Saturday, 3 March 2012

MOÇAMBIQUE/ JORNALISTAS DA “CNN” DETIDOS TEMPORARIAMENTE EM MAPUTO

Um grupo de três jornalistas da cadeia de televisão norte-americana “CNN” foi temporariamente detido pela polícia moçambicana (PRM) na manhã de hoje, no mercado Fajardo, em Maputo, durante um trabalho de reportagem sobre Moçambique.
A equipe da CNN era composta pelo produtor do programa “Inside Africa”, Aja Harris, o repórter Errol Barnet, e pelo operador de câmara, Peter Rudden.
Segundo Erik Charas, fundador do semanário de distribuição gratuita “A Verdade”, que na altura acompanhava a equipe da CNN, os jornalistas foram acusados de estar a filmar o mercado do Fajardo “sem um autorização da PRM”.
Contudo, esse argumento é descabido porque nada consta na legislação moçambicana sobre o assunto.
Aliás, a equipe de reportagem da CNN entrou legalmente no país, bem como não existe nenhuma lei em Moçambique que obrigue jornalistas (ou outras pessoas) a solicitar uma autorização policial para filmar locais públicos.
Charas afirma que tentou, em vão, explicar aos agentes da PRM afectos na 7/a Esquadra da PRM em Maputo que a hostilização de jornalistas estrangeiros poderia manchar a imagem do país a nível internacional.
Infelizmente, ao invés de escutar o conselho de Charas, os agentes da PRM disseram que tencionavam chamar um perito para analisar as imagens captadas pela equipe de reportagem da CNN.
Como consequência, o comportamento ilegal dos agentes da PRM afectos na 7/a Esquadra espalhou-se rapidamente no seio dos jornalistas moçambicanos, que por seu turno trataram imediatamente de alertar os adidos de imprensa de vários ministérios.
O escândalo acabou chegando ao Comando Geral da PRM e ao Procurador-geral da República, Augusto Paulino.
O Procurador-geral da República tratou de ordenar a libertação imediata da equipe da CNN, e ainda na 7/a Esquadra os jornalistas receberam um pedido de desculpas formulando pelo Comando Geral da PRM.
Para todos os efeitos, foram três horas de trabalho perdidas por uma decisão insensata dos agentes da PRM que, inexplicavelmente, confundiram jornalistas estrangeiros com criminosos perigosos.

(AIM)

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