Wednesday, 30 January 2013

Depois da zona sul, chuvas fustigam centro e norte do país

Chuvas moderadas a forte voltaram esta semana a fustigar as zonas centro e norte como consequência do rápido deslocamento do sistema de baixas pressões para aquela região. As autoridades mantêm-se em alerta máximo para dar resposta à situação dos desabrigados, causados pelo fenómeno, particularmente na província da Zambézia.
Nesta perspectiva, foi já desencadeado o levantamento detalhado do número de famílias afectadas por esta nova vaga de chuvas que, para além da Zambézia, atinge também as províncias de Niassa, Nampula e Cabo Delgado.
Segundo reporta o matutino Notícias, os distritos mais afectados na Zambézia são os de Namacurra, Nicoadala, cidade de Quelimane, Chinde, Mopeia, Guruè e Mocuba, com alguns locais a excederem os 50 milímetros.
Dados colhidos de fontes da Direcção Nacional de Águas dão conta que, de segunda para terça-feira, nas cidades de Nampula, a título de exemplo, a precipitação foi de 199,6 milímetros, enquanto em Quelimane foi de 140,1.
Em Mocuba a precipitação foi de 53,5 milímetros e 148 milímetros, em Monapo e 28, em Rapale.
Pelo menos 706 famílias foram afectadas por esta nova vaga de chuvas, citando-se o desabamento de casas de construção precária e o alagamento de machambas como parte dos prejuízos, para além, naturalmente, do alagamento das zonas residenciais.
O delegado do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades na Zambézia, Silvestre Uqueio, indicou que foram distribuídos kits de reconstrução que contêm lonas, rolos plásticos, entre outro material. Desde que iniciou o período crítico das chuvas de Dezembro a esta parte, o número de casas destruídas é de cerca de 447.
Sérgio Buque, do Instituto Nacional de Meteorologia, deu conta que a sua instituição está a monitorar a evolução do ciclone “Felleng” que, por enquanto, não constitui perigo para a costa moçambicana, porquanto, não deverá entrar no Canal de Moçambique.
Enquanto isso, prossegue na província de Gaza o trabalho de assistência às vítimas das cheias nos seis centros de acolhimento que neste momento albergam perto de 138.589 pessoas. 100 elementos da Unidade Nacional de Protecção Civil (UNAPROC) já se encontram no Chókwè para a limpeza da cidade numa jornada que deverá durar dois dias. Depois deste ponto deverão escalar também a vila de Caniçado e a cidade de Xai-Xai.
Entretanto, segundo Rita Almeida, porta-voz do Conselho Técnico de Gestão das Calamidades (CTGC), há pessoas que já estão a regressar à cidade, ainda que com receio.
“Não estamos a aconselhar as pessoas a regressarem bruscamente devido ao risco ainda prevalecente de doenças”, disse.
É que para além de terem sido arrastados para o local troncos de árvores, matope e outro tipo de detritos, como animais mortos, há também o risco associado à inundação das fossas sépticas.
Com relação à situação hidrológica, a Direcção Nacional de Águas dá conta que há uma tendência de estabilização dos cursos de água e nalguns há mesmo uma redução dos seus níveis.
Porém, a DNA recomenda às autoridades locais, agentes económicos e a sociedade em geral para que continuem a cumprir medidas de precaução, mantendo os equipamentos e bens em zonas seguras e evitar a travessia do leito dos rios, particularmente nas bacias de Maputo, Incomáti, Limpopo, Púnguè e Zambeze.

  RM

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