Monday, 5 July 2010

Cidade de Maputo - Aumenta desordem nos prédios habitacionais

Depois de o Ministério das Obras Públicas e Habitação ter recentemente concluído que a maior parte das comissões dos moradores desses prédios não funciona, o Município de Maputo considera que a estética da urbe está ameaçada.

Maputo (Canalmoz) - O edil de Maputo, David Simango, classifica o actual estado dos prédios da capital do país de “gravíssimo” pelo facto de tarem como característica comum a má conservação.
Para contornar a situação, ele sugere uma alteração do regulamento dos condomínios em vigor para, entre várias medidas a adoptar, conferir poderes às comissões de moradores de tomada de medidas administrativas contra aqueles moradores que, supostamente, não colaboram e nem têm espírito de conservação dos edifícios onde habitam.
David Simango reuniu-se no último sábado com os representantes das Comissões de Moradores dos prédios para auscultar os seus problemas e juntos encontrarem uma solução para a problemática que, no seu ver, ameaça desfigurar a estética da urbe, caso não se tomem medidas urgentes.
Simango referiu que mensalmente dão entrada no Município de Maputo, em média, 60 reclamações dos habitantes dos prédios, expondo os conflitos que, por diversas razões, vivem internamente, entre elas, a já declarada inoperância das comissões dos moradores.
De algum tempo a esta parte, a cidade de Maputo tem vindo a registar uma crescente onda de construções ilegais, mormente de dependências, para diversos fins, nos prédios e em seus respectivos pátios, ante a apatia das autoridades.
Sem falar do autêntico das cores variadas com que se têm vindo a pintar as varandas de um mesmo edifícios, agora uma característica muito comum aos vários prédios da urbe, entre outras violações da postura municipal, diga-se, por causa da incapacidade da edilidade em aplicar o regulamento dos condomínios, constam igualmente a transformação de garagens em salões de beleza e em tabacarias.
Perante a impotência de outros moradores, há moradores tidos como “intocáveis” que transformam espaços comuns em privados mesmo cientes da transgressão da norma e da indignação dos outros moradores. Montam oficinas de reparação de viaturas, take aways, cabeleireiros em anexos, alteram as aplicações dos espaços, fazem e desfazem a seu “bel prazer”.
Inclusivamente os moradores dos prédios têm se queixado de má gestão do dinheiro a eles cobrado pelos seus representantes, alegadamente para a manutenção desses edifícios. Contudo, esses mesmos prédios em nome dos quais se colecta dinheiros andam sujos, sem água e energia nos espaços comuns e completamente desordenados.
Face a este cenário, o edil de Maputo ao reconhecer, por um lado, que o dispositivo que rege os condóminos é ineficaz e carece de uma alteração, por outro, diz ter medidas drásticas para resolver as situações acima descritas. Não apontou quais são, mas refere haver um trabalho nesse sentido.

(Emildo Sambo, CANALMOZ, 05/07/10)

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