Wednesday, 26 December 2012

Mensagem do Presidente do MDM por ocasião do Natal do Ano Novo



Moçambicanas e Moçambicanos, Caros cidadãos, Dentro de escassos dias comemora-se o Natal, Dia da Família, e também o Fim-do-Ano e a entrada no Ano Novo de 2013. Não poderíamos deixar de Vos dirigir umas palavras de apreço. Natal é o dia em que nasceu numa gruta, em Belém, o menino, Jesus Cristo. A história é de uma mãe perseguida, que acabou dando à luz num local modesto. Natal é a celebração de grande amor de Deus, o dia em que Deus nasceu no mundo, trazendo paz, luz, amor, esperança, uma nova vida. O filho de Deus Jesus de Nazaré, nasceu em Belém, como uma criança humilde e marginalizada e encontrou todas e todos neste mundo, oferecendo-lhes a presença e a reconciliação de Deus. Hoje é momento de libertar os olhos de esperança, acreditando que esta data há-de promover na humanidade o sopro de vida de que tanto necessitamos. Esperamos que com a imagem do menino Jesus, que nos vem à mente, os nossos corações sejam premiados pela paz, paternidade e amor ao próximo. Minhas Senhoras e Meus Senhores, Este ano foi marcado por prisões políticas e arbritárias contra jovens moçambicanos, nossos membros, apoiantes e colaboradores, pelo uso da força pública e das instituições públicas, pelos detentores do poder que fizeram renascer os momentos inesquecíveis dos presos políticos. Este ano foi marcado por vandalização de simbolos de partido bem como perseguição de membros, incluindo transferências arbitárias daqueles que se encontram na função pública. Criámos o MDM, para participar na vida política nacional duma forma activa e enérgica, duma forma responsável e organizada, duma forma tolerante e trabalhadora. Num Estado de Direito governa quem tem aval do povo e isto se faz através do voto nas urnas, duma forma transparente, livre e justa, mas infelizmente ainda temos este desafio resultante de quem se tenta perpetuar a todo custo, violando os direitos humanos e os direitos consagrados na Constituição da República. As violações das liberdades e dos direitos humanos nunca devem ficar impunes, e de nenhum modo se deve cultivar a cultura de impunidade, por isso continuaremos a lutar para que na nossa pátria não haja estas situações. Temos de continuar a defender e a lutar pelos princípios fundamentais a promover a liberdade e os direitos individuais, a democracia e os direitos humanos, o Estado de Direito, a Justiça e a Igualdade, o respeito por instituições nacionais fortes e transparentes assim como pela promoção de eleições livres e justas, acrescidas de liberdade de imprensa e imparcialidade na informação, bem como por responsabilidade do governo perante os concidadãos. Minhas Senhoras e Meus Senhores, O 1º Congresso do MDM constituiu um marco histórico, abriu a esperança aos moçambicanos sobre a vitória do nosso partido, mostrou que o MDM é um verdadeiro partido da unidade nacional representado por pessoas e culturas de todas as regiões do país, uniu os moçambicanos que connosco trabalham de forma abnegada no processo desenvolvimento, progresso, reconciliação, democracia e paz, sobre o facto de podermos vir a sermos uma opção credível e consensual como alternativa político-partidária para governar Moçambique. Reteiramos os nossos agradecimentos a todos que directa ou indirectamente contribuíram para o sucesso da realização do Congresso, pois foi o momento de reafirmação do MDM como um partido de unidade nacional, representado por nossos Delegados de todas as culturas e de todas as partes do nosso país. Estendemos a nossa admiração e respeito à Imprensa, pela forma como realizou o seu trabalho no decorrer do Congresso. Estamos cientes de que sem imprensa livre não se constrói um Estado Democrático, nem se garante à sociedade os seus direitos. Compatriotas, Temos acompanhado de que decorrem diálogo entre o partido Renamo e o Governo da Frelimo, a portas fechadas, e no fim de cada sessão de diálogo cada um nos transmite a sua versão, um atirando pedras sobre outro e vice versa, algo cultivado desde os acordos de Paz. O MDM privilegia o diálogo construtivo como forma de como moçambicanos possam encontrar formas de todos contribuirmos para a construção da nossa sociedade, mas queremos apelar que abram as portas para que ao vivo possamos acompanhar e participarmos no processo, e deixarmos a parte de portas fechadas pois ao longo dos vinte anos vem mostrando que não funciona, não tenham medo, os moçambicanos querem ouvir, ver e participar nestes diálogos que se diz ser de interesse dos moçambicanos, aqui fica o nosso conselho não nos escondam o que andam a discutir em nome dos moçambicanos. Por isso nos reserva o direito de vós convidar e lembrar vos de que não sois ilhas, mas moçambicanos constituídos dai que encontrem outra forma de dialogo com tolerância, respeito e amor ao próximo, não façam tardar o sonho dos jovens por ambições particulares, temos que imediatamente encontrar soluções aos problemas na mesa, duma forma justa e sem discriminação, lembrem-se que queremos construir uma nação solidaria. Moçambicanas e Moçambicanos, O próximo ano 2013, será um ano eleitoral e o nosso desejo é de que as Eleições do próximo ano não se transformem numa imagem de exclusão social nem de coligação entre as entidades que as organizam e o Partido no poder. O Povo moçambicano estará mais vigilante neste aspecto, pois é sentimento comum de que há necessidade de consolidação de toda a família moçambicana, o que deverá passar por eleições livres, justas e transparentes, e pela libertação dos Municípios de interesses particulares. Continuamos a acreditar que nenhum tirano vencerá a família moçambicana. Por isso, temos que estar unidos, temos que saber contornar os obstáculos, e nisto caminharemos juntos. Nós estamos do lado do povo, por isso apesar de acreditarmos que no futuro temos a celebrar vitórias aconselho-os a trabalharem de forma abnegada na educação cívica eleitoral e a se recensearem para os próximos desafios, porque não há vitória que não nos obrigue a suar. Por isso e por esta via queremos convidar a todos moçambicanos, para que usemos o benefício que a nossa Constituição nos oferece, para elegermos e sermos eleitos, participando activamente no processo de recenseamento eleitoral para que de uma forma livre façamos a escolha do nosso destino, pois é fundamental que cada um de nós contribua votando, definindo desta forma o futuro que nos reserva. Moçambicanas e Moçambicanos, Caros cidadãos, Queremos renovar o nosso compromisso, de lutarmos por MOÇAMBIQUE PARA TODOS, onde cada um de nós se sinta livre, onde cada um de nós possa participar livremente na vida politica, económica e social sem ser perseguido ou obrigado a alianças para assegurar o seu próprio investimento. Temos que estar à frente dos processos, para que os nossos filhos não continuem a ser encurralados nas células do partido, para que este país não seja terra de instrumentalizados pelos sonhos alheios. E para que esta economia seja verdadeiramente independente e próspera, temos que trabalhar para ascender ao poder e fortalecer o Estado, geri-lo por forma a impulsionarmos a expansão dos bancos às áreas rurais e levando a que o povo participe activamente na vida social, política e económica gozando de uma cidadania plena e limpa, sem exclusão. O programa da Redução da Pobreza é um fracasso por causa da exclusão social, daí que a nossa vitória será um alicerce para estimularmos que os jovens regentes agrícolas possam obter financiamento para produzirem grandes quantidades de comida para os centros urbanos, nos vales úberes e férteis como Limpopo, Zambeze, no planalto de Angónia, no Niassa e em outras terras diversas do país, para que os sete milhões de meticais sejam uma base e alavanca que possa tornar Moçambique o celeiro de África e não importador, como até hoje acontece. Uma economia livre desenvolve um Estado próspero, um Estado livre da corrupção. A nossa responsabilidade é tornarmos o nosso País num pólo de desenvolvimento industrial, assente na transformação de recursos naturais, o que permitirá diversificar as nossas exportações e tornarmos livres da dependência de fundos externos o nosso orçamento do Estado. Quando chegarmos aqui teremos um verdadeiro Estado, que favorece a plena competição no mercado, um Estado que não discrimina entre aqueles que pagam impostos e outros que não pagam, como acontece agora em que muitos não pagam impostos por privilégios atribuídos pelo partido que defendem. Temos que ter clareza do que significa participarmos nestas próximas eleições, pois através delas poderemos devolver o poder àqueles que deram a sua vida na luta de libertação nacional, mas que foram excluídos; aqueles que lutaram pela democracia, mas estão sendo excluídos; aqueles que estudaram mas não têm acesso ao mercado do emprego porque não alinham com os ideiais de que só é moçambicano aquele que pensa de mesma forma como eles. O mais está em desenvolvermos e querermos a fruição do pensamento livre e que todos sejamos iguais nos sacrifícios e benefícios, e ninguém possa ser mais que o outro porque lutou dez anos. Somos todos filhos desta terra e merecemos por igual o benefício dela. Não podemos sair desta terra à procura de outra, porque melhor terra não há senão aquela onde nascemos. São cada vez mais e muitos os moçambicanos que trabalham connosco dia e noite nesta luta e batalha árdua, porque acreditam que o nosso projecto é sério e iremos vencer, sabem que o nosso ideário é em favor de um Estado de Justiça social para que tenhamos um MOÇAMBIQUE PARA TODOS, não um país de uma elite predadora, que não se preocupa com a solução do problema de habitação e emprego que aflige os jovens, que não se preocupa com os velhos abandonados, deficientes e mendigos. Saibam que a razão e a roda do tempo gira em nosso favor. Na FAMÍLIA DE TODOS OS MOÇAMBICANOS não se destigue entre aqueles que participaram na criação e nascimento do MDM, nem entre aqueles que promoveram a chamada Revolução de 28 de Agosto e estiveram no nosso 1º Congresso, pois o nosso princípio não é destribuir privilégios nem honras. Recordamos que apesar de não distribuirmos honras, honramos e invocamos a memória dos acidentados de Gorongosa e outros compatriotas que tombaram nesta marcha, rumo a MOÇAMBIQUE PARA TODOS. Solidarizamo-nos com os regressados da ex RDA há mais de vinte anos excluídos de uma vida digna. Solidarizamo-nos com os desempregados e excedentários das privatizações mal sucedidas desde 1987 até esta parte, quando o país se abriu à economia liberal. Solidarizamo-nos com os vários compatriotas desmobilizados, mutilados que continuam a lutar para se beneficiarem das suas pensões, e tomamos a liberdade de os defender para que situações justas sejam empreendidas e os seus casos resolvidos, para que esses nossos concidadãos possam continuar a educar os seus dependentes. Solidarizamo-nos com os diversos funcionários públicos espalhados pelo país a trabalharem em difíceis condições, que tudo fazem e procuram fazer para cuidarem da nossa saúde, para nos educar e nos servir, e muitos se vêm privados de parte dos seus magros ordenados descontados para cofres particulares, enfim desafios que ainda teremos de enfrente ao longo do próximo ano. Minhas senhoras e Meus Senhores, Esperamos que o próximo ano seja repleto de esperança, de modo a partilharmos, o desejo de vermos um Estado forte e particularmente uma economia viável e Concorrencial, cada vez mais Empregadora e Inovadora. Precisamos duma economia mais forte, atingindo desta forma os níveis desejáveis e concorrenciais, dando oportunidade e acesso a cada vez mais e melhores tecnologias, bem como ao aproveitamento dos recursos disponíveis, para o interesse nacional. Precisamos duma sociedade moçambicana atenta a vários processos de globalização, alimentando deste modo a visão futurista dum ambiente sustentável de realizações e desafios. Permitam-me a terminar, desejar a todos, em nome de todos os membros e simpatizantes do MDM, e em meu nome pessoal, um Natal Feliz, um Dia Família e um Ano Novo, cheios de Paz, Amor, Saúde, Amizade e Repleto de Esperança. Estendo também votos de Festas Felizes a todos os expatriados que vivem no nosso País. Que Deus abençoe a Família Moçambicana e nos ilumine nas tarefas que a História nos confere.

Maputo, 24 de Dezembro de 2012 Daviz Mbepo Simango (Presidente do Movimento Democrático de Moçambique)

 

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