Crime e corrupção estão a ameaçar desenvolvimento em Moçambique

– afirma Daniel Baer, secretário de Estado adjunto dos EUA para a Democracia, Direitos Humanos e Trabalho “A realização de eleições não é sinónimo de democracia. Há necessidade de os países defenderem os direitos dos cidadãos, para que a democracia seja efectiva.”

Maputo (Canalmoz) – Apesar de Moçambique ter registado muitos avanços, nas últimas décadas, nos domínios político, económico e social, a corrupção e o crime organizado continuam a constituir grandes obstáculos, que podem afugentar os investimentos externos, caso medidas urgentes não sejam tomadas. Esta posição foi expressa ontem, em Maputo, pelo secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos da América, Daniel Baer, falando numa palestra organizada pela faculdade de Direito da Universidade Eduardo Mondlane, subordinada ao tema “Democracia e direitos humanos na política externa dos EUA”. Segundo Daniel Baer, a realização de eleições não é sinónimo de democracia. Há necessidade de os países defenderem os direitos dos cidadãos, para que a democracia seja efectiva. Para Daniel Baer, para que tal democracia traga benefício, é necessário que haja políticos fortes e uma sociedade civil à altura de responder aos interesses dos cidadãos. “Quando uma pessoa estiver com fome por falta de alimentos, não pode ser considerada totalmente livre. É parcialmente livre, porque precisa de comida. O desenvolvimento sem direitos iguais para todos não é suficiente”, acrescentou o secretário do Estado adjunto dos EUA para a Democracia, Direitos Humanos e Trabalho. Daniel Baer disse também que o desenvolvimento de uma democracia efectiva pressupõe a existência de uma sociedade civil fortemente comprometida com os interesses do povo e longe do envolvimento com partidos políticos. “Os líderes fortes não têm medo da sociedade civil. Mesmo que os jornalistas ou a sociedade civil critiquem seriamente os sistemas políticos existentes, os líderes políticos fortes nunca caem”, disse Daniel Baer. Daniel Baer foi empossado em Novembro de 2009 como secretário do Estado adjunto para o Gabinete de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho Civil, e inclui o Gabinete para Assuntos de África e Europa.

(Egídio Plácido, CANALMOZ, 04/05/10)