A RENAMO, maior partido da oposição moçambicana, exigiu hoje a demissão do ministro do Interior, José Pacheco, por alegadamente autorizar o uso de balas verdadeiras durante as manifestações em Maputo e Matola, no sul do país, que causaram mortes e ferimentos.
“O Governo deve esclarecer com urgência o que vai fazer com o ministro do Interior (José Pacheco), que mentiu ao povo dizendo que as balas (usadas pela polícia nos dias 1 e 2 deste mês) eram de borracha, quando eram verdadeiras. Além de ter proferido insultos aos manifestantes a quem chamou de bandidos, marginais e vândalos”, disse o porta-voz da RENAMO, Fernando Mazanga.
O porta-voz da RENAMO reagia, assim, à decisão do executivo moçambicano, de baixar os preços do pão, energia e água, recuando na sua anterior pretensão, que levou a protestos populares na semana passada, em Maputo e Matola, sul. Manifestações que resultaram em confrontos entre populares e polícias, na sequência dos quais morreram 14 pessoas e mais de três centenas ficaram feridas, de acordo com dados oficiais, embora fontes clínicas avancem já com 18 mortos.
“Pensávamos que a primeira aparição do Presidente da República (Armando Guebuza) fosse para demitir o ministro do Interior, que saiu em defesa dos polícias que mataram até crianças” durante os protestos populares, disse o responsável.
“O Estado é o responsável pelas mortes, pelas detenções (dos manifestantes), pela destruição que foi feita (nas duas cidades), daí que precisa ressarcir aqueles que terão sido lesados”, defendeu Fernando Mazanga.
“Mas uma das medidas grandes que estamos a exigir é a demissão do ministro do Interior, por ter insultado os manifestantes, por não ter dado ordens concretas para se usar balas de borracha, jatos de água, gás lacrimogéneo, que é o que todo o mundo faz nas manifestações”, assinalou.
“Fazer manifestação não é igual a ir à igreja rezar. Uma manifestação tem que se fazer sentir e quem está no poder não pode chamar aos manifestantes de marginais, vândalos, bandidos. Porque a verdade é que é o povo que mandatou aquelas pessoas para exigir os seus direitos. Se fossem vândalos o Governo não teria reunido e recuado” (na decisão de aumentar os preços de bens essenciais), disse Fernando Mazanga.
“Ao recuar estava a reconhecer que, de facto, estava a roubar aos moçambicanos”, considerou.
Hoje, a RENAMO exigiu que o executivo explicasse com “urgência o tipo de tratamento que vai dar aos detidos” e questionou “se vai ressarcir as famílias dos mortos”, apelando, por outro lado, para que a polícia evite “caça às bruxas”.
“É preciso que o Governo esclareça, com urgência, quando é que vai libertar os detidos com o advento das manifestações, e que tratamento vai dar aos que perderam seus ente queridos, bem como os que perderam seus bens” durante as manifestações, disse Fernando Mazanga.
Nos últimos dias, os residentes em Maputo e Matola não conseguem mandar ou receber mensagens via telemóvel, mas, até ao momento, nenhuma das duas operadoras de telefonia móvel, mCel, detida pelo Estado, e Vodacom, propriedade de um consórcio sul africano e moçambicano, se pronunciou sobre as falhas nesses serviços.
“Estamos a viver num país que se diz democrático, mas que as suas políticas são monolíticas”, pelo que “essa situação é um crime, uma intromissão naquilo que são as nossas liberdades”, considerou Fernando Mazanga, exigindo às duas operadoras que indemnizem os clientes.
Notícias Lusófonas
“O Governo deve esclarecer com urgência o que vai fazer com o ministro do Interior (José Pacheco), que mentiu ao povo dizendo que as balas (usadas pela polícia nos dias 1 e 2 deste mês) eram de borracha, quando eram verdadeiras. Além de ter proferido insultos aos manifestantes a quem chamou de bandidos, marginais e vândalos”, disse o porta-voz da RENAMO, Fernando Mazanga.
O porta-voz da RENAMO reagia, assim, à decisão do executivo moçambicano, de baixar os preços do pão, energia e água, recuando na sua anterior pretensão, que levou a protestos populares na semana passada, em Maputo e Matola, sul. Manifestações que resultaram em confrontos entre populares e polícias, na sequência dos quais morreram 14 pessoas e mais de três centenas ficaram feridas, de acordo com dados oficiais, embora fontes clínicas avancem já com 18 mortos.
“Pensávamos que a primeira aparição do Presidente da República (Armando Guebuza) fosse para demitir o ministro do Interior, que saiu em defesa dos polícias que mataram até crianças” durante os protestos populares, disse o responsável.
“O Estado é o responsável pelas mortes, pelas detenções (dos manifestantes), pela destruição que foi feita (nas duas cidades), daí que precisa ressarcir aqueles que terão sido lesados”, defendeu Fernando Mazanga.
“Mas uma das medidas grandes que estamos a exigir é a demissão do ministro do Interior, por ter insultado os manifestantes, por não ter dado ordens concretas para se usar balas de borracha, jatos de água, gás lacrimogéneo, que é o que todo o mundo faz nas manifestações”, assinalou.
“Fazer manifestação não é igual a ir à igreja rezar. Uma manifestação tem que se fazer sentir e quem está no poder não pode chamar aos manifestantes de marginais, vândalos, bandidos. Porque a verdade é que é o povo que mandatou aquelas pessoas para exigir os seus direitos. Se fossem vândalos o Governo não teria reunido e recuado” (na decisão de aumentar os preços de bens essenciais), disse Fernando Mazanga.
“Ao recuar estava a reconhecer que, de facto, estava a roubar aos moçambicanos”, considerou.
Hoje, a RENAMO exigiu que o executivo explicasse com “urgência o tipo de tratamento que vai dar aos detidos” e questionou “se vai ressarcir as famílias dos mortos”, apelando, por outro lado, para que a polícia evite “caça às bruxas”.
“É preciso que o Governo esclareça, com urgência, quando é que vai libertar os detidos com o advento das manifestações, e que tratamento vai dar aos que perderam seus ente queridos, bem como os que perderam seus bens” durante as manifestações, disse Fernando Mazanga.
Nos últimos dias, os residentes em Maputo e Matola não conseguem mandar ou receber mensagens via telemóvel, mas, até ao momento, nenhuma das duas operadoras de telefonia móvel, mCel, detida pelo Estado, e Vodacom, propriedade de um consórcio sul africano e moçambicano, se pronunciou sobre as falhas nesses serviços.
“Estamos a viver num país que se diz democrático, mas que as suas políticas são monolíticas”, pelo que “essa situação é um crime, uma intromissão naquilo que são as nossas liberdades”, considerou Fernando Mazanga, exigindo às duas operadoras que indemnizem os clientes.
Notícias Lusófonas
Todas as balas são verdadeiras (mesmo de borracha), neste caso estamos falar sobre a munição (fogo) real.
ReplyDeleteJest nas Wielu, detalhe muito relevante esse teu para entendermos oque se está tratando aqui. Eu endi que umas matam e mataram e outras não matam(não matariam).
ReplyDeleteA terminologia usada é mesmo essa, balas reais (verdadeiras) e balas de borracha.
ReplyDeleteO que está em causa é o uso indiscriminado de ambos os tipos de balas, o que provocou mortos e feridos. Nesste contexto, José Pacheco devia ser demitido!