Wednesday, 12 October 2011

Estado deve incluir mais as pessoas se quer evitar novas convulsões no país – académica Isabel Casimiro

O Estado moçambicano deve incluir mais as pessoas se quer evitar novas convulsões no país, defendeu a académica Isabel Casimiro, antiga deputada da FRELIMO, afirmando que o problema da agricultura em Moçambique resulta da falta de apoio político ao sector, anunciou hoje (terça-feira) a Lusa.
"Se queremos evitar convulsões, como as que já tivemos neste país, temos que partir para a inclusão, disse à Lusa Isabel Casimiro, docente da Universidade Eduardo Mondlane, referindo-se a questões de direito de exploração de terras para fins agrícolas.
Isabel Casimiro apresentou uma formação sobre mulheres agricultoras moçambicanas, no âmbito da 10ª Conferência da Sociedade Africana de Ciências Agronomias, que arrancou na segunda-feira em Maputo, onde denunciou a falta de apoio do Estado moçambicano ao sector agrícola do país.
"Acho que há falta de vontade politica em dar mais apoio à agricultura. A retórica é de que a agricultura é a base do desenvolvimento, mas de facto vemos que não há apoio", afirmou à Lusa Isabel Casimiro.
Referindo-se ao anúncio governamental da atribuição de terras para exploração agrícola no norte do país a empresas brasileiras, Isabel Casimiro, que foi deputada do partido FRELIMO entre o ano de 1984 e 1989, alertou para a necessidade de se cumprirem as leis vigentes no país.
"Temos uma lei de terras que é muito clara: nada pode ser feito sem a consulta das comunidades. O grande problema e que não há consulta nenhuma", disse.
"É preciso salvaguardar os interesses das pessoas, não vamos conseguir que todas elas trabalhem nesses projectos", concluiu.
A 10ª Conferencia da Sociedade Africana de Ciências Agrónomas, que decorre até ao dia 13 de Outubro, em Maputo, visa a promoção de estratégias para o desenvolvimento agrícola e segurança alimentar no continente africano.

Radio Moçambique

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