Wednesday, 5 October 2011

Implementação do Acordo Geral da Paz

Movimento Democrático de Moçambique acusa Frelimo de agir de «má fé»

Maputo – O porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), José de Sousa, acusou o partido Frelimo de violar o Acordo Geral da Paz, no que respeita ao enquadramento dos guerrilheiros da Renamo, nas forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
«Quando analisamos profundamente o Acordo Geral da Paz, notamos que o partido Frelimo agiu de má fé ao expulsar os guerrilheiros da Renamo que foram enquadrados nas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique. Assim, o partido no poder violou o que foi assinado e acordado a 4 de Outubro de 1992, em Roma. A questão dos militares devia ser respeitada porque influencia a segurança do povo», declarou José de Sousa à PNN.
Na opinião da Renamo, a «Frelimo é um regime comunista, um partido marxista-leninista e a sua organização é baseada na promoção da corrupção.
A Renamo, em revindicação dos moçambicanos que foram assassinados nos campos de reeducação e da criação das aldeias
comunais com objectivo de privar o povo do direito à liberdade, em 1975, decidiu combater o regime para libertar os cidadãos do abuso», declarou Arlindo Bila, delegado político da Renamo, em Maputo.
Arlindo Bila, disse ainda que a luta contra o Governo maxista e leninista instalado em Moçambique após a independência nacional em 1975, permitiu a abertura ao multipartidarismo e à democracia no País.
A Renamo condenou as políticas «de corrupção» implementadas pelo Governo: «Vemos o nosso povo cada vez mais pobre perante um Governo que abdica da sua missão e entrega-a a terceiros, de forma estranha, incompreensível e sem transparência, sempre com o intuito de burlar e empobrecer os moçambicanos. A paz é sinónimo do bem-estar para todos, e não apenas do calar das armas», afirmou Arlindo Bila.
O partido Frelimo disse que vai continuar a seguir a sua longa trajectória, que se guia pelos princípios de paz: «O desencadear da luta de libertação nacional que culminou com a independência de Moçambique só aconteceu depois de esgotados os meios pacíficos», refere um comunicado enviado à PNN.
«Foi ciente da preponderância e valor da Paz na condução dos destinos dos moçambicanos que o nosso glorioso partido Frelimo firmou os acordos de Incomati, um pacto de não agressão e boa vizinhança que tinha como fim último a Paz. A assinatura do Acordo Geral de Paz, a 4 de Outubro, foi o culminar do processo iniciado desde a fundação do nosso partido Frelimo, uma demonstração clara e inequívoca de que sempre privilegiamos o diálogo como mecanismo para a resolução de conflitos», disse a Frelimo, no dia da Paz.
Para a Frelimo, 4 de Outubro de 1992 foi um marco histórico que representou e galvanizou a restauração da esperança nos moçambicanos, ideia hoje solidamente reforçada pela boa governação.
«Foi a determinação dos moçambicanos que permitiu, não só o selar do acordo e o calar das armas, mas também a manutenção da paz até hoje, sinal claro e inequívoco de não retorno à guerra».
A Frelimo ententde que só vivendo em paz o povo moçambicano será capaz de estender a rede de saúde cada vez mais próxima de onde a população necessita.
«Só vivendo em paz será possível levar os serviços da administração da justiça para todos os cantos de Moçambique».
A Frelimo, reconhece que manter a paz é um desafio: «A cada moçambicano se exige uma tomada de consciência de que o caminho da prosperidade só é possível num ambiente de paz».

Jorge Mirione ,(c) PNN Portuguese News Network, Jornal digital

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