Thursday, 24 November 2011

Manuel de Araújo denuncia uso abusivo de bens do Estado pela Frelimo


Diário da Campanha: Eleições Intercalares 2011.

A Frelimo reage e diz que as acusações de De Araújo não passam de pretextos antecipados para justificar a incapacidade de mobilização e da derrota iminente.
Dois dias após o início da campanha eleitoral em Quelimane, está lançada a polémica. O candidato do Movimento Democrático de Moçambique, Manuel de Araújo, acusou, ontem, a Frelimo e o seu candidato de estarem a fazer um uso abusivo dos bens do Estado na sua campanha.
A título de exemplo, Manuel de Araújo citou o caso de viaturas afectas a várias direcções provinciais, para além de viaturas afectas a vários distritos da Zambézia, bem como a viatura do Conselho Municipal da vila de Alto Molócuè.
Para além das viaturas alegadamente do Estado, De Araújo denunciou aquilo que designou “tratamento desigual” por parte das autoridades. Diz De Araújo que, enquanto o candidato da Frelimo conta nos seus comícios com um aparato policial, bombeiros, água fornecida pelo FIPAG, do lado da sua campanha, estes serviços não estão a ser providenciados.
A nossa equipa de reportagem tem estado a acompanhar de perto a campanha de Lourenço Aboobacar da Frelimo e de Manuel de Araújo do MDM. Porque as viaturas não apresentam nenhum timbre, é difícil aferir com exactidão a veracidade das acusações de Manuel de Araújo. No que se refere à presença massiva da polícia, desde a Polícia de Protecção e de Trânsito, bem como da equipa do FIPAG a providenciar água, a nossa equipa de reportagem testemunhou estes factos no comício de abertura. e, ontem, era também visível a presença da polícia no comício orientado por Aboobacar no bairro Insidua, arredores da cidade de Quelimane, bem como na reunião orientada por Edson Macuácua, secretário para a mobilização e propaganda, no pavilhão do Benfica de Quelimane.

Frelimo nega acusações

Reagindo às declarações de Manuel de Araújo, o secretário para a Mobilização e Propaganda da Frelimo, Edson Macuácua, disse que as mesmas não passavam “de uma manifestação clara de incapacidade de mobilizar uma candidatura ganhadora. Esta acusação denuncia a fragilidade do nosso adversário. Ele está em campo real, a reconhecer a superioridade da Frelimo e do seu candidato. Logicamente, em situação de desespero, os nossos adversários reduzem-se a puros acusadores sem o mínimo de fundamento. É falso! trata-se de um reconhecimento antecipado da derrota e da procura de um pretexto antecipado para justificar a pesada derrota que vão sofrer nestas eleições”, disse Edson Macuácua.

PRM desconhece etinerário

Por seu turno, o Comando Provincial da PRM da Zambézia, através da sua porta-voz, Elcídia Filipe, reconheceu que a polícia não tem estado nas acções de campanha do MDM, porque “eles não apresentaram o seu plano de campanha detalhado e com os locais e etinerários a serem seguidos”. A porta-voz da PRM, socorrendo-se da lei eleitoral, diz que a mesma impõe aos partidos a indicação clara dos locais e etinerários a serem seguidos pela PRM, para que a mesma se encarregue da protecção. “Eles (MDM) solicitaram protecção para toda a campanha, através de uma carta no dia 21 do mês em curso, e nós recomendámos que apresentassem os locais e etinerários, coisa que ainda não fizeram. Temos no comando uma viatura e homens especificamente para o MDM, mas não podemos agir porque não temos o plano por nós solicitado”, justificou.
A nossa equipa de reportagem tentou, mas sem sucesso, ouvir a versão dos bombeiros.

O País



ADENDA: O Canalmoz publicou hoje o seguinte texto:

Município de Pemba
Comandante da PRM acusado de fazer campanha eleitoral da Frelimo
…e de autorizar a população a vandalizar material de campanha de outros partidos. Procurador de Pemba foge do assunto em plena esquadra.

Leia aqui.

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