Maputo (Canalmoz) - Esta é a nossa última edição do ano de 2009. Amanhã, estaremos num novo ano – 2010. Ficaram para trás 365 dias, de alegrias e adversidades. Conseguimos, no entanto, juntos, atingir mais esta meta de vida. Da soma dos bons e maus momentos, se cumpriu mais um ano.
2009 está, praticamente, para trás.
2010 é mais um desafio. Outros foram sendo vencidos, sucessivamente.
Queixámo-nos dos empecilhos, lamentámos as nossas fraquezas, festejámos os nossos sucessos. Assim vamos vivendo. Assim se vai construindo o nosso futuro comum.
Não se pode ter tudo na vida. Mas luta-se. Não desistir é estar, sempre, presente no que cada um tem o dever de fazer.
Muda-se o ano, renovam-se as esperanças.
Desta vez, contudo, são muito reservadas as nossas expectativas.
Vendo acentuarem-se as diferenças de oportunidade, não há como poder-se acreditar na “dinastia” que constrói o seu futuro tentando iludir os que nos vão surpreendendo com a sua subtil inteligência, a aparentar distracção.
Esta forma subtil que a esmagadora maioria dos moçambicanos tem, de fazerem as coisas acontecer, faz-nos acreditar que, um dia, a mudança surpreenderá os que se convenceram que o seu bafejado sucesso é eterno.
No que nos diz respeito, em 2009 fizemos o que esteve ao nosso alcance, para despertar os desatentos.
Chegamos ao fim do ano felizes, por vermos que, finalmente, todo um Povo está a despertar. Pode não parecer, mas está. É reconfortante apercebermo-nos disso!
Estamos felizes, por nos apercebermos que a tentativa de subjugar todo um Povo está a frustrar-se.
Dia após dia, a onda cresce!
Para nós, 2009 foi um ano muito difícil. Tentaram silenciar-nos. Tentaram vender-nos. Menosprezaram a nossa força de vontade.
Esqueceram-se que somos um grupo de múltiplas gerações, decidido a enfrentar as mais ardilosas vicissitudes que instalem no nosso percurso.
A 23 de Julho de 2009, provámos que a nossa determinação de continuarmos a estar presentes no mercado da Imprensa não era uma mera birra, mas, sim, uma causa.
A 23 de Julho deste ano que hoje deixaremos para trás, o Canal de Moçambique passou a chamar-se Canalmoz na versão em PDF, mas continuou, em versão impressa, vai fazer seis meses, como semanário de venda directa ao público, impresso em papel.
A 7 de Fevereiro de 2010, vamos fazer 4 anos de existência activa. No nosso sítio na Internet, ainda apenas com as notícias do Canalmoz, já nos visitam, diariamente, cerca de trinta mil internautas. Como
semanário, o Canal de Mocambique já está em todas as províncias do país. Em digital estamos em todos os cantos do mundo. Em versão PDF, o Canalmoz tem uma lista de assinantes crescente via email.
Em papel, em 2010, tudo tentaremos para estarmos em todos os distritos.
Temos parceiros que, como nós, têm causa e querem ver, como nós, Moçambique a ser o mais plural possível, para que a estabilidade se mantenha.
Quem tem causa não é, facilmente, vencido.
Num País como Moçambique, quem está do lado dos discriminados pode ter de sofrer para vencer, mas este Povo sabe pôr-se ao lado de quem está por ele.
É gratificante sabermos que quem se convence que tem o rei na barriga, se surpreende quando menos espera.
A 5 de Fevereiro de 2008, quando Maputo acordou sob o espectro da revolta popular, a da chamada revolução dos chapas, viu-se quanto vale a determinação de um Povo. O regime dos que se julgam vitalícios, dos que não acreditam nas gerações novas e que por elas se sentem ameaçados, nesse dia, abriu brechas irreparáveis. Nesse dia, o civismo associado à determinação foi suficiente para pôr o Governo a trabalhar.
Parece que, entretanto, quem tem a responsabilidade de não usar o Estado para seu próprio benefício, voltou a adormecer.
Estamos, novamente, na contingência de assistirmos o País a acordar assustado. Veremos o que nos reserva 2010 !?
Nos momentos em que muitos regimes se julgaram donos e senhores da situação, ruíram as suas fundações.
Nem sempre o que parece é.
Nem tudo o que luz é ouro.
A maior irresponsabilidade de todos os tempos foi terem-se mantido os preços dos combustíveis congelados para mero exercício de ilusinismo político-eleitoral, contrariando a mais elementar lógica da economia de mercado. Em 2010, vamos ter de pagar a factura e a factura vai ser, naturalmente, pesada.
Sabemos que créditos bancários já foram accionados para pagar a factura do passivo às gasolineiras, do déficit às gasolineiras. O Estado é avalista das gasolineiras porque são elas que aparecem como devedoras dos respectivos créditos aos bancos. Virá o pagamento do capital com juros sobre dívida de capital mais juros numa onda crescente que alguém vai ter de pagar e geralmente esse alguém são os contribuintes.
De que irá valer a “finta” ao Fundo Monetário Internacional? Como o Estado não pode subsidiar preços vai daí o governo tenta fintar o FMI. Será mesmo que quem ri por último não vai rir da esperteza saloia?
A par da amortizacão da dívida do déficit mais juros do combustível já consumido, virá o agravamento inevitável dos precos dos combustíveis que ainda se vão consumir. Vem aí um 2010 difícil.
Quem responderá pelo que daí possa advir em termos de insegurança?
Enfim, estamos em momento de festas, se bem que, para muitos, a festa seja, apenas, ver os outros usufruírem dos benefícios. Vamos adiar, por motivo das tradiccionais tréguas da “Réveillon”, nem que seja só por uns dias, as nossas preocupações.
Que prevaleça, contudo, a Paz.
Boas Festas e Feliz Ano Novo a todos, são os nossos mais sinceros votos.
(Editorial do Canalmoz, 31/12/09)
2009 está, praticamente, para trás.
2010 é mais um desafio. Outros foram sendo vencidos, sucessivamente.
Queixámo-nos dos empecilhos, lamentámos as nossas fraquezas, festejámos os nossos sucessos. Assim vamos vivendo. Assim se vai construindo o nosso futuro comum.
Não se pode ter tudo na vida. Mas luta-se. Não desistir é estar, sempre, presente no que cada um tem o dever de fazer.
Muda-se o ano, renovam-se as esperanças.
Desta vez, contudo, são muito reservadas as nossas expectativas.
Vendo acentuarem-se as diferenças de oportunidade, não há como poder-se acreditar na “dinastia” que constrói o seu futuro tentando iludir os que nos vão surpreendendo com a sua subtil inteligência, a aparentar distracção.
Esta forma subtil que a esmagadora maioria dos moçambicanos tem, de fazerem as coisas acontecer, faz-nos acreditar que, um dia, a mudança surpreenderá os que se convenceram que o seu bafejado sucesso é eterno.
No que nos diz respeito, em 2009 fizemos o que esteve ao nosso alcance, para despertar os desatentos.
Chegamos ao fim do ano felizes, por vermos que, finalmente, todo um Povo está a despertar. Pode não parecer, mas está. É reconfortante apercebermo-nos disso!
Estamos felizes, por nos apercebermos que a tentativa de subjugar todo um Povo está a frustrar-se.
Dia após dia, a onda cresce!
Para nós, 2009 foi um ano muito difícil. Tentaram silenciar-nos. Tentaram vender-nos. Menosprezaram a nossa força de vontade.
Esqueceram-se que somos um grupo de múltiplas gerações, decidido a enfrentar as mais ardilosas vicissitudes que instalem no nosso percurso.
A 23 de Julho de 2009, provámos que a nossa determinação de continuarmos a estar presentes no mercado da Imprensa não era uma mera birra, mas, sim, uma causa.
A 23 de Julho deste ano que hoje deixaremos para trás, o Canal de Moçambique passou a chamar-se Canalmoz na versão em PDF, mas continuou, em versão impressa, vai fazer seis meses, como semanário de venda directa ao público, impresso em papel.
A 7 de Fevereiro de 2010, vamos fazer 4 anos de existência activa. No nosso sítio na Internet, ainda apenas com as notícias do Canalmoz, já nos visitam, diariamente, cerca de trinta mil internautas. Como
semanário, o Canal de Mocambique já está em todas as províncias do país. Em digital estamos em todos os cantos do mundo. Em versão PDF, o Canalmoz tem uma lista de assinantes crescente via email.
Em papel, em 2010, tudo tentaremos para estarmos em todos os distritos.
Temos parceiros que, como nós, têm causa e querem ver, como nós, Moçambique a ser o mais plural possível, para que a estabilidade se mantenha.
Quem tem causa não é, facilmente, vencido.
Num País como Moçambique, quem está do lado dos discriminados pode ter de sofrer para vencer, mas este Povo sabe pôr-se ao lado de quem está por ele.
É gratificante sabermos que quem se convence que tem o rei na barriga, se surpreende quando menos espera.
A 5 de Fevereiro de 2008, quando Maputo acordou sob o espectro da revolta popular, a da chamada revolução dos chapas, viu-se quanto vale a determinação de um Povo. O regime dos que se julgam vitalícios, dos que não acreditam nas gerações novas e que por elas se sentem ameaçados, nesse dia, abriu brechas irreparáveis. Nesse dia, o civismo associado à determinação foi suficiente para pôr o Governo a trabalhar.
Parece que, entretanto, quem tem a responsabilidade de não usar o Estado para seu próprio benefício, voltou a adormecer.
Estamos, novamente, na contingência de assistirmos o País a acordar assustado. Veremos o que nos reserva 2010 !?
Nos momentos em que muitos regimes se julgaram donos e senhores da situação, ruíram as suas fundações.
Nem sempre o que parece é.
Nem tudo o que luz é ouro.
A maior irresponsabilidade de todos os tempos foi terem-se mantido os preços dos combustíveis congelados para mero exercício de ilusinismo político-eleitoral, contrariando a mais elementar lógica da economia de mercado. Em 2010, vamos ter de pagar a factura e a factura vai ser, naturalmente, pesada.
Sabemos que créditos bancários já foram accionados para pagar a factura do passivo às gasolineiras, do déficit às gasolineiras. O Estado é avalista das gasolineiras porque são elas que aparecem como devedoras dos respectivos créditos aos bancos. Virá o pagamento do capital com juros sobre dívida de capital mais juros numa onda crescente que alguém vai ter de pagar e geralmente esse alguém são os contribuintes.
De que irá valer a “finta” ao Fundo Monetário Internacional? Como o Estado não pode subsidiar preços vai daí o governo tenta fintar o FMI. Será mesmo que quem ri por último não vai rir da esperteza saloia?
A par da amortizacão da dívida do déficit mais juros do combustível já consumido, virá o agravamento inevitável dos precos dos combustíveis que ainda se vão consumir. Vem aí um 2010 difícil.
Quem responderá pelo que daí possa advir em termos de insegurança?
Enfim, estamos em momento de festas, se bem que, para muitos, a festa seja, apenas, ver os outros usufruírem dos benefícios. Vamos adiar, por motivo das tradiccionais tréguas da “Réveillon”, nem que seja só por uns dias, as nossas preocupações.
Que prevaleça, contudo, a Paz.
Boas Festas e Feliz Ano Novo a todos, são os nossos mais sinceros votos.
(Editorial do Canalmoz, 31/12/09)
Parece que vai 2010 vai ser um ano muito difícil para a maioria do povo Moçambicano. As elites ficam pouco ou nada afectadas, em vez de se comprar um vestido de 2 mil USD, compra-se outro, um bocado mais barato, ou em vez de se comprar um carro de luxo, compra-se à mesma, mas de outra marca mais barata, etc.
ReplyDeleteA crise virá afectar os que já vivem com grandes dificuldades financeiras.
Infelizmente, é sempre assim.
Maria Helena
Eu quero ser optimista no dealbar de um novo ano e uma nova decada, mas sou realista e desconfio que vai ser um ano extremamente dificil em muitos aspectos.
ReplyDeleteO que me da esperança é que muitas pessoas estao a despertar e começam a questionar, o que é bom sinal!