Saturday, 31 October 2009
Nítida vantagem da Frelimo por entre acusações de falta de transparência no processo eleitoral moçambicano
Jorge Heitor
Observadores preocupados com o quadro legal da ida às urnas. Oposição fala de "preparação de fraude antecipada"
Contadas ontem à tarde mais de um terço das 12.595 mesas de voto, o Presidente moçambicano Armando Guebuza totalizava 77 por cento dos votos válidos e o seu partido, a Frelimo, rondava os 76, revelaram o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral e a Associação dos Parlamentares Europeus para a África.
A Frelimo teve 62 por cento há cinco anos, Gebuza 63,7 por cento.
Os outros dois candidatos presidenciais, Daviz Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e Afonso Dhlakhama, da Renamo, continuavam ontem a disputar o segundo lugar, respectivamente com 12 e 11 por cento do total de votos. Nas legislativas a Renamo estava com 12 por cento e o MDM, só autorizado a concorrer em quatro círculos, com oito.
Os observadores da União Europeia elogiaram a organização eficiente, mas disseram-se preocupados com o "confuso quadro legal" das eleições, sublinhando que a legislação sobre o voto se encontra dispersa por diferentes documentos a que falta claridade e que "abrem espaço a diferentes interpretações". Os observadores também entenderam que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) violou alguns aspectos da lei, ao não publicar com 30 dias de antecedência as listas dos candidatos e a localização das assembleias de voto.
Fim do bom exemplo
Uma das avaliações mais negativas deste acto eleitoral múltiplo foi a do comentador Johannes Beck, da emissora Deutsche Welle, segundo o qual "a falta mais grave foi cometida pela CNE, quando excluiu as listas do MDM de nove dos 13 círculos eleitorais", mas outras ocorrências também tornaram estas eleições "pouco justas".
Sob o título "fim de uma democracia exemplar", Beck disse ser chegada a altura de os países doadores "reivindicarem claramente uma maior democratização". E o primeiro passo poderia ser a suspensão ou a redução drástica dos apoios directos alemães ao orçamento moçambicano.
Um dos coordenadores provinciais do MDM, Barnabé Lucas Nkomo, disse ao PÚBLICO que, "se não fosse o afastamento em diversos círculos eleitorais", aquele partido apresentar-se-ia na próxima legislatura com a segunda bancada parlamentar, em vez de só conseguir eleger deputados na cidade de Maputo e nas províncias de Sofala e Inhambane.
Segundo ele, esta ida às urnas para as presidenciais, as legislativas e a escolha das assembleias provinciais "caracterizou-se por uma preparação de fraude antecipada".
Quanto a Dhlakhama, conhecido pelas suas acusações bombásticas aquando de anteriores actos eleitorais, ameaçou "tomar o poder pela força" se acaso se verificar que houve realmente fraude.
PÚBLICO – 31.10.2009, citado em www.macua.blogs.com
Contadas ontem à tarde mais de um terço das 12.595 mesas de voto, o Presidente moçambicano Armando Guebuza totalizava 77 por cento dos votos válidos e o seu partido, a Frelimo, rondava os 76, revelaram o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral e a Associação dos Parlamentares Europeus para a África.
A Frelimo teve 62 por cento há cinco anos, Gebuza 63,7 por cento.
Os outros dois candidatos presidenciais, Daviz Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), e Afonso Dhlakhama, da Renamo, continuavam ontem a disputar o segundo lugar, respectivamente com 12 e 11 por cento do total de votos. Nas legislativas a Renamo estava com 12 por cento e o MDM, só autorizado a concorrer em quatro círculos, com oito.
Os observadores da União Europeia elogiaram a organização eficiente, mas disseram-se preocupados com o "confuso quadro legal" das eleições, sublinhando que a legislação sobre o voto se encontra dispersa por diferentes documentos a que falta claridade e que "abrem espaço a diferentes interpretações". Os observadores também entenderam que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) violou alguns aspectos da lei, ao não publicar com 30 dias de antecedência as listas dos candidatos e a localização das assembleias de voto.
Fim do bom exemplo
Uma das avaliações mais negativas deste acto eleitoral múltiplo foi a do comentador Johannes Beck, da emissora Deutsche Welle, segundo o qual "a falta mais grave foi cometida pela CNE, quando excluiu as listas do MDM de nove dos 13 círculos eleitorais", mas outras ocorrências também tornaram estas eleições "pouco justas".
Sob o título "fim de uma democracia exemplar", Beck disse ser chegada a altura de os países doadores "reivindicarem claramente uma maior democratização". E o primeiro passo poderia ser a suspensão ou a redução drástica dos apoios directos alemães ao orçamento moçambicano.
Um dos coordenadores provinciais do MDM, Barnabé Lucas Nkomo, disse ao PÚBLICO que, "se não fosse o afastamento em diversos círculos eleitorais", aquele partido apresentar-se-ia na próxima legislatura com a segunda bancada parlamentar, em vez de só conseguir eleger deputados na cidade de Maputo e nas províncias de Sofala e Inhambane.
Segundo ele, esta ida às urnas para as presidenciais, as legislativas e a escolha das assembleias provinciais "caracterizou-se por uma preparação de fraude antecipada".
Quanto a Dhlakhama, conhecido pelas suas acusações bombásticas aquando de anteriores actos eleitorais, ameaçou "tomar o poder pela força" se acaso se verificar que houve realmente fraude.
PÚBLICO – 31.10.2009, citado em www.macua.blogs.com
Fraude em Sofala
Membros de uma Assembleia de Voto que funcionou na Escola Primária Completa do Esturro.
Na cidade da Beira foram surpreendidos pela reportagem da TIM, na noite eleitoral do dia 28 a invalidarem os votos do candidato Daviz Simango com recurso a tinta indelével. No quadro usado para a contagem parcial dos votos, numa primeira fase o número de votos nulos é de 23 em seguida faz se a recontagem e o número sobe drasticamente (escutar a contagem).
De seguida os membros da assembleia posicionam-se de forma estranha de costas aos delegados dos partidos políticos e a contagem dos votos é feita de mão em mão. Perante este cenário, o delegado do MDM presente na sala contesta.
Durante a segunda contagem dos votos nulos, o numero é maior e os votos que se apresentam nulos são só de Daviz Simango.
Estranhamente, todos são nulos porque apresentam um borrão de tinta colocada a dedo.
O MDM através do seu mandatário José de Sousa, reagiu as imagens dizendo que vai processar criminalmente a senhora que fez a recontagem.
José de Sousa diz ainda que apesar das manchas havidas durante as eleições, o MDM esta satisfeito com os resultados.
Sousa prometeu que Daviz Simango vai reagir aos resultados que estão a ser divulgados.
Fonte: TIM, www.tim.co.mz, citado no Diário de Um Sociólogo
"E se a Rádio Moçambique não transmite os resultados da Beira é porque não há nenhuns resultados para transmitir"
Olá Juliana
Bom-dia, minha querida amiga. Como vai a vida? Do meu lado tudo bem, felizmente.
Escrevo-te hoje para te fazer saber de uma coisa que me está a causar uma grande surpresa: o facto de, na cidade da Beira, não ter havido eleições na passada quarta-feira.
Perguntas como é que eu sei que não houve eleições na Beira?
É simples. Na imensa lista de resultados que a Rádio Moçambique tem estado a dar, a partir dos mais recônditos distritos do país, ainda não apareceu, até agora, nenhum resultado da Beira, a segunda cidade de Moçambique.
E se a Rádio Moçambique não transmite os resultados da Beira é porque não há nenhuns resultados para transmitir. É porque nas margens do Chiveve não houve eleições.
Enquanto em todo o país, e mesmo no estrangeiro, os outros moçambicanos corriam para as assembleias de voto, os beirenses deixaram-se ficar em casa, gozando de uma tolerância de ponto que, ao que parece, não mereceram.
Gente estranha, estes beirenses!
Será que não houve mesmo ninguém que se tenha dirigido às assembleias de voto?
Nem o Governador de Sofala? Nem os responsaveis políticos da FRELIMO?
Ninguém?!
Ou será que o problema foi da Rádio Moçambique?
Quem sabe distraíram-se na distribuição da enorme quantidade de jornalistas por todo o país e esqueceram-se da Beira.
Deve ter sido isso. Mandaram os jornalistas da delegação da Beira para outros sítios e deixaram a cidade desguarnecida.
Problemas organizacionais, sem dúvida...
Mas a verdade é que o sapo está lá, no prato, à frente deles.
E não vale a pena adiar a situação. Vão ter mesmo que o engolir. Gostem ou não. Gostem os patrões deles ou não.
Com mais ou menos tempero, com mais ou menos repugnância, vão ter que engolir o sapo e divulgar a heresia: Na Beira, diz o mediaFAX, Daviz Simango ganhou a Armando Guebuza, nas presidenciais, e o MDM venceu a FRELIMO (e a RENAMO) para a Assembleia da República.
Vida difícil a de quem acha que fazer jornalismo é agradar sempre aos chefes, aos patrões, aos superiores...
Um beijo para ti, minha amiga, do
Machado da Graça
(Machado da Graça, Correio da Manhã, citado em www.macua.blogs.com)
Bom-dia, minha querida amiga. Como vai a vida? Do meu lado tudo bem, felizmente.
Escrevo-te hoje para te fazer saber de uma coisa que me está a causar uma grande surpresa: o facto de, na cidade da Beira, não ter havido eleições na passada quarta-feira.
Perguntas como é que eu sei que não houve eleições na Beira?
É simples. Na imensa lista de resultados que a Rádio Moçambique tem estado a dar, a partir dos mais recônditos distritos do país, ainda não apareceu, até agora, nenhum resultado da Beira, a segunda cidade de Moçambique.
E se a Rádio Moçambique não transmite os resultados da Beira é porque não há nenhuns resultados para transmitir. É porque nas margens do Chiveve não houve eleições.
Enquanto em todo o país, e mesmo no estrangeiro, os outros moçambicanos corriam para as assembleias de voto, os beirenses deixaram-se ficar em casa, gozando de uma tolerância de ponto que, ao que parece, não mereceram.
Gente estranha, estes beirenses!
Será que não houve mesmo ninguém que se tenha dirigido às assembleias de voto?
Nem o Governador de Sofala? Nem os responsaveis políticos da FRELIMO?
Ninguém?!
Ou será que o problema foi da Rádio Moçambique?
Quem sabe distraíram-se na distribuição da enorme quantidade de jornalistas por todo o país e esqueceram-se da Beira.
Deve ter sido isso. Mandaram os jornalistas da delegação da Beira para outros sítios e deixaram a cidade desguarnecida.
Problemas organizacionais, sem dúvida...
Mas a verdade é que o sapo está lá, no prato, à frente deles.
E não vale a pena adiar a situação. Vão ter mesmo que o engolir. Gostem ou não. Gostem os patrões deles ou não.
Com mais ou menos tempero, com mais ou menos repugnância, vão ter que engolir o sapo e divulgar a heresia: Na Beira, diz o mediaFAX, Daviz Simango ganhou a Armando Guebuza, nas presidenciais, e o MDM venceu a FRELIMO (e a RENAMO) para a Assembleia da República.
Vida difícil a de quem acha que fazer jornalismo é agradar sempre aos chefes, aos patrões, aos superiores...
Um beijo para ti, minha amiga, do
Machado da Graça
(Machado da Graça, Correio da Manhã, citado em www.macua.blogs.com)
Primeiros milhos
Ainda são conhecidos poucos resultados das eleições moçambicanas (disponíveis aqui, por cortesia do Carlos Serra): 16% das mesas quanto à votação para o parlamento e 19% quanto às presidenciais.
Também só nas duas maiores cidades e nas duas províncias mais a sul (que, tal como a cidade de Maputo, são as zonas mais fortes da Frelimo) os dados ultrapassam 25% das mesas.
Com todas as reservas que tão poucos dados aconselham, já se justificam alguns comentários.
1 - A esperada vitória da Frelimo e de Armando Guebuza deverá ser bastante substancial. De momento, está em torno dos 75% mas, mesmo com as alterações que irão ser provocadas pelo escrutínio das zonas que lhes são mais adversas, é muito provável que fiquem acima dos 2/3.
2 - Deviz Simango e o MDM estão agora em segundo lugar, mas Dhlakama surge bem mais forte da Zambézia para norte, pelo que (dado o peso eleitoral dessa província e de Nampula, e visto que só aí estão escrutinadas 10,6% das mesas) é provável que a situação se inverta.
3 - Para um partido recente e que só foi autorizado a concorrer em 4 círculos eleitorais, o MDM está a obter um score impressionante: 20% em Maputo, 37% em Sofala e 9% na muito frelimista província de Inhambane (ainda não há dados do Niassa).
Se as actuais tendências se mantiverem, o MDM poderá eleger de 11 a 14 deputados (a que se poderá eventualmente juntar outro pelo Niassa, embora as votações nas províncias limítrofes não lhe sejam nada favoráveis). Ou seja, pode eleger 16 a 22% dos deputados dos círculos onde pôde concorrer.
4 - Ao contrário do que eu esperava (pois os eleitores contavam com a reeleição de Guebuza e apostavam na diferença que os deputados do MDM poderiam fazer no parlamento), Deviz Simango está a ter sistematicamente uma votação mais alta que a do seu partido, nos círculos onde este foi autorizado a concorrer.
Essa diferença é na ordem dos 2 pontos percentuais e parece vir de votantes da Frelimo em Inhambane, de votantes da Renamo em Maputo e de ambos os partidos em Sofala.
5 - Embora existam muito poucos dados do norte do país, Guebuza diminui a sua votação à medida que nos aproximamos do centro, acontecendo o contrário com a votação de Dhlakama e com a vantagem que este obtém sobre Simango.
No centro, Tete mantém-se um baluarte da Frelimo, enquanto Simango esmaga Dhlakama em Sofala e fica a pouca distância em Manica.
No sul frelimista, Simango tem uma votação sistemática e significativamente superior à de Dhlakama.
6 - Simango não conseguiu entrar em força na províncias mais populosas do norte do país. Mas, aí, foi buscar votos tanto à Renamo quanto à Frelimo.
O mesmo acontece aliás em Manica, embora aí já tenha chegado aos 12%.
No sul, os seus resultados vêm de pessoas que votaram Frelimo, excepto em Maputo (cidade e província) onde de novo capitaliza pessoas que votaram em ambos os seus oponentes.
Esperemos, agora, por mais dados.
Também só nas duas maiores cidades e nas duas províncias mais a sul (que, tal como a cidade de Maputo, são as zonas mais fortes da Frelimo) os dados ultrapassam 25% das mesas.
Com todas as reservas que tão poucos dados aconselham, já se justificam alguns comentários.
1 - A esperada vitória da Frelimo e de Armando Guebuza deverá ser bastante substancial. De momento, está em torno dos 75% mas, mesmo com as alterações que irão ser provocadas pelo escrutínio das zonas que lhes são mais adversas, é muito provável que fiquem acima dos 2/3.
2 - Deviz Simango e o MDM estão agora em segundo lugar, mas Dhlakama surge bem mais forte da Zambézia para norte, pelo que (dado o peso eleitoral dessa província e de Nampula, e visto que só aí estão escrutinadas 10,6% das mesas) é provável que a situação se inverta.
3 - Para um partido recente e que só foi autorizado a concorrer em 4 círculos eleitorais, o MDM está a obter um score impressionante: 20% em Maputo, 37% em Sofala e 9% na muito frelimista província de Inhambane (ainda não há dados do Niassa).
Se as actuais tendências se mantiverem, o MDM poderá eleger de 11 a 14 deputados (a que se poderá eventualmente juntar outro pelo Niassa, embora as votações nas províncias limítrofes não lhe sejam nada favoráveis). Ou seja, pode eleger 16 a 22% dos deputados dos círculos onde pôde concorrer.
4 - Ao contrário do que eu esperava (pois os eleitores contavam com a reeleição de Guebuza e apostavam na diferença que os deputados do MDM poderiam fazer no parlamento), Deviz Simango está a ter sistematicamente uma votação mais alta que a do seu partido, nos círculos onde este foi autorizado a concorrer.
Essa diferença é na ordem dos 2 pontos percentuais e parece vir de votantes da Frelimo em Inhambane, de votantes da Renamo em Maputo e de ambos os partidos em Sofala.
5 - Embora existam muito poucos dados do norte do país, Guebuza diminui a sua votação à medida que nos aproximamos do centro, acontecendo o contrário com a votação de Dhlakama e com a vantagem que este obtém sobre Simango.
No centro, Tete mantém-se um baluarte da Frelimo, enquanto Simango esmaga Dhlakama em Sofala e fica a pouca distância em Manica.
No sul frelimista, Simango tem uma votação sistemática e significativamente superior à de Dhlakama.
6 - Simango não conseguiu entrar em força na províncias mais populosas do norte do país. Mas, aí, foi buscar votos tanto à Renamo quanto à Frelimo.
O mesmo acontece aliás em Manica, embora aí já tenha chegado aos 12%.
No sul, os seus resultados vêm de pessoas que votaram Frelimo, excepto em Maputo (cidade e província) onde de novo capitaliza pessoas que votaram em ambos os seus oponentes.
Esperemos, agora, por mais dados.
(Paulo Granjo, em www.antropocoiso.blogspot.com)
Friday, 30 October 2009
Observadores elogiam STAE mas criticam CNE
As missões de observadores da Commonwealth e União Europeia elogiaram a organização das eleições pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral, STAE, mas fizeram duras críticas sobre a confusão e falta de transparência da parte da Comissão Nacional de Eleições, CNE, em declarações pronunciadas esta manhã, Sexta-feira.
A Commonwealth e UE usaram as mesmas palavras, classificando as eleições como “bem geridas”. Também elogiaram a campanha eleitoral e a cobertura da imprensa..
Mas ambas as organizações foram altamente críticas para com a falta de transparência da CNE e pala confusa gestão de decisões sobre a aceitação ou rejeição das listas partidárias. A chefe da equipa da UE, Fiona Hall, membro do Parlamento Europeu, fez notar que a CNE violou a lei por não ter publicado listas dos candidatos e por não publicar a lista completa das assembleias de voto com o número de eleitores registados. A Commonwealth também citou isto como “uma causa de preocupação”.
A declaração preliminar da UE aponta para “uma falta de confiança geral na independência da CNE, devido particularmente à insuficiência de medidas que contribuem para a transparência do processo”.
Ambos os grupos de observadores manifestaram descontentamento sobre a exclusão de partidos nas eleições, tanto na corrida para a Assembleia da República como para as assembleias provinciais. Ambos citaram o facto de que em 64 dos 141 círculos eleitorais, a Frelimo estava sózinha e afirmaram que isto era uma grave limitação ao direito de escolha do eleitor.
Lendo a declaração da Commonwealth, Tejan Kabbah, antigo presidente da Serra Leoa, recordou a “controvérsia” a respeito da rejeição de algumas listas de candidatos de partidos e os protestos e contra-protestos. Fez notar que o processo de nomeação dos candidatos teria merecido mais “confiança e credibilidade se tivesse havido maior transparência”
Da parte da UE, Fiona Hall fez notar aquilo a que chamou “um problema fundamental”. O processo à volta da rejeição das listas de candidatos “foi confuse e não transparente”.Não foi claro que partes de que leis estavam a ser aplicadas, e houve um clima de confusão”.
Kabbah acrescentou que ”o partido no poder tem uma posição dominante. A fim de aprofundar mais a democracia em Moçambique é importante garantir que para futuras eleições o processo tenha um maior grau de transparência e que as condições sejam razoavelmente equilibradas para todos os candidatos participantes, contribuindo assim para promover a consolidação do sistema multipartidário do pais.”
Fiona Hall também fez notar que os observadores da UE tinham visto funcionários do governo fazendo campanha pela Frelimo durante as horas normais de serviço e além disso viram a Frelimo a obstruir a campanha de outros partidos.
A declaração da UE será postada neste website: www.eueom-mozambique.eu
A declaração da Commonwealth será postada no nosso website:
www.elections2009.cip.org.mz
Boletim sobre o processo político em Moçambique Número 28 30 de Outubro de 2009
Eleições 2009
Dados preliminares apontam para vitória confortável de Guebuza e da Frelimo
O director-geral do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Felisberto Naife, considera que o processo de votação foi ordeiro em todo o País. Já no nível da Cidade de Maputo, a sua apreciação é de que o processo foi mais célere devido ao facto de terem ocorrido apenas duas eleições
Maputo (Canalmoz) – Dados relativos à divulgação parcial dos resultados da votação para Eleições Presidenciais, Legislativas e Provinciais, em nosso poder, indicam que o candidato da Frelimo, Amando Guebuza, e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, levam vantagem diante do partido Renamo e seu candidato, Afonso Dhlakama. Pelo nível oficial de apuramento ainda é cedo para se dizer se haverá ou não uma segunda volta, mas a tendência indica que Armando Guebuza será o indiscutível vencedor do escrutínio e nada faz prever que esta tendência se altere.
Por outro lado, Afonso Dhlakama poderá perder a segunda posição, e consequentemente perder o cargo de membro do conselho do Estado, que ocupa desde 2005, pelo facto de ter sido o segundo candidato mais votado nas presidenciais de 2004. Ao começarem a entrar os resultados das zonas rurais, ainda pode alterar-se a tendência, mas pelos resultados disponíveis Daviz Simango continuava ontem a ser o candidato mais votado depois do actual chefe de Estado que tudo leva a crer que já tenha assegurada a sua reeleição.
Nampula
Na Província de Nampula, concretamente no distrito de Monapo, dados referentes ao apuramento provisório dos resultados da votação indicam que a Frelimo, nas Legislativas, conseguiu 4.354 votos, a Renamo 1.856, o PLD 93, o PAVO 75, a ALIMO 52, o ACDAC 48 e o PDM 44 votos em 25 mesas. Nas eleições das assembleias provinciais, a Frelimo concorreu sozinho. Em 22 mesas de voto, a Frelimo conseguiu 4.866 votos.
Nas presidenciais em Monapo, em 33 mesas já apuradas, Armando Guebuza obteve 5.828 votos e Afonso Dhlakama 1.952 e Daviz Simango 404 votos. Estavam inscritos nas mesas um total de 132.008 inscritos em 177 cadernos distribuídos em 151 mesas em diferentes Postos Administrativos do distrito de Monapo.
Sofala
No distrito de Machanga em Sofala, nos cerca de 9 mil eleitores que lá votaram, a vantagem vai para a Frelimo com 1.740 votos contra 1.654 do MDM. A Renamo obteve 348 votos. Os partidos PLD e PDD não foram para além de 52 e 42 votos, respectivamente. Por seu turno os partidos UDM e PVM obtiveram apenas 11 e 7 votos, respectivamente.
Nas Presidenciais, o candidato do MDM obteve a maioria de votos ao arrecadar 1.935 votos contra 1.657 de Armando Guebuza. O outro concorrente, Afonso Dhlakama, não foi para além de 247 votos. Para as Assembleias Provinciais o MDM obteve 2.030 votos contra 1.823 da Frelimo.
Manica
No distrito de Sussundenga, Província de Manica, onde o processo de contagem parcial dos votos nas mesas que funcionaram na Escola Primária 1 de Junho já foi concluído. Os resultados: Armando Guebuza 3.427 votos contra 331 de Afonso Dhlakama. Daviz Simango conseguiu apenas 203 votos.
Nas Legislativas, a Frelimo conseguiu 3.313 votos contra 340 da Renamo. O Partido Ecologista teve 20 votos e o PDD 22. O PLD 35 e a Coligação dos Antigos Combatentes obteve 9 votos.
Nas assembleias provinciais, onde a Frelimo concorreu sozinha, obteve 3.388 votos, nas oito mesas que funcionaram na Escola Primária 1 de Junho da Vila-sede de Sussundenga. Naquela assembleia de voto estavam inscritos mais de 7.800 eleitores.
Já no distrito de Macossa, a Norte da Província de Manica, em apenas três mesas de votos que lá funcionaram, nas Presidenciais, Amando Guebuza teve 510 votos. Afonso Dhlakama 177 votos e Daviz Simango, 20 votos.
Nas Legislativas a Frelimo obteve 601 votos, e a Renamo 197. O Partido Ecologista obteve 1 voto, PDD 5, PLD 2 e ADACD 4 votos. Nas Provinciais a Frelimo 618 votos e a Renamo 198 votos.
Inhambane
No distrito de Jangamo, Província de Inhambane, dados referentes a 16 mesas num total de 57 que funcionam em todo o distrito com mais de 44 mil eleitores, indicam que nas Presidenciais, Armando Guebuza conseguiu 6.933 votos, Daviz Simango 580 e Afonso Dhlakama 534 votos. Nas Legislativas a Frelimo obteve 6.329 votos, contra 683 do MDM. A Renamo teve 533 votos enquanto que o PDD e a União Eleitoral obtiveram 132 e 107 votos, respectivamente. O PDD teve 60 votos.
Ainda na Província de Inhambane, distrito de Vilankulo, dados referentes a 28 mesas apontam que Guebuza conseguiu 7.978 votos, Daviz Simango, 1.201 votos contra 237 do candidato da Renamo Afonso Dhlakama. Nas Legislativas, aponta-se, em 25 mesas, que Frelimo teve 7.116 votos. A Renamo conseguiu 343 votos. PDD 148 votos e a União Eleitoral 164 e o MDM 512 votos. O PLD 66 votos.
Nas mesmas Eleições Legislativas importa referir que dos 20.843 mil eleitores inscritos em 25 cadernos, apenas 9.641 exercerem o seu dever cívico, ou seja, mais de metade, 11.202, não votaram.
No distrito de Zavala, mas a Sul da província de Inhambane, os resultados apurados em algumas mesas de assembleia de voto indicam que Guebuza conseguiu 9.681 votos, contra 741 de Dhlakama e 657 de Daviz Simango.
Para as Legislativas, a Frelimo lidera com 8.060 votos, contra 701 da Renamo e 254 do MDM, UE com 193, PDD 185, PLD 106.
Para as Assembleias Provinciais, a Frelimo foi o único partido concorrente neste círculo eleitoral, e conseguiu 2.030 votos.
Gaza
No distrito de Massingir, na Província de Gaza, em 29 mesas que funcionaram, nas presidenciais, o candidato da Frelimo, Armando Guebuza, lidera a contagem, de longe, com 12.538, contra 38 de Afonso Dhlakama e 72 de Daviz Simango.
Para as legislativas, onde o MDM foi excluído, a Frelimo conseguiu, em igual número de assembleia de votos, 12.553, contra apenas 53 votos da Renamo, 8 do PDD, 5 para a coligação União Eleitoral e Ecologista 2.
Para as assembleias provinciais, a Frelimo arrecadou, neste distrito, 12.234 votos, contra 0 (zero) votos da Renamo.
Cidade de Maputo
Já no Distrito Urbano nº 5, em pelo menos 24 assembleias de votos das 205 totais do distrito, o candidato da Frelimo arrecadou 7.865 votos contra 1.209 votos de Daviz Simango e Afonso Dhlakama 328 votos.
Para as Legislativas, em igual número de votos, a Frelimo obteve 6.563, contra 1.123 do MDM e 412 da Renamo.
Já no Distrito Municipal número 1, que corresponde a zona da cidade de cimento da cidade, dos 7.622, 5.036 fizeram-se aos locais de votação. É uma participação consideravelmente alta comparativamente com o nível de participação no resto do país.
Para as presidenciais, Guebuza obteve 3371 votos, contra 1457 de Daviz Simango e 307 de Afonso Dhlakama. Votos em branco registaram-se 45, contra 54 votos nulos.
Nas legislativas, a vitória está a sorrir para a Frelimo, com 2.914 votos, a frente do MDM, com 1260 e 281 da Renamo.
(CANALMOZ -Emildo Sambo/ RM)
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Irregularidades poderão manchar o processo
- Ivone Soares, da Renamo
A Renamo afirma estar a preparar o seu parecer sobre as últimas eleições, documento contendo uma lista de alegadas irregularidades que teriam ocorrido em quase todo o território nacional.
Ivone Soares, porta-voz do Gabinete Eleitoral, disse ao nosso jornal que em diferentes mesas de voto terão desaparecido cadernos eleitorais, movimentação de pessoas estranhas no recinto das assembleias de voto, alegadamente para corromper os votantes, expulsão dos delegados de lista da Renamo das mesas de voto, sobretudo no distrito de Guijá, província de Gaza, bem assim a troca de nomes nos documentos dos fiscais, pelo STAE.
Para Ivone Soares, estas e outras alegadas irregularidades podem manchar os resultados parciais que dão uma larga vantagem à Frelimo e ao seu candidato, Armando Guebuza.
“É preciso que se saiba que a Renamo tem estado a tomar conhecimento dos resultados parciais, e em Moçambique as eleições são caracterizadas por falta de transparência, razão pela qual temos sempre abstenções porque o eleitorado não confia mais nos órgãos eleitorais”.
De acordo com a porta-voz, que os observadores tenham a coragem de denunciar tudo o que viram no terreno no passado dia 28 de Outubro.
Notícias, 30/10/09
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Dhlakama promete aceitar os resultados eleitorais
“Não podemos repetir a história de Zimbabwe”- Afonso Dhlakama
Maputo (Canalmoz) - O candidato presidencial da Renamo, Afonso Dhlakama, disse quarta-feira, momentos depois de exercer o seu direito de voto, na Escola Secundária da Polana, que vai aceitar quaisquer que sejam os resultados das eleições, justificando que “é chegado o momento de Moçambique mostrar ao mundo que em África é possível realizar-se eleições sem turbulência”.
“Tenho dito a todos membros da comunicação social, tanto nacionais, assim como estrangeiros, que África deve começar também a ter cultura. Quem ganhou, ganhou, e quem perdeu, perdeu. Não podemos repetir a história do Zimbabwe e dos outros países, porque não ajuda em nada para no nosso continente”, disse o líder da Renamo.
O líder da Renamo afirmou ainda que está confiante na vitória, porque, a avaliar pela campanha eleitoral, “todos os moçambicanos mostram as sua simpatias pela Renamo, principalmente a juventude”. “Se fosse na Europa, era chegado o momento de preparar os ministros”, disse Dhlakama num tom humorístico, provocando risos aos presentes.
Os resultados eleitorais que já começam a estar disponíveis mostram bem o nível baixo de popularidade que o ex-comandante da guerrilha que impôs que a Frelimo aceitasse o pluralismo democrático no País, Afonso Dhlakama, atingiu.
(Egídio Plácido, CANALMOZ, 30/10/09)
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Venâncio Mondlane disponível
“Não há impedimento de eu vir a ser Secretário-geral do MDM”
Maputo (Canalmoz) - Notícias postas a circular pela imprensa e boca-a-boca dão conta de que o jovem analista político, engenheiro Venâncio Mondlane, está na mira e poderá vir a ser convidado a candidatar-se a Secretário-Geral do Movimento Democrático de Moçambique, liderado por um outro engenheiro, Daviz Simango, um dos três candidatos às eleições presidenciais.
Contactado pela reportagem dos jornais Canalmoz e Canal de Moçambique - Semanário para esclarecer as especulações, Mondlane disse: “nunca fui convidado oficialmente a ser Secretário-Geral do MDM”. “Só ouvi que havia uma série de pessoas que manifestavam interesse que eu fosse proposto a Secretário-Geral.”
Sobre se admitia a possibilidade de vir a ocupar este cargo, Mondlane disse que não está nos seus planos fazer política activa na actualidade, muito menos ser Secretário-Geral do MDM.
“Eu ainda não reflecti sobre isso. Que eu seja secretariável, até posso admitir. Também acho que as pessoas são livres de dizer o que acham. Não é mentira que eu seja secretariável, não é falso, aventa-se esta hipótese”, admitiu para depois repisar que “ainda não há nada de concreto”.
“Agora o que não corresponde à verdade é que eu tenha sido oficialmente contactado para ocupar o cargo e que eu tenha manifestado interesse de lá estar ou não”, referiu.
Apesar de recusar que esteja interessado em ingressar nas fileiras do MDM, Venâncio Mondlane destaca a importância do Movimento liderado por Daviz Simango, no contexto actual da política moçambicana.
Venâncio Mondlane diz que o surgimento e fortificação do MDM são necessários, na medida em que altera o actual status quo da nossa política, dominada por dois partidos “cujos membros exercem a política de uma forma cega e fanática”.
Entretanto, repisando a questão do seu ingresso ou não no mais jovem partido político de destaque criado no País, Mondlane diz: “não há impedimento nenhum de juntar-me ao MDM. Na altura que achar que há condições, se as minhas convicções alterarem, não há impedimento, porque o MDM não é nenhum demónio”, afirma o analista político que garante ser membro do partido Frelimo desde os 18 anos, e por influências familiares.
“Eu e a minha família somos todos membros da Frelimo, mas eu nunca me atrelei cegamente à Frelimo”, esclarece.
Venâncio Mondlane é ideal para o MDM
Entretanto, um membro destacado do MDM, Isamel Mussa, disse em contacto com a reportagem do Canalmoz e do Canal de Moçambique que seria um ganho para o partido ter Venâncio Mondlane como Secretário-Geral. No entanto, Ismael Mussa nada confirmou. Apenas disse que o engenheiro Venâncio Mondlane, analista político que tem aparecido em vários canais de televisão, é um dos possíveis nomes a serem propostos ao Conselho Nacional do partido, que vai reunir nos primeiros meses do próximo ano. A eleição do Secretário-geral do MDM, segundo cargo mais importante daquele partido, é uma questão em aberto que Daviz Simango, antes das eleições, remeteu para depois do escrutínio que se realizou na última quarta-feira.
(Borges Nhamirre, Canalmoz, 30/10/09)
O director-geral do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Felisberto Naife, considera que o processo de votação foi ordeiro em todo o País. Já no nível da Cidade de Maputo, a sua apreciação é de que o processo foi mais célere devido ao facto de terem ocorrido apenas duas eleições
Maputo (Canalmoz) – Dados relativos à divulgação parcial dos resultados da votação para Eleições Presidenciais, Legislativas e Provinciais, em nosso poder, indicam que o candidato da Frelimo, Amando Guebuza, e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, levam vantagem diante do partido Renamo e seu candidato, Afonso Dhlakama. Pelo nível oficial de apuramento ainda é cedo para se dizer se haverá ou não uma segunda volta, mas a tendência indica que Armando Guebuza será o indiscutível vencedor do escrutínio e nada faz prever que esta tendência se altere.
Por outro lado, Afonso Dhlakama poderá perder a segunda posição, e consequentemente perder o cargo de membro do conselho do Estado, que ocupa desde 2005, pelo facto de ter sido o segundo candidato mais votado nas presidenciais de 2004. Ao começarem a entrar os resultados das zonas rurais, ainda pode alterar-se a tendência, mas pelos resultados disponíveis Daviz Simango continuava ontem a ser o candidato mais votado depois do actual chefe de Estado que tudo leva a crer que já tenha assegurada a sua reeleição.
Nampula
Na Província de Nampula, concretamente no distrito de Monapo, dados referentes ao apuramento provisório dos resultados da votação indicam que a Frelimo, nas Legislativas, conseguiu 4.354 votos, a Renamo 1.856, o PLD 93, o PAVO 75, a ALIMO 52, o ACDAC 48 e o PDM 44 votos em 25 mesas. Nas eleições das assembleias provinciais, a Frelimo concorreu sozinho. Em 22 mesas de voto, a Frelimo conseguiu 4.866 votos.
Nas presidenciais em Monapo, em 33 mesas já apuradas, Armando Guebuza obteve 5.828 votos e Afonso Dhlakama 1.952 e Daviz Simango 404 votos. Estavam inscritos nas mesas um total de 132.008 inscritos em 177 cadernos distribuídos em 151 mesas em diferentes Postos Administrativos do distrito de Monapo.
Sofala
No distrito de Machanga em Sofala, nos cerca de 9 mil eleitores que lá votaram, a vantagem vai para a Frelimo com 1.740 votos contra 1.654 do MDM. A Renamo obteve 348 votos. Os partidos PLD e PDD não foram para além de 52 e 42 votos, respectivamente. Por seu turno os partidos UDM e PVM obtiveram apenas 11 e 7 votos, respectivamente.
Nas Presidenciais, o candidato do MDM obteve a maioria de votos ao arrecadar 1.935 votos contra 1.657 de Armando Guebuza. O outro concorrente, Afonso Dhlakama, não foi para além de 247 votos. Para as Assembleias Provinciais o MDM obteve 2.030 votos contra 1.823 da Frelimo.
Manica
No distrito de Sussundenga, Província de Manica, onde o processo de contagem parcial dos votos nas mesas que funcionaram na Escola Primária 1 de Junho já foi concluído. Os resultados: Armando Guebuza 3.427 votos contra 331 de Afonso Dhlakama. Daviz Simango conseguiu apenas 203 votos.
Nas Legislativas, a Frelimo conseguiu 3.313 votos contra 340 da Renamo. O Partido Ecologista teve 20 votos e o PDD 22. O PLD 35 e a Coligação dos Antigos Combatentes obteve 9 votos.
Nas assembleias provinciais, onde a Frelimo concorreu sozinha, obteve 3.388 votos, nas oito mesas que funcionaram na Escola Primária 1 de Junho da Vila-sede de Sussundenga. Naquela assembleia de voto estavam inscritos mais de 7.800 eleitores.
Já no distrito de Macossa, a Norte da Província de Manica, em apenas três mesas de votos que lá funcionaram, nas Presidenciais, Amando Guebuza teve 510 votos. Afonso Dhlakama 177 votos e Daviz Simango, 20 votos.
Nas Legislativas a Frelimo obteve 601 votos, e a Renamo 197. O Partido Ecologista obteve 1 voto, PDD 5, PLD 2 e ADACD 4 votos. Nas Provinciais a Frelimo 618 votos e a Renamo 198 votos.
Inhambane
No distrito de Jangamo, Província de Inhambane, dados referentes a 16 mesas num total de 57 que funcionam em todo o distrito com mais de 44 mil eleitores, indicam que nas Presidenciais, Armando Guebuza conseguiu 6.933 votos, Daviz Simango 580 e Afonso Dhlakama 534 votos. Nas Legislativas a Frelimo obteve 6.329 votos, contra 683 do MDM. A Renamo teve 533 votos enquanto que o PDD e a União Eleitoral obtiveram 132 e 107 votos, respectivamente. O PDD teve 60 votos.
Ainda na Província de Inhambane, distrito de Vilankulo, dados referentes a 28 mesas apontam que Guebuza conseguiu 7.978 votos, Daviz Simango, 1.201 votos contra 237 do candidato da Renamo Afonso Dhlakama. Nas Legislativas, aponta-se, em 25 mesas, que Frelimo teve 7.116 votos. A Renamo conseguiu 343 votos. PDD 148 votos e a União Eleitoral 164 e o MDM 512 votos. O PLD 66 votos.
Nas mesmas Eleições Legislativas importa referir que dos 20.843 mil eleitores inscritos em 25 cadernos, apenas 9.641 exercerem o seu dever cívico, ou seja, mais de metade, 11.202, não votaram.
No distrito de Zavala, mas a Sul da província de Inhambane, os resultados apurados em algumas mesas de assembleia de voto indicam que Guebuza conseguiu 9.681 votos, contra 741 de Dhlakama e 657 de Daviz Simango.
Para as Legislativas, a Frelimo lidera com 8.060 votos, contra 701 da Renamo e 254 do MDM, UE com 193, PDD 185, PLD 106.
Para as Assembleias Provinciais, a Frelimo foi o único partido concorrente neste círculo eleitoral, e conseguiu 2.030 votos.
Gaza
No distrito de Massingir, na Província de Gaza, em 29 mesas que funcionaram, nas presidenciais, o candidato da Frelimo, Armando Guebuza, lidera a contagem, de longe, com 12.538, contra 38 de Afonso Dhlakama e 72 de Daviz Simango.
Para as legislativas, onde o MDM foi excluído, a Frelimo conseguiu, em igual número de assembleia de votos, 12.553, contra apenas 53 votos da Renamo, 8 do PDD, 5 para a coligação União Eleitoral e Ecologista 2.
Para as assembleias provinciais, a Frelimo arrecadou, neste distrito, 12.234 votos, contra 0 (zero) votos da Renamo.
Cidade de Maputo
Já no Distrito Urbano nº 5, em pelo menos 24 assembleias de votos das 205 totais do distrito, o candidato da Frelimo arrecadou 7.865 votos contra 1.209 votos de Daviz Simango e Afonso Dhlakama 328 votos.
Para as Legislativas, em igual número de votos, a Frelimo obteve 6.563, contra 1.123 do MDM e 412 da Renamo.
Já no Distrito Municipal número 1, que corresponde a zona da cidade de cimento da cidade, dos 7.622, 5.036 fizeram-se aos locais de votação. É uma participação consideravelmente alta comparativamente com o nível de participação no resto do país.
Para as presidenciais, Guebuza obteve 3371 votos, contra 1457 de Daviz Simango e 307 de Afonso Dhlakama. Votos em branco registaram-se 45, contra 54 votos nulos.
Nas legislativas, a vitória está a sorrir para a Frelimo, com 2.914 votos, a frente do MDM, com 1260 e 281 da Renamo.
(CANALMOZ -Emildo Sambo/ RM)
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Irregularidades poderão manchar o processo
- Ivone Soares, da Renamo
A Renamo afirma estar a preparar o seu parecer sobre as últimas eleições, documento contendo uma lista de alegadas irregularidades que teriam ocorrido em quase todo o território nacional.
Ivone Soares, porta-voz do Gabinete Eleitoral, disse ao nosso jornal que em diferentes mesas de voto terão desaparecido cadernos eleitorais, movimentação de pessoas estranhas no recinto das assembleias de voto, alegadamente para corromper os votantes, expulsão dos delegados de lista da Renamo das mesas de voto, sobretudo no distrito de Guijá, província de Gaza, bem assim a troca de nomes nos documentos dos fiscais, pelo STAE.
Para Ivone Soares, estas e outras alegadas irregularidades podem manchar os resultados parciais que dão uma larga vantagem à Frelimo e ao seu candidato, Armando Guebuza.
“É preciso que se saiba que a Renamo tem estado a tomar conhecimento dos resultados parciais, e em Moçambique as eleições são caracterizadas por falta de transparência, razão pela qual temos sempre abstenções porque o eleitorado não confia mais nos órgãos eleitorais”.
De acordo com a porta-voz, que os observadores tenham a coragem de denunciar tudo o que viram no terreno no passado dia 28 de Outubro.
Notícias, 30/10/09
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Dhlakama promete aceitar os resultados eleitorais
“Não podemos repetir a história de Zimbabwe”- Afonso Dhlakama
Maputo (Canalmoz) - O candidato presidencial da Renamo, Afonso Dhlakama, disse quarta-feira, momentos depois de exercer o seu direito de voto, na Escola Secundária da Polana, que vai aceitar quaisquer que sejam os resultados das eleições, justificando que “é chegado o momento de Moçambique mostrar ao mundo que em África é possível realizar-se eleições sem turbulência”.
“Tenho dito a todos membros da comunicação social, tanto nacionais, assim como estrangeiros, que África deve começar também a ter cultura. Quem ganhou, ganhou, e quem perdeu, perdeu. Não podemos repetir a história do Zimbabwe e dos outros países, porque não ajuda em nada para no nosso continente”, disse o líder da Renamo.
O líder da Renamo afirmou ainda que está confiante na vitória, porque, a avaliar pela campanha eleitoral, “todos os moçambicanos mostram as sua simpatias pela Renamo, principalmente a juventude”. “Se fosse na Europa, era chegado o momento de preparar os ministros”, disse Dhlakama num tom humorístico, provocando risos aos presentes.
Os resultados eleitorais que já começam a estar disponíveis mostram bem o nível baixo de popularidade que o ex-comandante da guerrilha que impôs que a Frelimo aceitasse o pluralismo democrático no País, Afonso Dhlakama, atingiu.
(Egídio Plácido, CANALMOZ, 30/10/09)
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Venâncio Mondlane disponível
“Não há impedimento de eu vir a ser Secretário-geral do MDM”
Maputo (Canalmoz) - Notícias postas a circular pela imprensa e boca-a-boca dão conta de que o jovem analista político, engenheiro Venâncio Mondlane, está na mira e poderá vir a ser convidado a candidatar-se a Secretário-Geral do Movimento Democrático de Moçambique, liderado por um outro engenheiro, Daviz Simango, um dos três candidatos às eleições presidenciais.
Contactado pela reportagem dos jornais Canalmoz e Canal de Moçambique - Semanário para esclarecer as especulações, Mondlane disse: “nunca fui convidado oficialmente a ser Secretário-Geral do MDM”. “Só ouvi que havia uma série de pessoas que manifestavam interesse que eu fosse proposto a Secretário-Geral.”
Sobre se admitia a possibilidade de vir a ocupar este cargo, Mondlane disse que não está nos seus planos fazer política activa na actualidade, muito menos ser Secretário-Geral do MDM.
“Eu ainda não reflecti sobre isso. Que eu seja secretariável, até posso admitir. Também acho que as pessoas são livres de dizer o que acham. Não é mentira que eu seja secretariável, não é falso, aventa-se esta hipótese”, admitiu para depois repisar que “ainda não há nada de concreto”.
“Agora o que não corresponde à verdade é que eu tenha sido oficialmente contactado para ocupar o cargo e que eu tenha manifestado interesse de lá estar ou não”, referiu.
Apesar de recusar que esteja interessado em ingressar nas fileiras do MDM, Venâncio Mondlane destaca a importância do Movimento liderado por Daviz Simango, no contexto actual da política moçambicana.
Venâncio Mondlane diz que o surgimento e fortificação do MDM são necessários, na medida em que altera o actual status quo da nossa política, dominada por dois partidos “cujos membros exercem a política de uma forma cega e fanática”.
Entretanto, repisando a questão do seu ingresso ou não no mais jovem partido político de destaque criado no País, Mondlane diz: “não há impedimento nenhum de juntar-me ao MDM. Na altura que achar que há condições, se as minhas convicções alterarem, não há impedimento, porque o MDM não é nenhum demónio”, afirma o analista político que garante ser membro do partido Frelimo desde os 18 anos, e por influências familiares.
“Eu e a minha família somos todos membros da Frelimo, mas eu nunca me atrelei cegamente à Frelimo”, esclarece.
Venâncio Mondlane é ideal para o MDM
Entretanto, um membro destacado do MDM, Isamel Mussa, disse em contacto com a reportagem do Canalmoz e do Canal de Moçambique que seria um ganho para o partido ter Venâncio Mondlane como Secretário-Geral. No entanto, Ismael Mussa nada confirmou. Apenas disse que o engenheiro Venâncio Mondlane, analista político que tem aparecido em vários canais de televisão, é um dos possíveis nomes a serem propostos ao Conselho Nacional do partido, que vai reunir nos primeiros meses do próximo ano. A eleição do Secretário-geral do MDM, segundo cargo mais importante daquele partido, é uma questão em aberto que Daviz Simango, antes das eleições, remeteu para depois do escrutínio que se realizou na última quarta-feira.
(Borges Nhamirre, Canalmoz, 30/10/09)
Thursday, 29 October 2009
Boletim sobre o Processo Político em Moçambique
Títulos do Boletim Número 26 – 29 de Outubro de 2009 das 1300 horas
Vitória da Frelimo mas afluência abaixo do esperado
Transporte causa aberturas tardias
Enchimento de urnas
Incidentes do dia da votação
Confira aqui!
Títulos do Boletim Número 27 – 29 de Outubro de 2009
Guebuza continua à frente
Estimativas de 2009 comparadas com votos nas eleições presidenciais passadas
Áreas de força dos candidatos da oposição
Simango à frente na Beira
Partido extra em Maputo
Incidentes do dia da votação
Confira aqui:
Vitória da Frelimo mas afluência abaixo do esperado
Transporte causa aberturas tardias
Enchimento de urnas
Incidentes do dia da votação
Confira aqui!
Títulos do Boletim Número 27 – 29 de Outubro de 2009
Guebuza continua à frente
Estimativas de 2009 comparadas com votos nas eleições presidenciais passadas
Áreas de força dos candidatos da oposição
Simango à frente na Beira
Partido extra em Maputo
Incidentes do dia da votação
Confira aqui:
DIALOGANDO - Lições das eleições
A hora em que escrevo ainda é anterior à votação e, portanto, há que aguardar os resultados eleitorais. Nada de ligar muito às previsões que muitas vezes iludem as pessoas. Espero é que cada um tenha votado bem nestas eleições, segundo o seu raciocínio e não por influência de favores já feitos ou prometidos.
Espero é que tenha sido tempo de agir com responsabilidade e não para brincar com a votação, para que, efectivamente, uma eleição como aquela seja credível, isto é, sem ilusões de suspeitas de que esse escrutínio nos trará surpresas desagradáveis, embora o eleitor precise de razões para votar neste ou naquele partido político ou candidato presidencial, depois de uma grande campanha de “caça” ao voto de 45 dias dos partidos políticos e os que disputam a Ponta Vermelha.
Todavia, espero que sejam eleições que resultem na verdade, na diminuição das desigualdades sociais, construindo-se mais escolas primárias e secundárias, unidades sanitárias, pequenos e grandes sistemas de abastecimento de água, universidades, e lutando-se principalmente e sem quartel contra a corrupção, pela dignificação do Estado para que o povo moçambicano, verdadeiramente unido, seja encorajado a escolher sempre que houver eleições os seus dirigentes.
Espero que o povo tenha votado para a consolidação da liberdade de Imprensa no nosso país, que é uma realidade, para que um funcionário público, já que o Estado é o maior empregador, que se diz agastado com alguma coisa, não “dispa” o seu descontentamento ou frustração de forma aberta e directa, não por incapacidade, mas sim, pelo medo de tomar atitudes e perder emprego, o medo de falar para não criar as más vontades dos detentores do poder, particularmente político.
Pelo seu voto, numa eleição como a que aconteceu ontem em Moçambique, os cidadãos tiveram a oportunidade de se manifestar com maturidade política e frontalidade a favor deste e de um outro modelo de governação dum país como o nosso.
Tiveram oportunidade de discordar no clima de insegurança generalizada sobre a sustentabilidade do nível de vida que se vem deteriorando no país, devido, em parte, à pobreza absoluta. Por outro lado, tiveram a oportunidade de optar pela consolidação das realizações do governo do dia.
É evidente que muitos de nós sonhamos poder ser, um dia, isto ou aquilo, na sociedade, mesmo que isso implique a nossa renúncia ou não à nossa filiação partidária, mesmo que isso implique que sejamos mentirosos, desonestos e arrogantes. Sonhamos muito, por isso é que alguns, com uma convicção aparentemente malévola, fazem-no prejudicando os outros dentro ou fora do partido onde militam ou mesmo durante o processo de votação, para manterem “intacto” o seu “tacho”, o que nalgumas vezes provoca frustrações.
Entende-se haver razões aparentemente múltiplas e complexas que fazem com que os moçambicanos optem por uma militância política que eles próprios percebem, mas isso não pode fazer com que os partidos políticos fiquem “acomodados” para a sua correcção.
É que neste país o exercício da militância política para certas pessoas significa livrar-se de alguns problemas que enfrentam, como a pobreza e não propriamente a fidelidade ao partido e espírito patriótico na resolução desses males.
Nunca teremos eleições que nos trazem a felicidade enquanto a militância política for feita sem o mínimo de exigência e rigor aos fundamentos da sua existência, pelo contrário, pode adquirir outros contornos perigosos para a nossa pátria.
O nosso país tem sido referido em quase todos quadrantes políticos do mundo que é um dos melhores exemplos de pacificação e democratização depois de uma longa e devastadora guerra, mas para que essa convicção esteja sempre na “mente do mundo” é preciso que as lições das nossas eleições sejam um factor de consolidação dela (convicção).
Em política, o tempo faz-se ao ritmo dos seus protagonistas e, ao contrário do que possa parecer, quem controla é quem tem iniciativa e não quem “agarra” as coisas que não têm nada a ver com os objectivos com que, por exemplo, se quer fazer com numa eleição como a de ontem, contribua igualmente para o combate ao regionalismo e outras formas de separatismo numa sociedade como a nossa.
Aguardamos as lições destas eleições, na perspectiva de que o nosso maior problema neste país não pode continuar a ser o de termos medo de “arriscar”, fazendo “reféns” políticos a nós próprios, criando obstáculos para debates abertos sobre determinados assuntos que dizem respeito, por exemplo, à vida da juventude, esta que desta vez foi muito referenciada pelos políticos, tudo para granjear a sua simpatia.
Acima de tudo, espero que estas eleições, em que pela primeira vez se elegeram deputados das assembleias provinciais, tenham permitido amadurecer a nossa consciência política, no sentido de que é necessário desenvolver esta nação sem que nos atrapalhemos com coisas que em nada nos dignificam política e socialmente.
* Mouzinho de Albuquerque, Notícias, 29/10/09
Em Maputo lidera Guebuza e Frelimo
Maputo (Canalmoz) – Às cinco horas da manhã de hoje ainda não havia dados que permitissem avaliar o desfecho que poderão ter as eleições gerais (presidenciais e legislativas) e provinciais ontem realizadas. No Maputo estava confirmado que o candidato à presidência Armando Guebuza liderava o escrutínio, claramente e por confortável margem. Daviz Simango, presidente do MDM seguia em segundo lugar na proporção de 70% para o actual chefe de Estado e 30% para o presidente do MDM. Afonso Dhlakama, líder da Renamo, corria o risco de não ultrapassar os 20 votos em várias assembleias de voto. Isto na capital do País.
O MDM em Maputo também estava em certas assembleias com resultados surpreendentes que nunca o líder da Renamo ousou ter desde que em 1994 foi introduzido o multipartidarismo em Moçambique.
Em Chimoio, cidade cimento, Guebuza também ia à frente. Na capital provincial de Nampula, zona de cimento, idém. Mas na Beira era Daviz Simango quem levava grande vantagem. E na periferia das cidades estava tudo por decidir.
Várias fontes ligadas ao escrutínio paralelo aconselhavam que não se fizesse qualquer prognóstico quanto ao desfecho das presidenciais. Nem mesmo nas hostes do partido Frelimo, onde reinava uma certa confiança, se podia sentir que estivesse afastada a hipótese de uma segunda volta.
Em certas zonas do país alguns resultados levavam a crer que uma segunda volta entre Guebuza e Daviz Simango poderia vir a ter de ser disputada. Mas de outras zonas chegavam-nos notícias de que Afonso Dhlakama, apesar de ter sofrido a sua mais humilhante derrota em Maputo, ainda poderia surpreender quando o voto rural começasse a entrar.
Por isso o mais aconselhável é os três candidatos para já não cantarem vitória.
Já o mesmo não se poderá dizer das legislativas e das provinciais, onde a Frelimo tudo indica que possa vencer com um confortável resultado, por fora da exclusão imposta pela CNE aos vários partidos, designadamente ao MDM e até a própria Renamo, como nos dá conta nesta edição o delegado na Beira do partido de Dhlakama.
Com os demais partidos banidos cirurgicamente a Frelimo era à partida virtual vencedora e nada faz crer que esse vaticínio não se venha a concretizar.
O MDM em Maputo também estava em certas assembleias com resultados surpreendentes que nunca o líder da Renamo ousou ter desde que em 1994 foi introduzido o multipartidarismo em Moçambique.
Em Chimoio, cidade cimento, Guebuza também ia à frente. Na capital provincial de Nampula, zona de cimento, idém. Mas na Beira era Daviz Simango quem levava grande vantagem. E na periferia das cidades estava tudo por decidir.
Várias fontes ligadas ao escrutínio paralelo aconselhavam que não se fizesse qualquer prognóstico quanto ao desfecho das presidenciais. Nem mesmo nas hostes do partido Frelimo, onde reinava uma certa confiança, se podia sentir que estivesse afastada a hipótese de uma segunda volta.
Em certas zonas do país alguns resultados levavam a crer que uma segunda volta entre Guebuza e Daviz Simango poderia vir a ter de ser disputada. Mas de outras zonas chegavam-nos notícias de que Afonso Dhlakama, apesar de ter sofrido a sua mais humilhante derrota em Maputo, ainda poderia surpreender quando o voto rural começasse a entrar.
Por isso o mais aconselhável é os três candidatos para já não cantarem vitória.
Já o mesmo não se poderá dizer das legislativas e das provinciais, onde a Frelimo tudo indica que possa vencer com um confortável resultado, por fora da exclusão imposta pela CNE aos vários partidos, designadamente ao MDM e até a própria Renamo, como nos dá conta nesta edição o delegado na Beira do partido de Dhlakama.
Com os demais partidos banidos cirurgicamente a Frelimo era à partida virtual vencedora e nada faz crer que esse vaticínio não se venha a concretizar.
(Fernando Veloso, Canalmoz, 29/10/09)
Wednesday, 28 October 2009
Boletim sobre o Processo Político em Moçambique
Títulos do Boletim com data de 28 de Outubro:
Às 1500: Quadro misto - longas filas em certos lugares noutros eleitores a conta-gotas
Observadores presos e corridos em Dombe e Changara
Cadernos eleitorais e em falta
Fazendo campanha e confusão
Nacala: eleitores com tinta indelével no dedo esquerdo
Confira aqui.
Às 1500: Quadro misto - longas filas em certos lugares noutros eleitores a conta-gotas
Observadores presos e corridos em Dombe e Changara
Cadernos eleitorais e em falta
Fazendo campanha e confusão
Nacala: eleitores com tinta indelével no dedo esquerdo
Confira aqui.
O voto é livre e secreto!
Chegados aqui, a escassas horas da votação, exortamos a todos os cidadãos recenseados para que afluam, em massa, às urnas, esta quarta feira, e votem nos candidatos e partidos de sua livre escolha.
Livre escolha significa que o cidadão, nesta hora de reflexão, deve abstrair-se dos aspectos materiais e folclóricos das campanhas eleitorais e pensar, seriamente, na construção de um país melhor, na construção de um país verdadeiramente democrático, um país respeitador dos direitos e liberdades dos cidadãos, um país inclusivo, um país que combate a exclusão social, económica e política, enfim, um país de que todos nos possamos orgulhar de a ele pertencermos.
O objectivo essencial de uma campanha eleitoral é a exposição do cidadão a várias mensagens e projectos políticos, apresentados por diferentes candidatos e partidos concorrentes, para que, uma vez bem informado, o cidadão possa escolher, em liberdade e confidencialidade, aquele partido e candidato que lhe pareçam mais sérios e mais capazes de implementar o que dizem.
O cidadão viu, durante a campanha eleitoral, como alguns “dirigentes” de partidos duvidosos se venderam, a troco de migalhas, para pronunciar hipotéticos apoios a este ou àquele candidato presidencial, o que, só por si, demonstra a dimensão do vazio político e etico-moral existente nas cabeças e corações daqueles aventureiros.
Vezes sem conta, escrevemos, neste espaço, que a política não é uma actividade própria para desempregados, analfabetos, assaltantes e vendedores de viaturas roubadas. A política não é actividade para desocupados, negligentes e preguiçosos mentais. A política é uma actividade nobre, que exige talento, estratégia e astúcia. A política exige estudo aprofundado de situações e cenários, exige conhecimentos, exige competências, habilidades e atitudes.
Não se faz boa política com incompetentes e preguiçosos mentais. Não se faz boa política com políticos famintos, desempregados e sem educação escolar conhecida.
Ora, estava à vista que alguns dos que, publicamente, desertaram de cumprir com os seus objectivos eleitorais, para passarem a apoiar objectivos eleitorais dos seus ex-adversários, não queriam ganhar eleições nenhumas; tão simplesmente queriam ganhar pão, para irem comer em casa, queriam ganhar algum dinheiro para pagar dívidas e realizarem os seus negócios pendentes, enfim, são políticos com sérios problemas de sobrevivência estomacal. Não são sérios! Apelamos ao povo moçambicano a que os risque do mapa dos partidos políticos registados em Moçambique, por muito sofisticada que venha a ser a desculpa que apresentarem. Não valem nada, nem acrescentam nenhuma mais-valia a ninguém. Não possuem nenhuma agenda política, não possuem nenhum projecto de sociedade, são mercenários políticos, são o refugo da política nacional, pelo que devem ser imediatamente descartados, sob pena de se descredibilizar as eleições em Moçambique.
Neste contexto, apelamos aos cidadãos moçambicanos para que se esqueçam dos aventureiros políticos e façam destas eleições uma oportunidade ímpar para o exercício da cidadania, para o exercício da liberdade de escolha, escolhendo pessoas e partidos do gosto de cada moçambicano recenseado, independentemente de tudo o que os cidadãos ouviram ao longo dos 45 dias de campanha eleitoral.
É, pois, chegada a hora da verdade, a hora de cada um escolher a quem quer, independentemente de toda a pressão recebida durante a campanha eleitoral.
Nenhum cidadão está obrigado a votar num certo partido ou candidato. O voto é secreto, precisamente, para que ninguém saiba em quem é que o cidadão votou. O voto é secreto para evitar que o cidadão seja coagido a votar neste ou naquele candidato ou partido, só porque, durante a campanha, disse que votaria neles, ou porque, como queria combustível ou algum outro suporte material, prometeu votar num determinado partido e candidato. O cidadão é livre, dentro da cabine de voto, de mudar a sua opinião e votar como quiser, votar de acordo com a sua consciência, votar na pessoa e partido que lhe pareçam capazes de implementar um projecto de sociedade melhor para Moçambique.
Portanto, caro cidadão, esqueça a fanfarra da campanha eleitoral, esqueça as camisetes e capulanas coloridas, esqueça a agitação, o barulho, as agressões protagonizadas por determinados vândalos, verificadas na campanha e, caro eleitor, exerça o seu direito cívico de escolher, secreta e livremente, o futuro de Moçambique!
Se, ao longo dos 45 dias, foram os políticos os principais oradores, em comícios populares, tempos de antena, entre vários outros pódios, agora é a vez do cidadão usar da palavra, na cabine de voto. É a vez de o cidadão eleitor falar bem alto, seleccionando, de acordo com a sua consciência, aqueles que os achar mais capazes de fazer a diferença na vida dos moçambicanos.
É que, do seu, aparentemente, simples gesto de votar, depende, em grande medida, o futuro de todo um país.
Por isso mesmo, caro cidadão, o futuro de Moçambique está nas suas mãos!
(Salomão Moyana, no Magazine Independente, citado em www.oficinadesociologia.blogspot.com)
Tuesday, 27 October 2009
NO DIA 28, VAMOS CUMPRIR O RITUAL!
Os dois dias que antecede o dia da votação, por alguma razão, são considerados momentos de reflexão. Na minha modesta opinião, é preciso ter-se muito mau gosto para papaguear tamanha baboseira, tendo em conta que nunca fomos um povo que se submete a uma actividade desgastante como o é a de “pensar sobre um tema ou assunto”, nesse caso particular, as eleições.
“Os moçambicanos têm dois dias para a reflexão…”, diziam alguns órgãos de informação e algumas personagens, o que me fez sorrir perante tamanha ingenuidade. Desde já agradeço a todos por me terem proporcionado esse momento hilariante.
Existe pior disparate do que esse!!? Confesso que isso me espanta e quase escandaliza. Como é possível semelhante ingenuidade? Então, achamos provável que o povo é capaz de usar a consciência, diga-se de passagem alienada e domesticada, para se pôr a pensar em quem vai votar?
É quase público e notório que a maior parte dos moçambicanos foram domesticados/amestrados, desde a infância, a votarem de forma cultural, rotineira e automática num determinado partido, mesmo que, no passado, o tal partido os tenha delapidado.
Para alguns moçambicanos não importa os que os seus dirigentes fazem no poder e com o país contanto que sejam indivíduos ou partido da mesma tribo, além de ser a melhor opção para continuarem a levar água ao seu moinho, e os outros que se amanhem.
O que invariavelmente irão fazer é pensar na quantidade de capulanas, camisetes e outras ninharias narcotizantes e estupidificantes que habilmente amealharam durante a campanha eleitoral. E os políticos, sem excepção, esses profissionais que não são exemplos para ninguém, o que irão fazer logo após serem eleitos é, sem sombras de dúvidas, garantir que os seus filhos e familiares venham ficar a cobertos de preocupações financeiras no futuro.
É óbvio que cada moçambicano é livre de exercer o seu direito de voto, segundo a sua consciência e redemoinho das necessidades. Entretanto, é farisaísmo crasso fazer crer que as nossas escolhas serão fruto de uma reflexão e não de cumprimento de um ritual. Portanto, no dia 28, vamos cumprir mais um ritual!
( Shirangano, em www.shirangano.blogspot.com )
“Os moçambicanos têm dois dias para a reflexão…”, diziam alguns órgãos de informação e algumas personagens, o que me fez sorrir perante tamanha ingenuidade. Desde já agradeço a todos por me terem proporcionado esse momento hilariante.
Existe pior disparate do que esse!!? Confesso que isso me espanta e quase escandaliza. Como é possível semelhante ingenuidade? Então, achamos provável que o povo é capaz de usar a consciência, diga-se de passagem alienada e domesticada, para se pôr a pensar em quem vai votar?
É quase público e notório que a maior parte dos moçambicanos foram domesticados/amestrados, desde a infância, a votarem de forma cultural, rotineira e automática num determinado partido, mesmo que, no passado, o tal partido os tenha delapidado.
Para alguns moçambicanos não importa os que os seus dirigentes fazem no poder e com o país contanto que sejam indivíduos ou partido da mesma tribo, além de ser a melhor opção para continuarem a levar água ao seu moinho, e os outros que se amanhem.
O que invariavelmente irão fazer é pensar na quantidade de capulanas, camisetes e outras ninharias narcotizantes e estupidificantes que habilmente amealharam durante a campanha eleitoral. E os políticos, sem excepção, esses profissionais que não são exemplos para ninguém, o que irão fazer logo após serem eleitos é, sem sombras de dúvidas, garantir que os seus filhos e familiares venham ficar a cobertos de preocupações financeiras no futuro.
É óbvio que cada moçambicano é livre de exercer o seu direito de voto, segundo a sua consciência e redemoinho das necessidades. Entretanto, é farisaísmo crasso fazer crer que as nossas escolhas serão fruto de uma reflexão e não de cumprimento de um ritual. Portanto, no dia 28, vamos cumprir mais um ritual!
( Shirangano, em www.shirangano.blogspot.com )
“Geração 28 de Outubro”: Quem Manda neste País é o Presidente da República! Vamos lá massivamente Eleger Deviz Simango! Vamos lá Resgatar Moçambique!
Companheiros de Armas*! Os destinos desta Nação, deixaram em nossa mesa, a tarefa e a missão de erguer este país dos escombros em que se encontra. Estamos já no decorrer da 3ª Revolução! Ao contrário das outras duas, esta Revolução requer-se pacífica e, até aos limites do tolerável, deverá ser nosso esforço procurar que assim seja!
É desta Revolução que se irá erguer a verdadeira “Nação Moçambicana”, organizada, justa, transparente, democrática, empreendedora, isenta de nepotismos, corrupção, e todos outros males que alienam as nossas vidas e encravam o país!!
O momento não é de desânimo ou desespero!! Antes, pelo contrário: é de coragem, determinação e empenho!! Os detractores da verdadeira “Nação Moçambicana”, que todos almejamos e que a todos nós irá libertar, estão aflitos ao ponto de terem já ressuscitado Macchiavelli nas nossas Instituições Públicas e Órgãos de Soberania!!
Os eventos políticos recentemente ocorridos, não são prenúncio da “vitória da tirania”, mas sim, um indício inequívoco da “agonia do sistema”!! Este, já não tarda em cair de podre!!
Companheiros de Armas*! Sei que muitos de vós, ficastes desiludidos e desanimados com as decisões da CNE e o Acórdão do Conselho Constitucional!! Eu também fiquei, porque não é uma Nação com “justiça esforçada” que queremos para nós e nossos filhos!! Acabamos de bater o fundo do buraco, por isso, não há outro caminho senão, nos levantarmos, confiantes e determinados para a “Revolução” que os destinos deixaram para a nossa “Geração”!!
O momento não é de “Abstenção”!! Isso é o que os detractores da “Verdadeira Nação Moçambicana” pretendem e esperam que vá acontecer!!
O momento é de “Ida massiva às Urnas”!!
O momento é de “Votação”!!
O “Poder de Mudança” que está nas nossas mãos, não saiu nem tão pouco beliscado, por estas decisões maquiavélicas daqueles Órgãos!! Antes, pelo contrário!! Ele sai reforçado, por mais estas evidências claras do descaminho que se está pretendendo dar ao nosso país!!
Nós vivemos num país em que, quem manda é o Presidente da República! Efectivamente, todo o poder real, reside nas suas mãos: o poder de formar o seu governo, ou seja, nomear ministros, governadores provinciais e, por consequência, directores nacionais e provinciais, directores distritais, etc. O poder de nomear os Presidentes dos tribunais (Constitucional, Supremo, Administrativo), o Procurador-Geral da Republica e os Secretários de Estado!! (Artigos 159 e 160).
As mudanças que queremos ver no nosso país, vão se operar por meio destes Órgaos e Instituições, que nós, a “Geração 28 de Outubro” temos o poder de nomear, através do Presidente da República!!
Parecendo um percurso trágico, esta é a forma como está e vai nascer a nossa “Democracia” e temos aqui a chance de “selar o nosso carimbo” nesses eventos e, de há uns anos para cá, podermos orgulhosamente dizer:
“Nós, a Geração de 28 de Outubro, é que fizemos isso acontecer”!!
“Nós, a Geração 28 de Outubro, evitamos que o pais descarrilasse”!!
“Nós, a Geração 28 de Outubro, realizamos a nossa Revolução”!! A 3ª Revolução do País, com os nossos boletins de voto”!!
Já que nos querem forçar inevitavelmente, a ter um Parlamento Bi-partido, que elejamos um Presidente da República que não seja daqueles dois partidos!!
Vamos lá, massivamente Eleger este jovem determinado e empenhado pela causa do Povo Moçambicano, de todo o Povo Moçambicano!
Vamos lá, massivamente Eleger Deviz Simango e termos, pela primeira vez, os três Poderes separados, na nossa “República de Moçambique”!!
Vamos lá, massivamente Eleger Deviz Simango e instaurarmos uma “Democracia Funcional”!!
Aliás, os sinais que o destino nos manda, são claros: basta que olhemos para a posição dos candidatos no boletim de voto!
E, que ninguém se preocupe com possíveis perturbações e hostilidade provenientes desse “parlamento forçado” que pretendem para a próxima Legislatura!! A Constituição da República tem essas questões devidamente salvaguardadas e, garante ao Presidente da República. poderes para “dissolver o parlamento” (Artigo 188). Quem sabe, nessa ocasião tenhamos as eleições legislativas que agora “negam” ao povo Moçambicano!!
Nos círculos eleitorais onde as suas opções políticas foram amputadas pela CNE, não tenha qualquer receio em depositar um “voto em branco”, como sinal de repúdio pelas ilegalidades cometidas por aquele Organismo eleitoral!!
Por isso, vamos lá todos a 28 de Outubro, do Rovuma ao Maputo, de forma determinada e corajosa, mudar o curso da história do país!! Esse não vai ser dia para ir visitar a sua obra, levar a família a passear ou ir verificar como vão os trabalhos na sua machamba!!
Esse vai ser o dia para ir as urnas e exercer o dever patriótico de salvar Moçambique!!
Esse é o “fardo” que os destinos deixaram para a nossa “Geração”!
Com a nossa Revolução, vamos fazer renascer a “Verdadeira Nação Moçambicana”!! Vamos resgatar o país que nos tem sido negado, por uma minoria hipócrita!!
As nossas Armas* são a Coragem, a Vontade de Mudança, a Determinação e o VOTO livre, transparente e sem medo!!
(Jonathan McCharty, em www.desenvolvermocambique.blogspot.com)
Venâncio Mondlane vai ocupar cargo de Secretário-Geral do MDM?
APESAR DO CONFLITO FAMILIAR QUE REPRESENTA
O analista político, Venâncio Mondlane vai ocupar as funções de Secretário-Geral do Movimento Democrático de Moçambique, MDM.
É um dado adquirido, conforme confidenciaram ao Diário de Notícias fontes credíveis ligadas ao Movimento político liderado pelo ora candidato ao cargo máximo da Nação no pleito que se realiza amanhã, no País, Daviz Simango que, o jovem analista político, Venâncio Mondlane vai exercer essas funções.
Mondlane jovem funcionário bancário que se notabilizou nos seus comentários político “violentos” contra o Partido no Poder na Televisão privada, STV, sobretudo no programa “Pontos de Vistas” vai ocupar o segundo cargo executivo mais importante do Partido de Daviz Simango, após, segundo as nossas fontes, “namoro” prolongado entre o Partido e o visado.
As nossas fontes referem que a filiação e indicação do analista político para as hostes do MDM não estão a ser pacíficas no seio da família Mondlane, na qual, uma ala se insurge contra o facto, considerando uma “alta traição” familiar, porquanto, a maioria dos membros é fiel ao Partido Frelimo, enquanto outros membros da mesma família, consideram ser o exercício pleno da democracia na família onde cada um pode escolher o “menú” político que acha ser do seu gosto.
Filho do Presidente do Conselho de Administração da Emose, Venâncio Mondlane se destacou nos seus comentários quando integrava o trio constituído por Amorim Bila, Eduardo Namburete e ele próprio nos comentários dominicais nocturnos na STV. Aliás, as nossas fontes referem que era de esperar que ele ingressasse no MDM, pois, as suas análises políticas nunca foram abonatórias a Frelimo e a Renamo, mas demonstrando sempre a sua aversão as políticas destes dois partidos com destaque contra o Partido dos camaradas.
O analista político, Venâncio Mondlane vai ocupar as funções de Secretário-Geral do Movimento Democrático de Moçambique, MDM.
É um dado adquirido, conforme confidenciaram ao Diário de Notícias fontes credíveis ligadas ao Movimento político liderado pelo ora candidato ao cargo máximo da Nação no pleito que se realiza amanhã, no País, Daviz Simango que, o jovem analista político, Venâncio Mondlane vai exercer essas funções.
Mondlane jovem funcionário bancário que se notabilizou nos seus comentários político “violentos” contra o Partido no Poder na Televisão privada, STV, sobretudo no programa “Pontos de Vistas” vai ocupar o segundo cargo executivo mais importante do Partido de Daviz Simango, após, segundo as nossas fontes, “namoro” prolongado entre o Partido e o visado.
As nossas fontes referem que a filiação e indicação do analista político para as hostes do MDM não estão a ser pacíficas no seio da família Mondlane, na qual, uma ala se insurge contra o facto, considerando uma “alta traição” familiar, porquanto, a maioria dos membros é fiel ao Partido Frelimo, enquanto outros membros da mesma família, consideram ser o exercício pleno da democracia na família onde cada um pode escolher o “menú” político que acha ser do seu gosto.
Filho do Presidente do Conselho de Administração da Emose, Venâncio Mondlane se destacou nos seus comentários quando integrava o trio constituído por Amorim Bila, Eduardo Namburete e ele próprio nos comentários dominicais nocturnos na STV. Aliás, as nossas fontes referem que era de esperar que ele ingressasse no MDM, pois, as suas análises políticas nunca foram abonatórias a Frelimo e a Renamo, mas demonstrando sempre a sua aversão as políticas destes dois partidos com destaque contra o Partido dos camaradas.
(Paulo Machava, DIÁRIO DE NOTÍCIAS – 27.10.2009, citado em www.macua.blogs.com)
Eu vou votar!
Conheço bem os argumentos dos que favorecem a abstenção e compreendo a motivação dessa attitude. Confesso que me sinto triste com todo este processo e revoltado com os incidentes da campanha eleitoral. Várias vezes me interroguei se vale a pena participar neste processo e se o meu voto não me torna conivente com uma farsa. Mas, apesar de tudo, acredito que neste caso a abstenção só vai beneficiar o Partido no poder e junto a minha voz aos que apelam ao voto.
Se não houver contrariedade de última hora, amanhã, mesmo não sendo feriado para mim, farei uma longa viagem para depositar o meu voto.
Se não houver contrariedade de última hora, amanhã, mesmo não sendo feriado para mim, farei uma longa viagem para depositar o meu voto.
Boletim sobre o Processo Político em Moçambique
Títulos do Boletim com data de 27 de Outubro
Ambiente de festa e civismo marca o término campanha eleitoral
2800 observadores e jornalistas
Nacala porto (incidente de Domingo)
A LabSoft existe
Cartões de eleitor queimados em Pemba
Confira aqui:
Ambiente de festa e civismo marca o término campanha eleitoral
2800 observadores e jornalistas
Nacala porto (incidente de Domingo)
A LabSoft existe
Cartões de eleitor queimados em Pemba
Confira aqui:
Marcelino dos Santos considerou afastar Mondlane da Presidência da Frelimo
revela autor russo em livro recentemente publicado
“Decidimos logo de principio deixar que Mondlane permanecesse na direcção do movimento, e nós iremos trabalhar no seio do movimento e guiar a frente. Mais tarde, se for necessário, será possível substituir Mondlane.” - Marcelino dos Santos “Toda a gente sabe e nós sabemos que o presidente da Frelimo, Eduardo Momdlane, é um americano, mas de momento não existe outro homem em Moçambique que possa liderar a luta e em torno do qual as forças que lutam pela independência possam unir-se... Até agora, Mondlane é o único homem – educado, que tem ligações e influência no estrangeiro. Afinal, ele é um moçambicano negro, não um branco ou mulato como eu. Não devemos esquecer também que Mondlane é capaz de angariar dinheiro. É verdade, segundo dizem, que ele obtém o dinheiro do governo dos Estados Unidos, mas esse dinheiro vai para a luta.”
Maputo (Canalmoz) - Pouco depois da formação da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), a antiga União Soviética manifestou-se apreensiva pelo facto da direcção do movimento de libertação moçambicano ter ficado nas mãos de Eduardo Mondlane, que era tido por Moscovo como estando ligado aos Estados Unidos. “Naturalmente, os soviéticos tentaram avaliar a situação, pedindo a opinião aos seus amigos africanos”, revela Vladimir Shubin, autor do livro, “The Hot ‘Cold War’- The USSR in Southern Africa” (A ‘Guerra Fria’ Quente – A URSS na África Austral).
Shubin, que presentemente exerce as funções de vice-director do Instituto para os Estudos Africanos em Moscovo, acrescenta que no decurso da conferência constitutiva da OUA em Adis Abeba em Maio de 1963, Latyp Maksudov, representante soviético na Organização de Solidariedade Popular Afro-Asiática, abordou o nacionalista angolano, Mario Pinto de Andrade, a quem pediu a sua opinião a respeito de Eduardo Mondlane. Na opinião de Pinto de Andrade, o líder da Frelimo era “homem honesto, mas no entanto não era um político, mas um missionário.”
Acrescentou o nacionalista angolano então membro do MPLA: “Mondlane não dificulta o trabalho de Marcelino dos Santos, e aqui muito pode ser feito. O Marcelino dos Santos está a trabalhar, e portanto a Frelimo existe e actua”.
De acordo com o autor de A ‘Guerra Fria’Quente – A URSS na África Austral, Latyp Maksudov abordou depois Marcelino dos Santos, tendo este declarado: «Toda a gente sabe e nós sabemos que o presidente da Frelimo, Eduardo Momdlane, é um americano, mas de momento não existe outro homem em Moçambique que possa liderar a luta e em torno do qual as forças que lutam pela independência possam unir-se... Até agora, Mondlane é o único homem – educado, que tem ligações e influência no estrangeiro. Afinal, ele é um moçambicano negro, não um branco ou mulato como eu. Não devemos esquecer também que Mondlane é capaz de angariar dinheiro. É verdade, segundo dizem, que ele obtém o dinheiro do governo dos Estados Unidos, mas esse dinheiro vai para a luta.»
Coincidindo com o ponto de vista manifestado anteriormente a Maksudov por Mário Pinto de Andrade, Marcelino dos Santos salientou: «Decidimos logo de principio deixar que Mondlane permanecesse na direcção do movimento, e nós iremos trabalhar no seio do movimento e guiar a frente. Mais tarde, se for necessário, será possível substituir Mondlane.»
Eduardo Mondlane viria a ser assassinado a 3 de Fevereiro de 1969, em Dar es Salaam.
(CANALMOZ, 27/10/09)
Eleições
Moçambique: cobertura parcial das eleições
Os orgãos de informação em Moçambique não estão a realizar uma cobertura equilibrada e imparcial, conforme prescrito no código de conduta de cobertura eleitoral assinado pelos jornalistas moçambicanos, revela um estudo feito pelo Instituto dos Media da África Austral, MISA.
O estudo abrangeu orgãos da imprensa escrita diária e semanal, televisiva e radiofónica de todo o país. Entrevistado pela nossa enviada às eleições,Teresa Lima, o oficial de pesquisa do MISA, Ericino Salema referiu ter constatado que alguns sectores, particularmente da imprensa com fortes ligações históricas aos Estado estavam a dar maior destaque ao partido no poder e ao seu candidato.
"Estamos a falar do princípio de igualdade de tratamento entre as diferentes candidaturas, estamos a falar do princípio de independência e também do respeito pelos valores supremos do jornalismo que é a verdade"", disse Ericino Salema.
Ele referiu que os casos mais notórios de parcialidade diziam respeito ao jornal diário Notícias e também à televisão pública, TVM. Considerou, no entanto, "razoável" a cobertura eleitoral da Rádio Moçambique.
"Na nossa opinião, a TVM não usa os critérios universais de jornalismo. Já estabeleceu que quem abre os seus serviços noticiosos, é sempre o partido no poder e o seu candidato".
Em Moçambique a actualidade noticiosa é divulgada actualmente por sete jornais semanários, três diários, 12 Boletins de Fax diários, 6 canais de Televisão e apenas uma estação de rádio a nível nacional, embora estejam a surgir rádios locais e comunitárias, mas cujo conteúdo é mais de entretenimento do que noticioso.
Teresa Lima – BBC – 26.10.2009
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Frelimo procura esmagar Renamo na senda do MPLA, SWAPO e ANC
Os orgãos de informação em Moçambique não estão a realizar uma cobertura equilibrada e imparcial, conforme prescrito no código de conduta de cobertura eleitoral assinado pelos jornalistas moçambicanos, revela um estudo feito pelo Instituto dos Media da África Austral, MISA.
O estudo abrangeu orgãos da imprensa escrita diária e semanal, televisiva e radiofónica de todo o país. Entrevistado pela nossa enviada às eleições,Teresa Lima, o oficial de pesquisa do MISA, Ericino Salema referiu ter constatado que alguns sectores, particularmente da imprensa com fortes ligações históricas aos Estado estavam a dar maior destaque ao partido no poder e ao seu candidato.
"Estamos a falar do princípio de igualdade de tratamento entre as diferentes candidaturas, estamos a falar do princípio de independência e também do respeito pelos valores supremos do jornalismo que é a verdade"", disse Ericino Salema.
Ele referiu que os casos mais notórios de parcialidade diziam respeito ao jornal diário Notícias e também à televisão pública, TVM. Considerou, no entanto, "razoável" a cobertura eleitoral da Rádio Moçambique.
"Na nossa opinião, a TVM não usa os critérios universais de jornalismo. Já estabeleceu que quem abre os seus serviços noticiosos, é sempre o partido no poder e o seu candidato".
Em Moçambique a actualidade noticiosa é divulgada actualmente por sete jornais semanários, três diários, 12 Boletins de Fax diários, 6 canais de Televisão e apenas uma estação de rádio a nível nacional, embora estejam a surgir rádios locais e comunitárias, mas cujo conteúdo é mais de entretenimento do que noticioso.
Teresa Lima – BBC – 26.10.2009
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Frelimo procura esmagar Renamo na senda do MPLA, SWAPO e ANC
"O Estado de Direito não é uma realidade em Moçambique, os cidadãos não são todos iguais perante a lei e a divisão dos poderes não é clara”, diz Raul Domingos.
A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que de 1976 a 1992 travou uma luta armada contra a Frelimo e em prol da democratização do país, encontra-se actualmente em risco de perder o seu papel de importante força da oposição parlamentar, depois de, nas legislativas de Dezembro de 2004, só ter conseguido 29,7% dos votos. No entanto, as opiniões divergem sobre até que ponto o seu desgaste se irá ou não traduzir num grande desaire nas eleições do próximo dia 28.
O líder daquele partido, Afonso Dhlakama, que em 2004 averbou para si 31,7% (um pouco
mais do que os seus candidatos ao Parlamento), prometeu nestes últimos dias na província de Tete que, se perder as presidenciais de quarta-feira, às quais se candidata pela quarta vez, não voltará a concorrer. E no caso de faltar à palavra - tentando de novo a sua hipótese em 2014 -, pede ao povo que não vote nele.
Paulo Granjo, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, disse ao PÚBLICO ser "bem possível que, com a exclusão do novo MDM (Movimento Democrático de Moçambique) de nove círculos eleitorais (incluindo Manica, um daqueles em que tem mais apoio, e a província de Maputo, onde está em visível expansão nas zonas periurbanas, tanto a Renamo quanto a Frelimo sofram um desgaste muito menor" do que há alguns meses se pensava.
Também Raul Domingos, o negociador-chefe da Renamo no processo de paz que em 1992 pôs
fim à guerra de 16 anos em Moçambique, considera que "o país está longe" do que sonhou quando negociou o fim do conflito. Raul Domingos, expulso da Renamo em Julho de 2000, dirigiu a delegação deste partido, na altura um movimento de guerrilha, nas negociações com a Frelimo, partido no poder em Moçambique, visando o Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992.
Mas, segundo Raul Domingos, o multipartidarismo e as eleições até agora realizadas (três eleições gerais desde 1994), tal como o processo conducente ao próximo escrutínio, "estão longe dos padrões de democracia exigidos".
"Naturalmente que este não é o país pelo qual negociei e sonhei. Gostaria de ter um país em que o multipartidarismo vingasse, os partidos tivessem igualdade de oportunidades na realização das suas tarefas político-partidárias e que o terreno fosse mais nivelado", sublinhou o ex-número dois da Renamo.
Quanto ao MDM e Daviz Simango são (desde a vitória deste como independente no município da Beira) o grande fenómeno político actual, que subverte as regras do jogo que os dois grandes consideravam imutáveis.
Em Abril último, analistas citados pela AFP diziam que a Renamo se arriscava a perder a sua condição de segundo partido moçambicano, a favor do MDM, depois de se ter ficado por menos de um terço dos votos expressos nas legislativas de Dezembro de 2004, face aos 62% da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo). Só que, entretanto, a nova força só foi autorizada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) a concorrer em quatro dos 13 círculos, o que faz uma substancial diferença, fazendo a balança tombar para o lados dos dois partidos tradicionais.
Aliás, apesar de ter perdido terreno nos centros urbanos, durante esta última década, a Renamo continua com uma forte base de apoio em meios rurais do Centro e do Norte, afirm o director da revista "Prestígio", de Maputo, Refinaldo Chilengue. E é precisamente nas partes central e setentrional do país que todas as forças estão a apostar, destacou João Chamusse, editor do jornal "Canal de Moçambique".
Dos 250 deputados a eleger, 46 correspondem à província de Nampula e 45 à da Zambézia, as mais populosas, precisamente na Zona Centro-Norte, onde a Renamo terá de dar o tudo por tudo para impedir aquilo a que chama a "frelimização da sociedade", que se consubstanciaria se o partido do Presidente Armando Emílio Guebuza chegasse a garantir cerca de três quartos do eleitorado.
Depois de 16 anos de luta armada contra a Frelimo, a Renamo não se conseguiu transformar num partido político com peso suficiente para se constituir como alternativa do poder. E Dhlakama foi sucessivamente derrotado nas presidenciais de 1994, 1999 e 2004 (nas duas primeiras por Joaquim Chissano, na terceira por Guebuza), pelo que no próximo dia 28 não irá ser fácil a sua tarefa, ao ter de enfrentar tanto Guebuza como Simango, que, nas palavras de Refinaldo Chilengue, está a ter grande receptividade junto das camadas jovens.
"Num processo limpo, seria difícil não haver uma segunda volta das presidenciais", entende o director da "Prestígio", que, tal como Chamusse e outras fontes, entende que "o sistema se encontra viciado", não havendo a devida transparência nestas eleições, que são em simultâneo presidenciais, legislativas e para as assembleias provinciais.
Nas autárquicas de 19 de Novembro de 2008, a Renamo ficou sem o controlo de qualquer município, pelo que começou a surgir a expectativa sobre se esse desaire se iria ou não traduzir nas próximas eleições gerais, com a perspectiva de a Frelimo se tornar tão esmagadoramente preponderante quanto o MPLA o é em Angola (81,76 por cento dos votos nas legislativas de 2008), a SWAPO na Namíbia (76,1 na última ida às urnas) e o ANC na África do Sul (65,9). Absolutamente ciente de que no Sul de Moçambique não tem qualquer hipótese, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, natural do Centro do país,
fez campanha essencialmente nas províncias de Nampula, Cabo Delgado, Niassa, Zambézia, Tete e Manica. A tónica do seu discurso foi a despartidarização do Estado, com a alegação de que o partido no poder, criado em 1962 pelo sociólogo Eduardo Mondlane, obriga todos os funcionários públicos a filiarem-se nele, sob pena de não conseguirem progredir na carreira profissional. "O Estado de Direito não é uma realidade no país, os cidadãos não são todos iguais perante a lei e a divisão dos poderes não é clara. Não é esse o país que eu sonhei quando negociávamos a paz em Roma, pelo qual eu luto e acredito que um dia viveremos", insiste Raul Domingos.
Por outro lado, as divisões na oposição moçambicana, devido a ambições pessoais e interesses de grupo, também fragilizam a possibilidade de uma frente comum contra a hegemonia da Frelimo na cena política moçambicana, desde a proclamação da independência do pais em 1975.
A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), que de 1976 a 1992 travou uma luta armada contra a Frelimo e em prol da democratização do país, encontra-se actualmente em risco de perder o seu papel de importante força da oposição parlamentar, depois de, nas legislativas de Dezembro de 2004, só ter conseguido 29,7% dos votos. No entanto, as opiniões divergem sobre até que ponto o seu desgaste se irá ou não traduzir num grande desaire nas eleições do próximo dia 28.
O líder daquele partido, Afonso Dhlakama, que em 2004 averbou para si 31,7% (um pouco
mais do que os seus candidatos ao Parlamento), prometeu nestes últimos dias na província de Tete que, se perder as presidenciais de quarta-feira, às quais se candidata pela quarta vez, não voltará a concorrer. E no caso de faltar à palavra - tentando de novo a sua hipótese em 2014 -, pede ao povo que não vote nele.
Paulo Granjo, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, disse ao PÚBLICO ser "bem possível que, com a exclusão do novo MDM (Movimento Democrático de Moçambique) de nove círculos eleitorais (incluindo Manica, um daqueles em que tem mais apoio, e a província de Maputo, onde está em visível expansão nas zonas periurbanas, tanto a Renamo quanto a Frelimo sofram um desgaste muito menor" do que há alguns meses se pensava.
Também Raul Domingos, o negociador-chefe da Renamo no processo de paz que em 1992 pôs
fim à guerra de 16 anos em Moçambique, considera que "o país está longe" do que sonhou quando negociou o fim do conflito. Raul Domingos, expulso da Renamo em Julho de 2000, dirigiu a delegação deste partido, na altura um movimento de guerrilha, nas negociações com a Frelimo, partido no poder em Moçambique, visando o Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992.
Mas, segundo Raul Domingos, o multipartidarismo e as eleições até agora realizadas (três eleições gerais desde 1994), tal como o processo conducente ao próximo escrutínio, "estão longe dos padrões de democracia exigidos".
"Naturalmente que este não é o país pelo qual negociei e sonhei. Gostaria de ter um país em que o multipartidarismo vingasse, os partidos tivessem igualdade de oportunidades na realização das suas tarefas político-partidárias e que o terreno fosse mais nivelado", sublinhou o ex-número dois da Renamo.
Quanto ao MDM e Daviz Simango são (desde a vitória deste como independente no município da Beira) o grande fenómeno político actual, que subverte as regras do jogo que os dois grandes consideravam imutáveis.
Em Abril último, analistas citados pela AFP diziam que a Renamo se arriscava a perder a sua condição de segundo partido moçambicano, a favor do MDM, depois de se ter ficado por menos de um terço dos votos expressos nas legislativas de Dezembro de 2004, face aos 62% da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo). Só que, entretanto, a nova força só foi autorizada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) a concorrer em quatro dos 13 círculos, o que faz uma substancial diferença, fazendo a balança tombar para o lados dos dois partidos tradicionais.
Aliás, apesar de ter perdido terreno nos centros urbanos, durante esta última década, a Renamo continua com uma forte base de apoio em meios rurais do Centro e do Norte, afirm o director da revista "Prestígio", de Maputo, Refinaldo Chilengue. E é precisamente nas partes central e setentrional do país que todas as forças estão a apostar, destacou João Chamusse, editor do jornal "Canal de Moçambique".
Dos 250 deputados a eleger, 46 correspondem à província de Nampula e 45 à da Zambézia, as mais populosas, precisamente na Zona Centro-Norte, onde a Renamo terá de dar o tudo por tudo para impedir aquilo a que chama a "frelimização da sociedade", que se consubstanciaria se o partido do Presidente Armando Emílio Guebuza chegasse a garantir cerca de três quartos do eleitorado.
Depois de 16 anos de luta armada contra a Frelimo, a Renamo não se conseguiu transformar num partido político com peso suficiente para se constituir como alternativa do poder. E Dhlakama foi sucessivamente derrotado nas presidenciais de 1994, 1999 e 2004 (nas duas primeiras por Joaquim Chissano, na terceira por Guebuza), pelo que no próximo dia 28 não irá ser fácil a sua tarefa, ao ter de enfrentar tanto Guebuza como Simango, que, nas palavras de Refinaldo Chilengue, está a ter grande receptividade junto das camadas jovens.
"Num processo limpo, seria difícil não haver uma segunda volta das presidenciais", entende o director da "Prestígio", que, tal como Chamusse e outras fontes, entende que "o sistema se encontra viciado", não havendo a devida transparência nestas eleições, que são em simultâneo presidenciais, legislativas e para as assembleias provinciais.
Nas autárquicas de 19 de Novembro de 2008, a Renamo ficou sem o controlo de qualquer município, pelo que começou a surgir a expectativa sobre se esse desaire se iria ou não traduzir nas próximas eleições gerais, com a perspectiva de a Frelimo se tornar tão esmagadoramente preponderante quanto o MPLA o é em Angola (81,76 por cento dos votos nas legislativas de 2008), a SWAPO na Namíbia (76,1 na última ida às urnas) e o ANC na África do Sul (65,9). Absolutamente ciente de que no Sul de Moçambique não tem qualquer hipótese, Afonso Macacho Marceta Dhlakama, natural do Centro do país,
fez campanha essencialmente nas províncias de Nampula, Cabo Delgado, Niassa, Zambézia, Tete e Manica. A tónica do seu discurso foi a despartidarização do Estado, com a alegação de que o partido no poder, criado em 1962 pelo sociólogo Eduardo Mondlane, obriga todos os funcionários públicos a filiarem-se nele, sob pena de não conseguirem progredir na carreira profissional. "O Estado de Direito não é uma realidade no país, os cidadãos não são todos iguais perante a lei e a divisão dos poderes não é clara. Não é esse o país que eu sonhei quando negociávamos a paz em Roma, pelo qual eu luto e acredito que um dia viveremos", insiste Raul Domingos.
Por outro lado, as divisões na oposição moçambicana, devido a ambições pessoais e interesses de grupo, também fragilizam a possibilidade de uma frente comum contra a hegemonia da Frelimo na cena política moçambicana, desde a proclamação da independência do pais em 1975.
In: PUBLICO
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PROCESSO ELEITORAL- Vamos todos às urnas - apela o Parlamento Juvenil
O PARLAMENTO Juvenil fez ontem um apelo a todos os moçambicanos em idade eleitoral activa para que se dirijam massivamente às urnas, amanhã, a fim de exercerem o seu direito cívico de eleger nos futuros governantes desta bela pátria amada.
A exortação foi feita pelo presidente deste órgão juvenil, Salomão Muchanga, falando ao “Notícias” a propósito das eleições gerais e das assembleias provinciais que se realizam amanhã em simultâneo, em todo o território nacional.
O apelo foi dirigido de modo especial aos jovens, eles que, na óptica do parlamento juvenil, continuam a ser a seiva da nação moçambicana, parafraseando o primeiro presidente de Moçambique independente, Samora Moisés Machel.
Salomão Muchanga disse que os jovens devem fazer destas eleições o momento mais alto da vida de todos os moçambicanos porque se trata de escolher quem vai dirigir os destinos do nosso país.
O nosso interlocutor afirmou ainda que no quadro daquilo que tem sido o engajamento do PJ nas eleições de amanhã, exorta a todos os jovens e à sociedade em geral para aderirem aos processos de votação considerando que este é o momento mais alto de exaltação da democracia.
O apelo de Muchanga estende-se igualmente a todos os partidos políticos e aos respectivos candidatos para aceitarem os resultados das eleições. Apelamos a toda sociedade para que faça desta data momento de reflexão e votando em programas em que se materializem as aspirações da juventude e o desenvolvimento do país disse a fonte, acrescentando que todos nós devemos aderir às urnas logo nas primeiras horas de quarta-feira, para cumprirmos o nosso direito de cidadania.
Para Muchanga, os jovens devem votar em pessoas com capacidade de governar o país e não desperdiçar o tempo em votar indivíduos sem capacidade e sem programas sérios do desenvolvimento.
Nós os jovens temos um papel relevante nestas eleições, não por sermos os potenciais eleitores, mas porque nós é que devemos decidir sobre o futuro de Moçambique e, consequentemente, não devemos ficar em casa no dia de votação, muito menos nos abster, apelou a fonte.
Notícias, 27/10/09
Monday, 26 October 2009
O pensamento de Salomão Moyana
Ao longo dos 45 dias de campanha, o cidadão terá tido a oportunidade de assistir a um conjunto incrível de esquemas e manobras todas visando torpedear a liberdade de escolha dos eleitores.Tais esquemas e manobras começaram, desde logo, nos órgãos de administração eleitoral, que usaram de um poder discricionário, que não têm, ora para excluir quem deveria beneficiar de actualização de recenseamento, ora para decidir quem deveria concorrer e quem o não deveria. Depois, evoluíram para o Conselho Constitucional, o tal órgão que, ao invés de uma esperada isenção jurisprudencial, afinal, e, segundo palavras palavras do presidente da CNE, logo começou por sugerir a este os nomes dos que o deviam assessorar, sendo, assim, por isso, que os mesmos terão aconselhado aquele órgão a eliminar os “maus da fita”.
Desta forma e visivelmente, os esquemas e manobras tiveram o seu cúmulo na vileza de alguns politicos, que se vendem à custa dos juros dos trinta bíblicos dinheiros de Judas, assim deixando cair a máscara que ainda lhes tapava a pouca vergonha ora estampada na cara, para que todo o povo pudesse nitidamente, ver que, afinal, ali não havia partido político nenhum mas, apenas e só, um conjunto de desempregados famintos e miseráveis que, ao primeiro aceno de pão, se prontificariam, como de facto o fizeram, a se insultarem a si próprios, apenas e só para, dessa forma, os respectivos “responsáveis” alcançarem o almejado pão. É uma desgraça inqualificável!
Desta forma e visivelmente, os esquemas e manobras tiveram o seu cúmulo na vileza de alguns politicos, que se vendem à custa dos juros dos trinta bíblicos dinheiros de Judas, assim deixando cair a máscara que ainda lhes tapava a pouca vergonha ora estampada na cara, para que todo o povo pudesse nitidamente, ver que, afinal, ali não havia partido político nenhum mas, apenas e só, um conjunto de desempregados famintos e miseráveis que, ao primeiro aceno de pão, se prontificariam, como de facto o fizeram, a se insultarem a si próprios, apenas e só para, dessa forma, os respectivos “responsáveis” alcançarem o almejado pão. É uma desgraça inqualificável!
A opinião de Alice Mabota
Eu não vou votar na Frelimo e em Guebuza porque a Frelimo humilha as pessoas, pisa as pessoas.
Será que mesmo se o colono continuasse até hoje, Moçambique não estaria assim?
O dinheiro que a Frelimo usa e tem vem dos nossos impostos, por isso, não venham nos dizer que votem na Frelimo e em Guebuza, porque tudo o que existe e temos a Frelimo é que o fez, porque, se levarmos o mesmo dinheiro e o dermos a um outro partido, também este pode fazer muitas coisas boas.
Será que mesmo se o colono continuasse até hoje, Moçambique não estaria assim?
O dinheiro que a Frelimo usa e tem vem dos nossos impostos, por isso, não venham nos dizer que votem na Frelimo e em Guebuza, porque tudo o que existe e temos a Frelimo é que o fez, porque, se levarmos o mesmo dinheiro e o dermos a um outro partido, também este pode fazer muitas coisas boas.
(Magazine Independente, 14-10-09)
Boletim sobre o Processo Político em Moçambique
Títulos do Boletim com data de 26 de Outubro:
Ainda sem listas de candidatos
Comerciantes de Mabalane agredidos por apoiarem Daviz
Nacala - Polícia dispersa população com gás lacrimogéneo
Examinando a má conduta nas mesas de voto
Pequenas mudanças no manual e procedimentos
Três contagens nesta eleição
Vento maligno e processos perdidos
MDM acusa TVM e STV de favorecer Frelimo
Só em Gaza: 70 carros e 6 barcos
Músico Imami Agy agride locutor da Rádio Moçambique
Violência Eleitoral
Uso de meios de Estado
Leia as notícias aqui:
Ainda sem listas de candidatos
Comerciantes de Mabalane agredidos por apoiarem Daviz
Nacala - Polícia dispersa população com gás lacrimogéneo
Examinando a má conduta nas mesas de voto
Pequenas mudanças no manual e procedimentos
Três contagens nesta eleição
Vento maligno e processos perdidos
MDM acusa TVM e STV de favorecer Frelimo
Só em Gaza: 70 carros e 6 barcos
Músico Imami Agy agride locutor da Rádio Moçambique
Violência Eleitoral
Uso de meios de Estado
Leia as notícias aqui:
Sunday, 25 October 2009
Um ambicioso nunca muda, mas sim muda de táctica
Já vai ao fim a campanha eleitoral. No dia 28 de Outubro os moçambicanos vão às urnas. Vão decidir quem serão os próximos deputados e membros das assembleias provinciais. Vão indicar quem será o próximo Garante da Nossa Constituição.
Formalmente somos o povo protagonista do nosso próprio destino. Mas quando aparecem altas figuras do partido no poder a afirmarem que mesmo com a dita democracia, o partido no poder dele não sairá. O que nos obrigam a pensar? Nada mais que concordarmos com Samora Machel quando dizia” Um ambicioso nunca muda, mas sim muda de táctica”.
Todos somos ambiciosos, porque um homem sem ambição é um ser morto. Mas uma ambição desmedida é aquela que matou Urias Simango, Lázaro Nkavandame, Filipe Samuel Magaia, Joana Simeão, Jorge Abreu, Eduardo Mondlane. Uma ambição desmedida é aquela que levou Adelino Guambe, Lourenço Mutaka, Fanuel Mahluza entre tantos a abandonarem a Frelimo da Luta Armada de Libertação Nacional e posteriormente serem perseguidos por esses algozes.
São esses que hoje mudaram de cor, tiraram a pele e nos cobram uma dívida que eles acreditam que nunca terminará. Os moçambicanos pagaram essa dívida com o seu sangue em M’tetela, pelos fuzilamentos públicos em campos de futebol ontem. Não bastou? E hoje mudaram? Desde quando nossos libertadores? Não acham que é com a dita democracia que nós nos consolamos? Se com a dita democracia nos fazem mostrar que nada faremos, o que querem que nós façamos para que reconheçam que o poder vos basta? Não acham que é com essa dita democracia que podem esconder a capa do comunismo stalinista?
Ontem mataram com Samora, depois o trairam porque havia deixado de albelgar os seus interesses, criaram o “acidente” de Mbuzini e hoje servem-se dele para promover a sua imagem. Anteontem mataram Mondlane porque era anticomunista, mesmo sem que ele tenha mostrado claramente isso. Depois eliminaram o seu Vice- Presidente Urias Simango. Hoje perseguem incansavelmente o seu sangue, a única recordação que podemos ter do Reverendo. Dos seus restos mortais nunca saberemos.
São eles que nos fazem acreditar que nunca irão deixar o poder, como se eles nele tivessem nascido, com ele tivessem crescido e com ele tivessem de morrer. Esqueceram-se o que Salazar dizia quando estavam nas matas. Esqueceram-se que Marcello Caetano não queria ouvir falar da Independência das colónias. Mas num dia hastearam a bandeira no Estádio da Machava depois de Caetano ter sido exilado para o Brasil. Esqueceram que o poder não é eterno, ele acaba de várias maneiras. Esqueceram-se que os que ficaram apegues ao poder por muito tempo perderam-no de forma desastrosa, ora por golpes, ora por derrota nas urnas (por cansaço dos eleitores), ora por imposição de outros dentro do mesmo partido.
Sei que por causa desse texto alguns me chamarão de saudosista ou ambicioso, mas não se esqueçam que é essa forma de pensar que queremos todos, eu e você, combater.
Acredito que um história bem contada para os meus futuros filhos lhes ajudará a discernirem melhor sobre quem votar. Eu que fui tantos anos enganado por essa “história oficial” (história lava cérebros) levou-me anos a pensar diferente. Mas tenho a missão de, no mínimo, transmitir aos meus filhos essa verdade, para que estejam sempre atentos à esses “arquitectos do bem estar dos moçambicanos”.
Formalmente somos o povo protagonista do nosso próprio destino. Mas quando aparecem altas figuras do partido no poder a afirmarem que mesmo com a dita democracia, o partido no poder dele não sairá. O que nos obrigam a pensar? Nada mais que concordarmos com Samora Machel quando dizia” Um ambicioso nunca muda, mas sim muda de táctica”.
Todos somos ambiciosos, porque um homem sem ambição é um ser morto. Mas uma ambição desmedida é aquela que matou Urias Simango, Lázaro Nkavandame, Filipe Samuel Magaia, Joana Simeão, Jorge Abreu, Eduardo Mondlane. Uma ambição desmedida é aquela que levou Adelino Guambe, Lourenço Mutaka, Fanuel Mahluza entre tantos a abandonarem a Frelimo da Luta Armada de Libertação Nacional e posteriormente serem perseguidos por esses algozes.
São esses que hoje mudaram de cor, tiraram a pele e nos cobram uma dívida que eles acreditam que nunca terminará. Os moçambicanos pagaram essa dívida com o seu sangue em M’tetela, pelos fuzilamentos públicos em campos de futebol ontem. Não bastou? E hoje mudaram? Desde quando nossos libertadores? Não acham que é com a dita democracia que nós nos consolamos? Se com a dita democracia nos fazem mostrar que nada faremos, o que querem que nós façamos para que reconheçam que o poder vos basta? Não acham que é com essa dita democracia que podem esconder a capa do comunismo stalinista?
Ontem mataram com Samora, depois o trairam porque havia deixado de albelgar os seus interesses, criaram o “acidente” de Mbuzini e hoje servem-se dele para promover a sua imagem. Anteontem mataram Mondlane porque era anticomunista, mesmo sem que ele tenha mostrado claramente isso. Depois eliminaram o seu Vice- Presidente Urias Simango. Hoje perseguem incansavelmente o seu sangue, a única recordação que podemos ter do Reverendo. Dos seus restos mortais nunca saberemos.
São eles que nos fazem acreditar que nunca irão deixar o poder, como se eles nele tivessem nascido, com ele tivessem crescido e com ele tivessem de morrer. Esqueceram-se o que Salazar dizia quando estavam nas matas. Esqueceram-se que Marcello Caetano não queria ouvir falar da Independência das colónias. Mas num dia hastearam a bandeira no Estádio da Machava depois de Caetano ter sido exilado para o Brasil. Esqueceram que o poder não é eterno, ele acaba de várias maneiras. Esqueceram-se que os que ficaram apegues ao poder por muito tempo perderam-no de forma desastrosa, ora por golpes, ora por derrota nas urnas (por cansaço dos eleitores), ora por imposição de outros dentro do mesmo partido.
Sei que por causa desse texto alguns me chamarão de saudosista ou ambicioso, mas não se esqueçam que é essa forma de pensar que queremos todos, eu e você, combater.
Acredito que um história bem contada para os meus futuros filhos lhes ajudará a discernirem melhor sobre quem votar. Eu que fui tantos anos enganado por essa “história oficial” (história lava cérebros) levou-me anos a pensar diferente. Mas tenho a missão de, no mínimo, transmitir aos meus filhos essa verdade, para que estejam sempre atentos à esses “arquitectos do bem estar dos moçambicanos”.
(Leovigildo Novidades Juliasse, em www.leoiuris.blogspot.com)
Mambas derrotaram o Malawi
Coisas que a gente diz
A pedido de um jornalista do Público, comentei da forma que se segue as expectativas em relação às eleições moçambicanas e à eventual erosão eleitoral da Renamo.
Alguém quer comentar? Acrescentar? Rebater? Insultar?
«A grande incógnita, quanto ao desgaste eleitoral da Renamo mas também da Frelimo, é o MDM de Deviz Simango.
É impressionante o apoio que suscitou quer em Sofala, zona forte da Renamo, quer nos jovens e classes médias emergentes do grande Maputo.
Mas, mesmo nas pessoas mais velhas das camadas pobres que continuarão a votar nos seus partidos de sempre, desperta simpatia o seu discurso sem agressividade, baseado na honestidade, competência, diálogo e distribuição mais justa dos recursos que inundam o país.
Toca, afinal, o que desagrada às pessoas nos dois partidos habituais, mas para que não viam alternativa: uma governação que lhes parece arrogante, predatória e desigual, e uma oposição que lhes parece agressiva e inconsequente.
O desgaste de ambos será, contudo, minimizado pela polémica exclusão, pela CNE, do MDM em quase ¾ dos círculos eleitorais.
Se antes disso fazia sentido discutir o possível fim da maioria absoluta da Frelimo, hoje discute-se se (sobretudo após uma também muito polémica actualização dos cadernos eleitorais) ela não conseguirá a maioria de 2/3 que lhe permitiria mudar sozinha a Constituição.»
Alguém quer comentar? Acrescentar? Rebater? Insultar?
«A grande incógnita, quanto ao desgaste eleitoral da Renamo mas também da Frelimo, é o MDM de Deviz Simango.
É impressionante o apoio que suscitou quer em Sofala, zona forte da Renamo, quer nos jovens e classes médias emergentes do grande Maputo.
Mas, mesmo nas pessoas mais velhas das camadas pobres que continuarão a votar nos seus partidos de sempre, desperta simpatia o seu discurso sem agressividade, baseado na honestidade, competência, diálogo e distribuição mais justa dos recursos que inundam o país.
Toca, afinal, o que desagrada às pessoas nos dois partidos habituais, mas para que não viam alternativa: uma governação que lhes parece arrogante, predatória e desigual, e uma oposição que lhes parece agressiva e inconsequente.
O desgaste de ambos será, contudo, minimizado pela polémica exclusão, pela CNE, do MDM em quase ¾ dos círculos eleitorais.
Se antes disso fazia sentido discutir o possível fim da maioria absoluta da Frelimo, hoje discute-se se (sobretudo após uma também muito polémica actualização dos cadernos eleitorais) ela não conseguirá a maioria de 2/3 que lhe permitiria mudar sozinha a Constituição.»
(Paulo Granjo, em www.antropocoiso.blogspot.com)
Vigilância
Estamos a chegar ao momento da votação num processo eleitoral em que, claramente, houve quem quis ganhar antes mesmo de os eleitores depositarem o seu voto nas urnas.
Um processo em que, segundo variados órgãos de informação:
. Os prestigiados nomes dos independentes Salomão Moyana e Alice Mabota foram afastados do cargo de Presidente da CNE, em favor de João Leopoldo da Costa, militante activo da Frelimo;
.O Presidente da CNE passou a ter a categoria, e as regalias, de Ministro e os outros membros da CNE a de Vice-ministros;
. Foi nomeado para Presidente do Conselho Constitucional o Dr. Luis Mondlane, que recentemente participou na festa de aniversário do general Chipande, onde era tratado por “camarada”;
.Foi boicotada a entrada da dra. Isabel Rupia para o CC;
. O CC indicou os assessores jurídicos para a CNE;
. O CC eliminou da corrida eleitoral vários candidatos, invocando uma figura jurídica não existente na lei eleitoral, as “irregularidades insupríveis”;
.A CNE eliminou da corrida, total ou parcialmente, grande número de partidos, invocando também as “irregularidades insupríveis”, Nomeadamente, a falta de alguns documentos nos processos de candidatura. Posteriormente o MDM provou, com documentação convincente, que tinha entregue a documentação à CNE. Se os documentos desapareceram, isso aconteceu dentro da própria CNE;
. Os membros da CNE deveriam, por imperativo legal, ter-se demitido de outros empregos que tivessem. Ao que parece nenhum o fez, continuando a auferir os respectivos salários;
. Um partido, completamente desconhecido, que não tem sequer os estatutos publicados no Boletim da República, o PLD, foi aceite para concorrer em 10 círculos eleitorais. Recorde-se que a publicação em Boletim da República era um dos requisitos para aceitar qualquer candidatura;
. O Mesmo PLD recebeu uma notificação emitida pela CNE, dando-lhe o prazo de 5 dias para suprir irregularidades, com data de 1 de Setembro. Recorde-se que a CNE tinha publicado as listas definitivas 3 dias antes, a 28 de Agosto;
. O mesmo PLD supriu irregularidades substituindo candidatos sem documentos por outros com documentos. O PARENA tentou fazer o mesmo mas não foi autorizado;
. Não por coincidência, o símbolo do PLD é um peru. Claramente se pretende confundir o eleitor que queira votar em partidos com símbolos como a perdiz e o galo;
. O Presidente da UDM, José Viana, veio a público afirmar que a CNE forçou o seu partido a concorrer pelo círculo eleitoral de Sofala, quando ele pretendia concorrer a outros círculos. Não por acaso, o nome deste partido, UDM, confunde-se facilmente com o do MDM e Sofala é um dos bastiões desta última força política;
. Durante toda a campanha eleitoral a Frelimo usou e abusou dos meios estatais para fins eleitoralistas, o que é completamente ilegal. Vários órgãos de informação reportaram, repetidamente, o uso desses meios sem que nada tivesse sido feito para o evitar;
.Foi notória a parcialidade da Polícia, reprimindo os outros partidos mas nunca os abusos dos partidários da Frelimo;
.Foi notória a parcialidade dos órgãos de informação do sector público, quer no espaço concedido aos candidatos da Frelimo em relação aos da oposição, quer em relação aos conteúdos e qualidade técnica;
.O candidato do PIMO foi claramente comprado para dar o seu apoio à Frelimo.
Perante tudo isto, o processo está irremediavelmente conspurcado, mancha que se estenderá sobre os seus resultados, sejam eles quais forem.
Resta agora o processo de votação e da contagem dos votos.
Há que ter toda a atenção e vigilância para evitar novos casos como o do tristemente famoso sr. Albuquerque que, num dos anteriores processos, acrescentou centenas de votos, na verdade inexistentes, à Frelimo; ou como o caso de várias zonas de Tete onde os delegados da Renamo foram expulsos das assembleias de voto vindo as urnas a ser cheias de votos a favor da Frelimo, em vários casos ultrapassando muito o número dos votantes. Não esqueçamos que a actual lei diz que, quando isso acontece, esses votos são considerados válidos!
Vigilância, pois, nesta recta final do processo.
Porque, como nos tem sido dito repetidamente, neste período...
A Frelimo é que fez! A Frelimo é que faz!!!
Um processo em que, segundo variados órgãos de informação:
. Os prestigiados nomes dos independentes Salomão Moyana e Alice Mabota foram afastados do cargo de Presidente da CNE, em favor de João Leopoldo da Costa, militante activo da Frelimo;
.O Presidente da CNE passou a ter a categoria, e as regalias, de Ministro e os outros membros da CNE a de Vice-ministros;
. Foi nomeado para Presidente do Conselho Constitucional o Dr. Luis Mondlane, que recentemente participou na festa de aniversário do general Chipande, onde era tratado por “camarada”;
.Foi boicotada a entrada da dra. Isabel Rupia para o CC;
. O CC indicou os assessores jurídicos para a CNE;
. O CC eliminou da corrida eleitoral vários candidatos, invocando uma figura jurídica não existente na lei eleitoral, as “irregularidades insupríveis”;
.A CNE eliminou da corrida, total ou parcialmente, grande número de partidos, invocando também as “irregularidades insupríveis”, Nomeadamente, a falta de alguns documentos nos processos de candidatura. Posteriormente o MDM provou, com documentação convincente, que tinha entregue a documentação à CNE. Se os documentos desapareceram, isso aconteceu dentro da própria CNE;
. Os membros da CNE deveriam, por imperativo legal, ter-se demitido de outros empregos que tivessem. Ao que parece nenhum o fez, continuando a auferir os respectivos salários;
. Um partido, completamente desconhecido, que não tem sequer os estatutos publicados no Boletim da República, o PLD, foi aceite para concorrer em 10 círculos eleitorais. Recorde-se que a publicação em Boletim da República era um dos requisitos para aceitar qualquer candidatura;
. O Mesmo PLD recebeu uma notificação emitida pela CNE, dando-lhe o prazo de 5 dias para suprir irregularidades, com data de 1 de Setembro. Recorde-se que a CNE tinha publicado as listas definitivas 3 dias antes, a 28 de Agosto;
. O mesmo PLD supriu irregularidades substituindo candidatos sem documentos por outros com documentos. O PARENA tentou fazer o mesmo mas não foi autorizado;
. Não por coincidência, o símbolo do PLD é um peru. Claramente se pretende confundir o eleitor que queira votar em partidos com símbolos como a perdiz e o galo;
. O Presidente da UDM, José Viana, veio a público afirmar que a CNE forçou o seu partido a concorrer pelo círculo eleitoral de Sofala, quando ele pretendia concorrer a outros círculos. Não por acaso, o nome deste partido, UDM, confunde-se facilmente com o do MDM e Sofala é um dos bastiões desta última força política;
. Durante toda a campanha eleitoral a Frelimo usou e abusou dos meios estatais para fins eleitoralistas, o que é completamente ilegal. Vários órgãos de informação reportaram, repetidamente, o uso desses meios sem que nada tivesse sido feito para o evitar;
.Foi notória a parcialidade da Polícia, reprimindo os outros partidos mas nunca os abusos dos partidários da Frelimo;
.Foi notória a parcialidade dos órgãos de informação do sector público, quer no espaço concedido aos candidatos da Frelimo em relação aos da oposição, quer em relação aos conteúdos e qualidade técnica;
.O candidato do PIMO foi claramente comprado para dar o seu apoio à Frelimo.
Perante tudo isto, o processo está irremediavelmente conspurcado, mancha que se estenderá sobre os seus resultados, sejam eles quais forem.
Resta agora o processo de votação e da contagem dos votos.
Há que ter toda a atenção e vigilância para evitar novos casos como o do tristemente famoso sr. Albuquerque que, num dos anteriores processos, acrescentou centenas de votos, na verdade inexistentes, à Frelimo; ou como o caso de várias zonas de Tete onde os delegados da Renamo foram expulsos das assembleias de voto vindo as urnas a ser cheias de votos a favor da Frelimo, em vários casos ultrapassando muito o número dos votantes. Não esqueçamos que a actual lei diz que, quando isso acontece, esses votos são considerados válidos!
Vigilância, pois, nesta recta final do processo.
Porque, como nos tem sido dito repetidamente, neste período...
A Frelimo é que fez! A Frelimo é que faz!!!
(Machado da Graça, no SAVANA)
Saturday, 24 October 2009
Como alegrar o seu dia
Siga estes pequenos passos:
1. Criar um ficheiro qualquer (word, excel);
2. Guardá-lo com o nome "FRELIMO";
3. Enviá-lo para a reciclagem;
4. Clicar em "Esvaziar Reciclagem"
5. Aparece uma mensagem de confirmação no ecrã, com a seguinte pergunta:
"Deseja eliminar "FRELIMO"?"
6. Responder: "SIM".
7. Não serve de nada, mas alegra o dia... e até respiramos melhor!
1. Criar um ficheiro qualquer (word, excel);
2. Guardá-lo com o nome "FRELIMO";
3. Enviá-lo para a reciclagem;
4. Clicar em "Esvaziar Reciclagem"
5. Aparece uma mensagem de confirmação no ecrã, com a seguinte pergunta:
"Deseja eliminar "FRELIMO"?"
6. Responder: "SIM".
7. Não serve de nada, mas alegra o dia... e até respiramos melhor!
Friday, 23 October 2009
Janet Mondlane deve falar com a filha
Maputo (Canalmoz) – As declarações de Nyelete Mondlane, em Gurué, na Zambézia, após a passagem de Daviz Simango por aquele distrito, segundo as quais “Quem matou o meu pai foi Uria Simango” merecem um puxão de orelhas pela parte dos seus educadores. E não só: por todas as pessoas de bom senso.
Perene será sempre a infância de todos aqueles que têm, biológica ou em afecto, vínculos com quem (n) os criou.
Por isso é que Janet Mondlane deve falar com a sua filha – é verdade que ela já é adulta, e goza da prerrogativa de responder pelos seus actos, sejam lúcidos ou imbecis – sob pena, da educação que ela recebeu e transmitiu aos filhos, cair sobre no esgoto da hipocrisia.
Assim sendo, Janet articulando com a filha, salvaria os mais incautos de duvidarem do sistema de educação do ensino americano, onde ela (Janet) cresceu e estudou e lá conheceu o Drº. Eduardo Mondlane, com quem constituiu família.
No dia 3 de Fevereiro de 2006, na praça dos heróis, tive a oportunidade de entrevistar Janet Mondlane, sobre a morte do marido, onde em serviço, ela ajudou a esclarecer o vasto público do Canal de Moçambique sobre alguns factos escamoteados, pelos “estóriadores oficiais” do regime monolítico e totalitário da Frelimo, à cerca do lugar onde teria tombado Mondlane.
“Eu estava na Suiça e só soube do crime à noite”, disse-me então Janet Mondlane, tendo acrescentando que “naqueles dias a minha preocupação eram os meus filhos”.
A viúva do “arquitecto da unidade nacional” diria ainda que só chegaria a Dar es Salaam, no dia 5 de Fevereiro, portanto, dois dias depois do marido ter sucumbindo em casa da secretária no Instituto Moçambicano.
Ah! Janet disse-me mais: disse-me que era na casa da sua secretária que o seu marido, Eduardo Mondlane “ia passar os seus momentos de laser!”.
Só Janet sabe o que lhe veio a alma quando perdeu o marido e pai dos seus filhos que ela criou com suor, sacrifício e paciência e já lhe deram netos.
Espero, sinceramente, que Janet Mondlane seja honesta, como ela o foi na entrevista que concedeu a jornalista Rosa Langa, no livro «Moçambique, mulheres e vida» ao revelar um outro segredo da “luta armada”, à cerca do romance de Josina Muthemba e Samora Machel: “…aquele assunto deu muita polémica porque antes a Josina tinha sido namorada de (Filipe) Samuel Magaia, assassinado, e Samora tinha sido acusado de ter ficado com a posição de Filipe como Comandante e de tirar também a mulher do outro.”
Por favor senhora Janet fale com a sua filha.
Diga-lhe (de mãe para filha) que é legítimo que ela queira ser “legítima” representante do povo da Zambézia na Assembleia da República, mas que não precisa jogar tão baixo para o tentar. Até breve.
(Luís Nhachote, CANALMOZ, 23/10/09)
MDM quer acabar com mordomias dos dirigentes
Campanha em Maputo
Maputo (Canalmoz) – No prosseguimento da campanha eleitoral, isso quando estamos na sua derradeira fase, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), partido liderado por Daviz Simango, escalou esta quinta-feira o populoso bairro da Malhangalene, onde na sua habitual estratégia de contacto interpessoal e campanha porta-a-porta, prometeu pôr fim as “mordomias desnecessárias” dos dirigentes, e servir afincadamente o povo.
Para os membros e simpatizantes daquela formação política, todos os moçambicanos, quer os moradores da zona urbana, assim como dos subúrbios merecem tratamento igual, pois todos pagam impostos “o que pressupõe que o dinheiro dos impostos deve reverter-se na criação de melhores condições de vida para os contribuintes, e não para sustentar mordomias dos dirigentes”.
Segundo o delegado daquela formação política, a nível da cidade de Maputo, Agostinho Macuácua, caso Daviz Simango e MDM vençam as eleições de 28 de Outubro próximo, a pobreza absoluta, a corrupção e outros males que assolam a população moçambicana serão combatidos com acções e o povo vai testemunhar. “O povo está cansado de sofrer. Todos dias fala-se do combate a pobreza absoluta, mas, na verdade, há cada vez mais moçambicanos que estão desprovidos de quaisquer meios para sobreviver” disse aquele delegado político.
Macuácua acrescentou que “actualmente nos bairros suburbanos não existem locais de diversão, daí que a juventude fica entregue a diversos vícios. O povo do subúrbio, também merece ter parques e outras infra-estruturas. Somente o MDM e Daviz Simango podem garantir assistência condigna sem selecção”
Em contacto com os moradores daquele bairro, os membros do MDM prometeram igualmente, reformas profundas no sistema da saúde, alargamento da rede escolar, e explicaram que caso aquele partido vença, haverá mudanças de fundo na estrutura urbana daquele bairro, cujo sistema de drenagem está carecendo de profundas reformas. Partindo destes pressupostos, os membros do «Galo» pediram aos moradores daquele bairro a votar em Daviz Simango e no seu partido, de modo que esses e outros problemas sejam resolvidos.
Refira-se que no dia anterior, o partido do «Galo» escalou o bairro de Chamanculo e Hulene. Nos contactos interpessoais prometeu à juventude um futuro diferente. Disseram que “a juventude não pode estar votada ao esquecimento num país onde esta corresponde ao grosso da população”. Já no mercado para além do contacto com os vendedores ordenados, o MDM pediu voto aos vendedores que desenvolvem suas actividades nas bermas da estrada, com a promessa de os arranjar um local condigno.
(Matias Guente, CANALMOZ, 23/10/09)
Para onde nos querem levar?
No seguimento do nosso trabalho da semana passada, a propósito das empresas seleccionadas para fornecer o material eleitoral, quisemos saber mais sobre a Lab Soft, Lda.
Assim, um dos nossos repórteres dirigiu-se à Conservatória de Registo das Entidades Legais para proceder à reserva do nome, processo de rotina para quem pretende registar uma empresa. Este procedimento serve para evitar a duplicação de nomes por mais do que uma entidade. Não havendo nenhuma outra entidade registada com esse nome, a Conservatória passa uma Certidão de Reserva de Nome, aquilo que comunalmente se chama “Certidão Negativa”, com uma validade de noventa dias.
É o que o nosso repórter conseguiu obter ao pretender reservar o nome da Lab Soft, Lda. Obteve uma Certidão de Reserva de Nome, válida até ao dia 19 de Janeiro de 2010. Moral da história: Esta empresa não existe. Mesmo assim, nos registos da Comissão Nacional de Eleições (CNE), e por aquilo que esta instituição veio a público dizer, consta que a Lab Soft, Lda, foi a “empresa” seleccionada para fornecer material para a gestão do actual processo eleitoral, incluindo o Software para a contagem dos votos. Incrédulo, não é?
Uma empresa fantasma a ganhar um concurso dúbio para o fornecimento de material para a gestão de um processo tão complexo e sensível como é a escolha de órgãos de soberania. Se nãopodemos chamar a isto um crime, na versão menos gravosa é uma brincadeira de mau gosto.
Já nos referimos anteriormente à amnésia de que sofre a CNCE quando se trata de interpretar e aplicar a lei. Este é um exemplo clássico dessa amnésia. Uma amnésia que não se trata apenas de uma patologia, mas que carrega em si todo o potencial para incendiar este país. Não se pode brincar desta maneira com a única decisão soberana que individualmente as pessoas têm de decidir sobre quem querem que as governe.
Ao que tudo indica, parece haver um grupo de indivíduos que viram no processo eleitoral uma oportunidade de fazer dinheiro, sem se acautelarem das consequências que tal acção pode provocar para o país.
Tendo lidado com instituições do Estado e seguido todos os procedimentos oficiais, não temos qualquer razão para duvidar da legitimidade e veracidade dos dados que temos em nossa posse, pelo que até prova em contrário, devidamente documentada, a Lab Soft, Lda não existe. Também não tem registo como contribuinte, pelo que indubitavelmente nem sequer pagará impostos ao Tesouro pelo fabuloso lucro que irá colher numa transacção envolvendo o mesmo Estado que de forma draconiana tem andado a mover uma perseguição sem tréguas a empresas legítimas, legalmente constituídas, empregadoras de dezenas, centenas ou milhares de moçambicanos, e que se esforçam por cumprir escrupulosamente com as suas obrigações fiscais.
Já ouvimos várias histórias de viciação de concursos públicos para beneficiar um pequeno grupo de ricos e corruptos insaciáveis ligados ao poder político, mas nada alguma vez nos havia preparado para este tipo de fraude, à luz do dia.
Esta viciação é mais grave porque envolve eleições. Mas na generalidade a viciação de concursos públicos é nociva à economia, uma vez que distorce as regras do mercado, cria frustração junto de operadores económicos honestos, e elimina o espírito de competitividade que torna a economia de qualquer país dinâmica e pujante.
(Editorial do SAVANA, citado em http://www.oficinadesociologia.blogspot.com)
SAVANA
ULTIMA
A hora do fecho
Os escribas de serviço da “Casa Branca”não ajudam o partido quando rotulam de anti-frelimistas todos aqueles que criticam a forma como a CNE está a gerir este processo eleitoral. A lógica desse tipo de pensamento é de que a CNE está a fazer tudo para favorecer o partido, e consequentemente os anti-frelimistas não gostam. É o lambebotismo na sua mais alta expressão.
Um leitor ligou-nos esta terça-feira para dizer que todas as instituições do Estado em Marracuene estavam encerradas naquele dia por causa de uma reunião da Frelimo. De facto eles é que fizeram, eles é que fazem, eles é que farão. Eles fazem-nos mesmo sofrer.
Falando de instituições do Estado paralisadas pela campanha dos fazedores. Um grupo de jornalistas estrangeiros esteve no país muito recentemente. O seu objectivo era visitar projectos financiados pelo seu governo, numa tentativa de contrariar o sentimento negativo que reina entre o seu público sobre a ajuda ao desenvolvimento. Na Zambézia, numa escola beneficiária desse projecto, não encontraram nem alunos nem professores, porque estes últimos estavam envolvidos na campanha da Freli. Como os tipos são bons a dar tiros nos seus próprios pés!
O boletim sobre o processo político em Moçambique estima que a campanha do Cachimbo esteja a gastar cerca de 27 milhões de meticais em aluguer de helicópteros, mais de metade do financiamento do Estado para a campanha eleitoral. Crise? Mas qual crise…
O político do turbante e das capulanas de cores vistosas foi nomeado chefe de uma delegação especial, que irá trabalhar nas províncias do norte do país, para persuadir os cidadãos muçulmanos daquela região a votarem na Frelimo e em Guebuza. Comer maçaroca e tocar batuque como anima.
Finalmente o sonho de levar o carvão dos brazucas via Nacala verá a luz do dia esta sexta-feira. Roger Agnell voo de propósito para Nampula. Jovem tigre esfrega as mãos e a frel juntou útil ao agradável.
Nyeleti Mondlane, uma das filhas de Eduardo Mondlane, apareceu na Zambézia a afirmar que Uria Simango foi quem matou o pai. Tudo aconteceu após Daviz Simango ter passado por aquelas bandas também em campanha eleitoral. É o vale tudo, até tirar o olho.
Em voz baixa
A campanha de perseguição aos observadores do Velho Continente está ao rubro. As más-línguas dizem que o objectivo em colocá-los na defensiva e desacreditar qualquer relatório embaraçoso.