Saturday, 13 October 2012

PREVISÕES - Crescimento do PIB é sinal de robustez da economia

As previsões de crescimento económico em Moçambique continuam a ser revistas em alta, tanto interna como externamente, demonstrando, para a Economist Intelligence Unit, a “robustez” do tecido produtivo, em sectores de base e noutros emergentes, como a indústria extractiva.
 
Estatísticas oficiais moçambicanas revelam que o crescimento económico acelerou no segundo trimestre, para 8 por cento, mais 1,7 pontos percentuais do que no período homólogo, apesar da conjuntura global de abrandamento, que afecta alguns importantes parceiros comerciais.
O Fundo Monetário Internacional elevou a sua previsão de crescimento para este ano, de 6,7 para 7,5 por cento, ficando agora em linha agora com os números do governo e de 7,2 para 8,4 por cento no próximo ano.
O desempenho “robusto” de Moçambique no primeiro semestre e o “aparentemente limitado impacto do abrandamento económico global na sua economia” levam também a EIU, no seu mais recente relatório sobre Moçambique, a elevar a sua previsão de crescimento para 7,4 contra os 7,2 por cento anteriores.
“Os dados mais recentes do PIB sublinham a robustez da economia de Moçambique e até que ponto o crescimento é impulsionado pela expansão do novo sector emergente de extracção de recursos e pelo forte desempenho numa gama diversa de sectores”, incluindo a indústria, transportes, serviços e agricultura, refere a EIU.
O sector secundário, que inclui a indústria, cresceu 10,2 por cento no período e o sector primário, que inclui a mineração, 7,4 por cento.
Graças à entrada em funcionamento de instalações mineiras de “nível mundial”, caso da operada pela brasileira Vale, o sector mineiro cresceu 54 por cento, apesar de representar por agora apenas 3 por cento do PIB.
A agricultura cresceu 6,8 por cento, um desempenho forte de um sector com “o maior impacto no emprego, rendimento dos lares e redução da pobreza”, apesar da continuação de preocupações em relação ao fosso crescente de produtividade entre as explorações tradicionais e grandes projectos de capital intensivo.
Quanto ao sector dos serviços, refere a EIU, expandiu-se a uns robustos 7,7 por cento, com os transportes e comunicações a registarem um impulso de 14,8 por cento, mostrando “que o fluxo esperado entre mineração e transportes está a acontecer”.
No relatório, a EIU realça ainda a publicação de uma estratégia de gestão de dívida pelo governo, corroborando a visão “de que Moçambique vai aplicar com sucesso as reformas políticas acordadas com o FMI”.
Isto, refere, embora “permaneça incerto se isto se vai traduzir em políticas orçamentais e de dívida prudentes, dadas as expectativas de rápido aumento de receitas”.
A receita fiscal excepcional de 175 milhões de dólares, arrecadada com a operação de venda da empresa irlandesa Cove Energy ao grupo tailandês PTT levou a EIU a rever marginalmente em baixa as suas previsões para o défice orçamental deste ano, embora a política fiscal em operações similares no futuro permaneça “incerta”.
No seu mais recente relatório sobre Moçambique, após uma visita ao país, intitulado “Um Novo Lugar no Xadrez Internacional”, os analistas do banco português BPI afirmam que 2011 foi “um ponto de viragem importante para Moçambique”, com o início de actividade dos grandes projectos de investimento no sector mineiro e em particular da exportação de carvão.
“As recentes descobertas de gás natural colocam o país no centro das atenções de grandes empresas internacionais na área de energia, pois tudo indica que possua reservas à escala mundial”, adianta.

 

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