Monday, 24 September 2012

Carta Aberta ao Presidente da República e da Frelimo

“Nunca corte o que você puder desatar” – Joseph Joubert Wiliam James costumava pregar a «vontade de acreditar». Pela nossa parte, nós cidadãos atentos, gostaríamos de pregar «o desejo de duvidar.» Aquilo que é preciso não é vontade de acreditar mas o desejo descobrir que é exactamente o contrário. Permita-nos, senhor Presidente, que em nome de todos os Cidadãos Atentos deste país, o saudemos primeiro pelo seu trabalho e, segundo, que nos conceda a “licença democrática” para escrever as linhas que se seguem.
Era uma vez, senhor Presidente, dois países no Estado moçambicano: Um chamava-se Moçambique e outro Frelimo de Guebuza. Ás vezes os dois parecem-se um só, mas isso, está claro que não passa de uma mera ilusão de óptica criada pelos chineses e pelos ocidentais e evidentemente pelas multinacionais que projectam a suas sombras ampliadoras sobre Moçambique de tal modo que parecem mais importantes do que realmente são.
O país da Frelimo, sim, da Frelimo de Samora, Chissano, a vossa Frelimo, tem a idade dos cartões de abastecimento, dos fuzilamentos sem justa causa, dos assassinatos sem rosto e nós, seus cidadãos, principalmente os atentos, estamos, primeiro já cansados da vossa história mal contada e de palavras como “Bandido Armado”, “Futuro Melhor”, “Força da Mudança” e, segundo, cansados de competir convosco, a Frelimo de Guebuza, e de tentar parecer maior do que vocês!
No entanto, temos a certeza de que em breve, o Povo moçambicano se reunira do Maputo a Rovuma e pronunciará a única palavra mágica que vocês não conseguem suportar – a palavra NÃO – e assim os anos de faz de conta chegarão ao fim e o país da Frelimo de Guebuza será desfeito e um novo país tomará o seu lugar. Tudo dependerá, senhor Presidente, de uma reunião que terá lugar dentro de dias.
É estranho, senhor Presidente, que o primeiro a prevenir Moçambique no tempo de Samora, quando o país caminhava na ilusória segurança atrás da linha entre o maioismo tipo deng xiao ping e o marxismo o tipo stalinista – foi o senhor e agora na sua liderança está entre uma espécie de mitológica linha entre o capitalismo selvagem e socialismo selvagem, atrás da qual repousa um país despreparado para enfrentar um mundo de moderna tecnologia e poderio económico assim como estava despreparada a Frelimo de 1980 para a guerra contra a Renamo.
Mas o certo é que o senhor Presidente, com a sua presença, sempre teve o quase fantástico dom de impedir que o Povo percebesse a diferença entre os dois países - Moçambique e Frelimo de Guebuza.
Em 1990, embora o país estivesse destroncado economicamente, com muitos moçambicanos apoiando a política do General Dlhakama , o senhor conseguiu convencer esses aliados do General de que Moçambique é igual a Frelimo.
Falou desde 2004 em nome de milhões de moçambicanos que nem sequer sabiam que existe mas cometeu um erro: formou o seu governo com os melhores apanhas bolas do Governo da outra Frelimo. Quer dizer, não se preparou convenientemente para assumir a cadeira de Estado mas sim para assumir a cadeira partidária.
Naqueles primeiros dias trágicos, o senhor era um homem que criou muitas expectativas, um homem que de certo modo tinha determinado apoio popular – mas graças à sua autoconfiança e inabalável determinação, em pouco tempo o senhor transformou a expectativa aos olhos do Povo em desilusão.
Caso único na história: um político “exilado internamente” na primeira Republica que conquistou à custa das fraquezas da liderança da segunda Republica, o seu próprio país – a Frelimo de Guebuza.
Em 2004, o senhor era talvez a figura mais credível para colocar Moçambique no rumo certo e moderno. Só que o senhor se deixou levar pela palavra “empresário de sucesso”. Agora, depois de tanto tempo, nós cremos, senhor Presidente, que a sua demissão pelo povo moçambicano significaria algo mais que a sua decisão de permanecer como Presidente da Frelimo.
Para muitos o senhor não deve continuar a alimentar ilusões quanto à sua permanência de governar Moçambique a partir da Frelimo. É altura de deixar o poder para ir tomar conta dos seus netos e negócios. O Povo sente que a sua saída voluntária é um sinal de que, na era da internet, os “grandes líderes” estão a ficar obsoletos.
É que a sua presença no leme de Moçambique já faz cada vez menos sentido, porque as suas prioridades já se confundem com negócios e política, e isso é incompatível com as inspirações do Povo e com um mundo em que a técnica das soluções económicas tende cada vez mais a assumir o poder, independente de toda a ideologia e toda a política. O Povo quer coisas práticas. Ter saúde, boa alimentação e educação, coisas possíveis que o seu país – Frelimo - pode conceder ao Povo, naturalmente.
Depois, é bem possível que a posteridade venha a considerar o senhor como o maior paradoxo do nosso tempo. Será que o capitalismo é a solução para o socialismo democrático? Nós, cidadãos atentos, já descobrimos atempadamente que a diferença entre o socialismo e o capitalismo está assente não só nos lucros excessivos do segundo mas esta na influência social que o acompanha e que tende a aumentar.
Senhor Presidente, o que o socialismo da Frelimo quer, entenda-se, é precisamente apanhar ambas as coisas. O lucro e a influência pois nesta fase, o seu país, a Frelimo como partido de índole socialista, acumulou e acumula todo o tipo de riqueza e influência mas descarrilou-se nos excessos. Perdeu-se entre os caminhos do capitalismo e socialismo.
Depois, como se dedica inteiramente ao seu país histórico, político e mitológico – essa “pérola do indico” (Frelimo), como o senhor o denomina – o senhor fez mais do que qualquer outra figura nacional para romper com o seu próprio passado histórico e cultural.
Temos consciência de que o senhor está a dar liberdade político-empresarial aos seus tentáculos para “capitalizar” Moçambique para resolver o problema do seu pais – Frelimo de Guebuza. Por exemplo, quando o senhor Presidente se encontrou com a “Movimento muçulmano” estava a pensar em “tentáculos”.
O encontro abriu um precedente grave e altamente perigoso. Porque é que nunca quis reunir-se com os Desmobilizados de Guerra, Madgermaene’s, trabalhadores dos Caminhos-de-Ferro e em menos de 48 horas depois de uma ameaça à “greve empresarial” fez o que todo o Povo pensava que não iria fazer, ou seja, reuniu-se com o “Movimento”?
Para nós, senhor Presidente, isso significou uma grande fraqueza, afinal de contas, o seu calcanhar de Aquiles deve ser um segredo muito importante que o “Movimento” possui e que pode ser divulgado a qualquer momento.
Ora, se com a sua atitude queria demonstrar que os muçulmanos lhe ficassem gratos e seguissem a sua orientação política, pode ter a certeza que poderá ficar frustrado pois eles já consultaram os seus livros sagrados e concluíram que o senhor não é nenhum “Maomé”, é simplesmente um Presidente do seu país – Frelimo de Guebuza.
O senhor esquece-se de que contribuiu no passado para que a Constituição da Republica do pais – Moçambique – fosse um instrumento que espelhasse as aspirações democráticas do Povo, como é que agora incompreensivelmente quer mudar primeiro a constituição do seu pais – Frelimo de Guebuza – para poder mudar também a nossa Constituição. Para que fins? Será que pretende pôr fim às “brincadeiras políticas” da sua oposição interna porque a externa já a colocou no “bolso democrático”?
O senhor Presidente sempre foi acusado desde o tempo do “24 horas-20 kilos” de ser anti-ocidental. No entanto, o maior serviço que hoje presta ao seu pais – Frelimo de Guebuza – recolhendo recursos de outro país – Moçambique – é enriquecer o Ocidente e empobrecer as futuras gerações.
E, agora, senhor Presidente, vamos de certeza absoluta, depois da realização do 10° Congresso do seu pais – Frelimo de Guebuza – dar uma boa risada lembrando que as suas “ambições ditatoriais” foram confirmadas.
O que vai restar amanhã, dessas “ambições”? Sabemos que o capitalismo durante a Luta Armada de Libertação Nacional sempre o repugnou. Como é que agora está aliado grosseiramente ao capital estrangeiro? Estará a pensar no desenvolvimento de Moçambique, no lucro ou na influência sócio política?
Sabemos que tem, senhor Presidente, todas as suas raízes profundamente cravadas no marxismo maioista ao estilo Deng Xiao Ping – uma Nação com dois sistemas (capitalismo e socialismo). Temos a plena consciência de que foi o senhor que cortou o esquema do paroquialismo marxista tradicional – quebrou o centralismo democrático – fila pelo poder, de facto não era a sua vez de liderar o seu pais – a Frelimo – era a vez do General Alberto Chipande.
Essa situação foi vista como uma “reforma” embora seja hoje acusado de concentrar demasiado o poder, e é exactamente o seu esforço para manter essa concentração que lhe causará brevemente a sua derrota. É que para os quadros e militantes do seu país – reforma é algo popular como reformar nipa.
Senhor Presidente, nós cidadãos atentos temos a certeza absoluta de que não dorme seguro porque se aproxima o ano de 2014. Um dia, vai ter que deixar a Ponta Vermelha, é uma certeza. Porque é que quer perpetuar-se no poder? Porque é que o seu secretário-geral diz as barbaridades políticas que diz?
Qual é a intenção? Porque é que quer cortar a tradição do seu país – Frelimo?! Porque é que agora quer sobrepor o valor individual ao colectivo? O senhor por acaso foi escolhido porque Chissano o escolheu como seu sucessor? Depois da morte de Mondlane como foi? Depois da morte de Samora como foi? Temos a certeza de que foi o colectivo que o escolheu com a anuência da “quadrilha política”, ou não foi? Porque é que agora tem que ser diferente? Reformas? Parece-nos que não é isso?
Senhor Presidente, diz um provérbio popular que os prudentes falam por que tem algo a dizer e os insensatos porque gostariam de dizerem qualquer coisa. Portanto, deixe que os seus camaradas escolham o seu sucessor agora no Congresso para desanuviar as vossas tensões internas. Não se intrometa pois se o vier a fazer, futuramente vai pagar muito caro.
Se no tempo de Chissano prendia-se somente directores, hoje no seu tempo prende-se ministros e no tempo do seu sucessor vai se prender quem? Presidentes da Republica, disso não tenha dúvidas e para o seu caso, esses seus camaradas que um dia traíram Chissano, caso não se comporte bem no Congresso, a partir de 2015 vai iniciar o seu “julgamento político atacando a sua filha, perceba isso.
Para tirar Chissano do poder atacaram politicamente o seu filho, quem não se lembra disso? O modus operandi é o mesmo. Fala-se agora de Nympine? Bastou o pai sair do poder para não mais se falar dele!
Nós, cidadãos atentos, sabemos porque é que afirmamos isso. Fomos nós que publicámos a programação da sua Presidência Aberta em Inhambane que por prudência o senhor alterou. Assim como está a reagir, o senhor corre sérios riscos de levar um golpe de Estado, disso não tenha dúvidas e porquê?....porque se esqueceu de que os conflitos internos são de base dupla.
Primeiro, porque as pessoas designadas para novos cargos precisam de reconhecer que os conflitos são internos e, segundo, precisam de certificar-se de que as suas acções baseiam-se na realidade. As acções do seu país – Frelimo de Guebuza - não são reais.
Depois as ordens que dá não são cumpridas! Porquê? Porque não tem na sua posse todos os factos pertinentes, daí que não tenha controlo sob as decisões de comando porque não tem acesso à execução e à sua respectiva operacionalidade. Por isso mesmo notamos, senhor Presidente, este anarquismo pessoal, partidário e executivo.
Há que revolucionar o seu país – Frelimo de Guebuza - em todos os sentidos, senhor Presidente, para revolucionar o outro pais – Moçambique, pois a única coisa que os seus mais próximos colaboradores fazem é “identificar o inimigo”.
Procuram coisas que um canalizador procura numa pia entupida. Uma revolução consciente, senhor Presidente, talvez seja uma coisa saudável no seio do Comité Central já que o processo sóciopolítico com a permanente globalização está a levar a “individualização” do seu próprio país – a Frelimo.
O Comité Central não está a produzir ideias, logo também não está a antever as crises (5 de Fevereiro de 2008 e 1 e 2 de Setembro de 2010). O facto de algumas figuras históricas criticarem publicamente os seus próprios camaradas é sinal de que as políticas traçadas nos intervalos dos congressos não estão a alterar a natureza dos seus membros, isto é, se os membros continuam lambebotistas, corruptos, se são camaleões vão continuar camaleões, se são do tipo deixa-andar, vão continuar do tipo deixa-andar.
E, agora, senhor Presidente, nós cidadãos vamos escrever aquilo que provavelmente lhe desagradará muito: suspeitamos que o senhor alterou a agenda do Congresso no que toca às discussão da sucessão para depois do Congresso com a intenção de perder.
Pois, contra as provas estatísticas, previsões e relatórios que indicavam derrota da sua facção, o seu secretário-geral e porta-voz anunciam conscientemente a sua intenção de não renunciar se os eleitores do Comité Central rejeitarem suas medidas “legislativas” Porquê? Porque o senhor de facto não quer sair.
Porque não está cansado de continuar a facturar! Porque o seu próprio insolúvel dilema é modificar o seu país – Frelimo - à custa de Moçambique. Porque todas as suas prioridades são materiais e a dos moçambicanos são morais e espirituais. Porque o senhor sabe que o Povo já não pode suportar mais a sua riqueza e da sua família (filhos e netos).
Suspeitamos muito que o senhor vai ter que sair a força porque esse é o único meio de evitar o fracasso político da Frelimo nos próximos tempos. A quadrilha política vai obrigá-lo a fazer isso. O senhor Presidente prometeu combater o deixa-andar, a corrupção, burocratismo e o crime organizado. Não conseguiu. Conseguiu sim colocar o capital estrangeiro em massa a explorar as riquezas naturais sem autorização do Povo.
O senhor pensou que enfrentava um país que fosse a Frelimo mas não é. Moçambique não é Frelimo e Frelimo não é Moçambique. Hoje os moçambicanos pensam em termos de melhores salários, empregos, habitação e tudo isso agora está numa caixa fechada lá na Pereira de Lago.
Resta-lhe ainda, senhor Presidente, 2 anos e tal de poder estatal porque o que conta em África é o poder estatal e não partidário. Resta-lhe tempo para que reflicta o bastante sobre tudo isso e mais alguma coisa. Não continue querendo o poder porque vai sair muito magoado deixando uma aura de rejeição e ingratidão.
Nós sabemos que quem controla o Estado e a maioria dos partidos políticos da oposição é a Frelimo mas também sabemos que não consegue controlar toda a Sociedade Civil, sobretudo a não seguidista. Esses sim um dia vão lhe criar uma grande surpresa. Os dias 1 e 2 de Setembro já foram um serio aviso.
Senhor Presidente não transforme dinheiro em votos porque o Povo moçambicano não tem dinheiro pois existem varias maneiras de se iluminar o Povo e a Frelimo. A Liberdade e a democracia que a própria Frelimo ajudou a conquistar não podem ser uma espécie de um pedaço de carvão ou uma garrafa de gás a ser mostrado como um osso para uns cães obedientes.
Lembrar senhor Presidente de que se alguns dos seus camaradas (Paundes, Edson e camaradas) têm o pretenso amor pela sua pessoa, camarada Presidente, engana-se pois tem que saber que para além do amor ser a melhor causa para galvanizar a vida social também leva à ruína social e política. Sabemos que precisa de manter-se no poder ou perto dele porque é uma estratégia de sobrevivência para consolidar o seu império empresarial.
Sabemos que controla o Corredor da Beira depois de ter sacrificado o General Alberto Chipande. Os interesses estratégicos do país estão a ser preteridos a favor dos interesses empresariais de Guebuza.
Sabemos que está a governar o país pensando na sucessão. Hoje, cada passo que dá leva em conta a questão da sucessão. As nomeações de ministros, governadores, pca’s estão dentro dessa lógica. O que quer é manter-se no poder a todo o custo e nem que seja por via partidária ou de um delfim. Os seus sinais de vitalidade demonstram isso mesmo, de que não se vai retirar. Uma pergunta, senhor Presidente: o seu projecto vai para além de 2030?.
Mas por outro lado, também sabemos que a única instituição que pode evitar isso é próprio seu país – a Frelimo de Guebuza. Só forças internas das Frelimo podem evitar isso. Não existem outras forças que possam travar esse ímpeto. A Frelimo é que tem legitimidade constitucional para viabilizar ou não um poder seu e dos seus mais próximos camaradas. Sabemos que o seu país - Frelimo - é um factor estratégico de sobrevivência porque não tem ideologia nem princípios.
Sabemos senhor Presidente que neste preciso momento sóciopolítico está a distribuir mais pobreza do que riqueza, está a distribuir menos justiça eleitoral, está a administrar mais corrupção do que combatê-la; está a apoiar-se mais no espírito do deixa-andar do que combatê-lo e de facto para melhor entendermos a sua figura socorremo-nos das palavras escritas do livro por acaso ainda não publicado ao qual nós cidadãos atentos tivemos acesso, Força e Fraqueza do Socialismo da Frelimo, do General K que diz o seguinte: (…) “ninguém ainda soube, como ele, evoluir através das malhas da lei sem deixar nunca de se conformar, a letra. Guebuza soube e sabe lutar contra o Estado.
E se o “Estado é o povo organizado” ; Guebuza passou e passa a vida em guerra constante com o povo e com a sociedade. Guebuza e seus aliados forçaram o Estado a deixar ao capital vida bastante para desenvolver todo o seu poder. E tão alto levam o seu poder, que chegam a submeter o Estado e a fazer dele o protector incondicional dos seus interesses particulares (…).
Como vê senhor Presidente, nós cidadãos atentos temos coragem para lhe dizer o que os outros não dizem porque queremos o seu bem. Discutimos, fazemos análises porque queremos que este pais cresça, queremos que as nossas crianças vão a escola todos os dias, mas também queremos justiça, uma normal distribuição da riqueza para todos.
Fizemos esta carta porque encontrámos argumento válidos para tal: se figuras proeminentes da nossa Sociedade fizeram cartas abertas ao líder da oposição, o General Afonso Dlhakama, funcionários anónimos das instituições ligadas às Forças de Defesa e Segurança e diversas organizações da Sociedade Civil elaboraram cartas abertas para si, porque não o Cidadão Atento escrever uma carta?!
Sim, temos duvidas e queremos ter “vontade de acreditar” mas também “desejo de duvidar” e ter duvidas não é ficar perdido, nem ser incapaz de decisão. Pode dar um pouco mais de trabalho do que ter certezas mas isso , senhor Presidente implica reflectir sobre diferentes cenários, superar alternativas, ouvir pontos de vista de terceiros e considera-los e mesmo arriscar opções, mas ao mesmo tempo , enriquecer dar-nos maior consciência dos pontos fortes e nossas fraquezas.
Discuta neste Congresso a sucessão para poder colocar o pais no rumo certo, tudo esta muito tenso, estamos todos sentados num barril de pólvora e sobretudo deixe que os delegados escolhem conscientemente o seu sucessor evidentemente com a anuência da quadrilha política.
Dizemos isso exactamente porque causa das palavras de Alberto Montaner - «Os nossos medíocres revolucionários nunca foram além de uma análise epidérmica dos males sociais. Eles excitam revoluções sangrentas como o fito de sanar as situações injustas. Não compreendem que, nestes tempos modernos, as revoluções mais profundas não são as que se desenvolvem em casernas ou nas montanhas mas em laboratórios e nos gabinetes da mais temível inteligência». Faça ai no Congresso pois lá fora a revolução esta prestes a explodir.
De modo que, senhor Presidente, o seu país – Frelimo de Guebuza nunca vai triunfar sobre Moçambique se não fizer uma revolução por dentro do seu país – Frelimo de Guebuza. Como dizia Albert Einstein: «Nos momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento», senhor Presidente, use a imaginação!
Senhor Presidente aconselhamos-lhe o seguinte: Não corte nada, não corte a sua amizade longa com os elementos da quadrilha politica, desate o que esta difícil e o que é que esta difícil? Debater a sucessão! Debata e de a sua opinião a bem da Frelimo e do Povo.
Senhor Presidente, pode ser que estejamos do mesmo lado mas que queiramos coisas diferentes. Percebemos que ser hoje da Frelimo é um acto de fé porque nos facilita muita coisa, mas o que nos queremos é a criação de uma verdadeira Frelimo, uma NOVA FRELIMO.
Para terminar, como sempre um pouco a reboque de Jesus Cristo, diremos: “perdoa-lhe Pai porque eles não sabem o que fazem”, mas nesta situação peculiar impunha-se uma emenda: “perdoa Guebuza, não pelo que ele vai fazer no Congresso mas pelo que não vai fazer”.


A VERDADE

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