Moçambique festeja 35 anos de independência com a histórica promessa do combate à fome e à pobreza. O Povo, esse espera
Às vésperas de mais um aniversário de independência da “Pérola do Índico”, o presidente Armando Emílio Guebuza destacou, em entrevista concedida recentemente, em Maputo, à Rádio Moçambique, o alcance da paz e o combate à fome e à pobreza como conquistas dos últimos 35 anos daquele país lusófono, desde que deixou (claro está!) de estar sob a bota (pesada) da cinzenta e atrasada metrópole do antigo Império Português: Lisboa.
“Acho que é positivo. Estamos independentes, decidimos sobre o nosso destino, vencemos grandes desafios, em particular conseguimos instalar a paz no nosso país, saímos da fase de emergência, em que as pessoas não tinham sequer algo para comer, e hoje estamos a caminhar muito rapidamente para a fase de desenvolvimento, através da luta contra a pobreza”, afirmou Armando Guebuza.
No decurso da referida entrevista à Rádio de Moçambique, o presidente moçambicano defendeu que o estado da democracia “está bem”, com as instituições e as assembleias a funcionarem de forma “democrática” e a sociedade civil a “discutir e contribuir para a solução dos problemas, participando livremente”.
Numa coisa Armando Guebuza, presidente moçambicano e também chefe da FRELIMO, (não) tem (toda e) mais alguma razão: o estado da democracia, até prova em contrário, "está bem". As instituições e as assembleias (parece que) funcionam de forma "democrática" e, aparentemente, a sociedade civil "discute e contribui para a solução dos problemas, participando livremente".
Agora, que Moçambique alcançou a paz há cerca de 20 anos, é facto um indesmentível; que o Governo deste País tenha infligido um duro golpe à fome e à pobreza durante estas três décadas e meia de independência, é um facto... desmentível em todas as latitudes que amiúde acompanham a realidade política daquele país banhado pelo Oceano Índico.
Logo, só a falta de um argumento convincente e plausível, às vésperas de mais um aniversário de (in)dependência, leva Armando Guebuza a transformar a ladainha do “combate à fome e à pobreza na sua mais predilecta canção que, convém dizê-lo, já cansa o ouvido e (sem querer querendo) abusa da paciência do soberano dos soberanos (o Povo) daquela antiga colónia portuguesa.
Enquanto arregaça mangas para a luta contra a miséria, Armando Guebuza ignora certamente que a pobreza franciscana que impera no País que dirige vai apanhá-lo com as calças na mão e infligir-lhe uma copiosa derrota sem igual na História de Moçambique hodierno.
E tal vai acontecer por que Armando Guebuza entende , por exemplo, que a pobreza deve ser combatida com sacos de arroz, maços de dólares ou euros doados por países asiáticos, europeus ou ainda americanos.
Ignora Armando Guebuza que só se poderá dar à volta à pobreza absoluta quando o País tiver Recursos Humanos qualificados à altura das necessidades prementes que, na escala das prioridades políticas e sociais, poderão guindar Moçambique ao patamar dos Países de Desenvolvimento Médio.
O chanceler japonês, Mashiko Komura, em declarações à imprensa em 2008, afirmou que para melhorar a situação da pobreza é necessário actuar sobre as áreas da Saúde, Educação e garantir o acesso à água.
Será que Armando Guebuza (que tem três refeições por dia, noves-fora os lanches) sabe quantos cidadãos não têm acesso à Saúde no País? Creio que não.
Será que Armando Guebuza sabe quantos cidadãos não têm acesso à Educação no País? Creio que não.
Será que Armando Guebuza pode dizer, com propriedade, quantos cidadãos do Rovuma ao Maputo não têm acesso à água? Creio que não.
Às vésperas de mais um aniversário de independência da “Pérola do Índico”, o presidente Armando Emílio Guebuza destacou, em entrevista concedida recentemente, em Maputo, à Rádio Moçambique, o alcance da paz e o combate à fome e à pobreza como conquistas dos últimos 35 anos daquele país lusófono, desde que deixou (claro está!) de estar sob a bota (pesada) da cinzenta e atrasada metrópole do antigo Império Português: Lisboa.
“Acho que é positivo. Estamos independentes, decidimos sobre o nosso destino, vencemos grandes desafios, em particular conseguimos instalar a paz no nosso país, saímos da fase de emergência, em que as pessoas não tinham sequer algo para comer, e hoje estamos a caminhar muito rapidamente para a fase de desenvolvimento, através da luta contra a pobreza”, afirmou Armando Guebuza.
No decurso da referida entrevista à Rádio de Moçambique, o presidente moçambicano defendeu que o estado da democracia “está bem”, com as instituições e as assembleias a funcionarem de forma “democrática” e a sociedade civil a “discutir e contribuir para a solução dos problemas, participando livremente”.
Numa coisa Armando Guebuza, presidente moçambicano e também chefe da FRELIMO, (não) tem (toda e) mais alguma razão: o estado da democracia, até prova em contrário, "está bem". As instituições e as assembleias (parece que) funcionam de forma "democrática" e, aparentemente, a sociedade civil "discute e contribui para a solução dos problemas, participando livremente".
Agora, que Moçambique alcançou a paz há cerca de 20 anos, é facto um indesmentível; que o Governo deste País tenha infligido um duro golpe à fome e à pobreza durante estas três décadas e meia de independência, é um facto... desmentível em todas as latitudes que amiúde acompanham a realidade política daquele país banhado pelo Oceano Índico.
Logo, só a falta de um argumento convincente e plausível, às vésperas de mais um aniversário de (in)dependência, leva Armando Guebuza a transformar a ladainha do “combate à fome e à pobreza na sua mais predilecta canção que, convém dizê-lo, já cansa o ouvido e (sem querer querendo) abusa da paciência do soberano dos soberanos (o Povo) daquela antiga colónia portuguesa.
Enquanto arregaça mangas para a luta contra a miséria, Armando Guebuza ignora certamente que a pobreza franciscana que impera no País que dirige vai apanhá-lo com as calças na mão e infligir-lhe uma copiosa derrota sem igual na História de Moçambique hodierno.
E tal vai acontecer por que Armando Guebuza entende , por exemplo, que a pobreza deve ser combatida com sacos de arroz, maços de dólares ou euros doados por países asiáticos, europeus ou ainda americanos.
Ignora Armando Guebuza que só se poderá dar à volta à pobreza absoluta quando o País tiver Recursos Humanos qualificados à altura das necessidades prementes que, na escala das prioridades políticas e sociais, poderão guindar Moçambique ao patamar dos Países de Desenvolvimento Médio.
O chanceler japonês, Mashiko Komura, em declarações à imprensa em 2008, afirmou que para melhorar a situação da pobreza é necessário actuar sobre as áreas da Saúde, Educação e garantir o acesso à água.
Será que Armando Guebuza (que tem três refeições por dia, noves-fora os lanches) sabe quantos cidadãos não têm acesso à Saúde no País? Creio que não.
Será que Armando Guebuza sabe quantos cidadãos não têm acesso à Educação no País? Creio que não.
Será que Armando Guebuza pode dizer, com propriedade, quantos cidadãos do Rovuma ao Maputo não têm acesso à água? Creio que não.
Jorge Eurico, Notícias Lusófonas, 24/06/10
Em democracia nata, cada um acredita no que quiser e bem entender.
ReplyDeleteNo entanto, no terreno, a verdade difere muito das baboseiras proferidas por Armando Guebuza.
Convem-lhe acreditar no que diz, tem de justificar a sua boa (des)governação, e o maior cego, realmente, é aquele que não quer ver.
Maria Helena
Entre outras coisas, não é verdade que o estado da democracia está bem e que as instituições funcionam democraticamente!
ReplyDeleteOs mais atentos não podem acreditar neste tipo de discurso!