos...?!
Não nos venham dizer, agora, volvido que são 39 anos, de que foi/é do Colonialismo Português porque "este" há muito não está connosco e não corresponderia à verdade. O Partido no Poder, a FRELIMO, é que pouco fez para combater o analfabetismo ao longo destes últimos 39 anos de Independência e de Liberdade quanto à sua população; limitou-se, issosim, a deixar tudo como estava quando os portugueses daqui partiram, em 1975....
Não houve registos evidentes de progresso no campo da Educação e o povo continuou ignorante na sua grande maioria. Só muito recentemente é que se tem verificado algum avanço nesta e noutras áreas, mas (muito) lentamente. Tudo foi desleixado no nosso País em consequência da guerra estúpida que se travou em Moçambique, nas décadas de 80 e 90, entre aRENAMOe FRELIMO. Ou povo tem memória curta?! Pensamos que não tem. A verdade é que nada foi feito em prol da continuidade. A construção civil estagnou, o alcatrão das estradas desapareceu, o saneamento sanitário "foi de férias", as condições essenciais de vida dos moçambicanos deixaram de existir, os indianos, na sua maioria,em suma, é que "aguentaram" o pequeno comércio local, de Norte a Sul do País, etc., etc., etc.. E tudo isto em nome da guerra e dos interesses políticos instituídos... Entendemos que a RENAMO "peca" ---e perde! ---por não ter pessoas e quadros qualificados em número suficiente; a FRELIMO "ganha" --- e sempre ganhou! --- com as sucessivas eleições realizadas no País e por isso mesmo nunca «mexeu uma palha» para alterar fosse o que fosse. O problema é mais complexo do que pensamos e não se resolve do pé para a mão. Mas somos de opinião, aqui chegados, de que a FRELIMO e a RENAMO deviam sentarem-se à mesma mesa e negociar, de uma vez por todas, «os pontos que os separam» para chegarem a um consenso de partilhas de poder (ou do que quer que seja!), caso contrário, a tensão em Moçambique pode agravar-se ainda mais e perder o controle.
A própria RENAMO, através do seu porta-voz já vem dizer, em tom de aviso, que o seu Líder «já não tem controlo sobre os seus homens...» Se isto não é assustador não sei o que será...
A Comunidade Internacional acompanha, entretanto, a par-e-passo, a evolução deste conflito instalado que está para durar se não houver bom senso de ambas as partes.
Esperemos que toda esta confusão não passe de uma simples tempestade «em copo d' água» e de "birrinhas" comuns de traz por casa...
O AUTARCA – 24.10.2013 , citado no Moçambique para todos
Mas isso tudo é para o que? Querem para que Moçambique volte mais atrás né? Porque lá em gorongosa está cheio de militares ? E o que está escrito na nossa constituição da república sobre as fadm?
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