Monday, 4 March 2013

Audição de polícias acusados da morte de taxista moçambicano adiada para sexta-feira


A justiça da África do Sul adiou hoje para sexta-feira a audição em tribunal dos oito polícias sul-africanos acusados da morte de um taxista moçambicano para permitir a identificação dos suspeitos por testemunhas.
A audição, para decidir se os arguidos poderiam ser libertados sob caução, estava prevista para hoje, mas o tribunal quer antes verificar se os oito polícias incriminados, actualmente em detenção, são de facto os autores do crime, através da identificação por testemunhas.
"O caso fica adiado para 08 de março para a audiência de libertação sob caução", declarou o juiz Samuel Makamu.
Em causa está a morte do moçambicano Mido Macia, de 27 anos, na esquadra da polícia de Daveyton, nos arredores de Joanesburgo, após ser filmado a ser amarrado à traseira de uma carrinha policial e arrastado por 400 metros, imagens que estão a chocar o país e o mundo.
A autópsia revelou que o jovem taxista, residente na África do Sul desde os 10 anos de idade, morreu duas horas e meia após sofrer ferimentos na cabeça e uma hemorragia interna.
Além de querer identificar os oito polícias, a justiça sul-africana quer também saber, segundo o canal informativo eNCA, se o homem foi agredido pelos agentes no interior da esquadra, o que os tornaria culpados de homicídio premeditado, punível com pena de prisão perpétua.
As agressões, já condenadas pelo presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e pela comissária nacional da polícia do país, Riah Phyiega, suscitaram a reprovação internacional, meses após a tragédia da mina de Marikana, palco do pior fuzilamento policial desde o apartheid e que resultou na morte de 34 mineiros.

RM

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