Wednesday, 7 July 2010

Quando a Frelimo perder as eleições vai levar consigo o Estado para a oposição

– afirma Lutero Simango, chefe da bancada do MDM

Por causa da partidarização do Estado


Maputo (Canalmoz) - O chefe da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, disse que a partidarização do Estado moçambicano pelo partido Frelimo está a tomar proporções alarmantes e corremos o risco de ficar sem Estado. Em “Grande Entrevista” ao semanário Canal de Moçambique, edição de hoje, Lutero Simango diz que por causa da partidarização, o cenário que se prevê é que quando o partido Frelimo perder as eleições vai levar consigo o Estado para a oposição.
Na entrevista, Simango diz ser difícil esquecer a maldade da Comissão Nacional de Eleições (CNE), aliás, para o entrevistado, o MDM tem, na Assembleia da República, os oito deputados que convêm à instituição presidida por Leopoldo da Costa. Nisso, o chefe da bancada do MDM espera que a justiça seja feita, e que “os ladrões que roubaram” os processos na CNE sejam exemplarmente punidos. Este processo, no entanto, aguarda acção da PGR que se tem mantido passiva.
O nosso entrevistado diz que a constituição do seu grupo parlamentar em bancada foi mal interpretado e às vezes usado pela Frelimo para mostrar-se em exemplo de um partido democrático. Simango diz que a Frelimo não prestou nenhum favor, pois apenas cumpriu o que vem estatuído na Constituição da República.
Sobre a existência de deputados da Frelimo que simultaneamente ocupam cargos nas empresas públicas geridas pelo Estado, Simango diz que é uma questão que deve ser debatida, porque a lei não está bem clara, mas que o princípio da separação de poderes deve ser salvaguardado, para garantir a independência de cada um deles. Simango diz ainda que sobre este facto há uma outra análise que se pode fazer, a da necessidade de evitar a acumulação da riqueza nas mãos de um grupo restrito de pessoas. “Estamos num país em que se fala da necessidade de criação de empregos para os moçambicanos, mas aparecem pessoas a terem três, quatro, cinco, seis, simultaneamente. Como é que se gere e como é que vamos combater a pobreza, assim? Questiona Simango. Acompanhe a entrevista na íntegra, na edição do Canal de Moçambique desta quarta-feira (07 de Julho), que já está nas bancas.

(Matias Guente, CANALMOZ)

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