Wednesday, 1 July 2009

Frelimo recua e já diz que não quer ganhar tudo

Maputo (Canal de Moçambique) – O Secretário para a Mobilização e Propaganda do Comité Central da Frelimo, Edson Macuácua, recusou que o seu partido, no poder há 34 anos, esteja interessado em conquistar a totalidade dos assentos no Parlamento e nas Assembleias Provinciais, nas próximas eleições agendadas para o próximo dia 28 de Outubro.
Macuácua reagia aos constantes ditos protagonizados por camaradas seus do partido que várias vezes, publicamente, defendem que a Frelimo tem como objectivo ganhar a 100%, ou seja, as presidenciais, todos os assentos na AR e todos os assentos nas assembleias provinciais.
Edson Macuácua disse que o partido Frelimo “não alinha” com os discursos dos seus membros, deputados na Assembleia a República e simpatizantes, segundo os quais “na próxima legislatura os deputados da Frelimo querem ocupar todos os 250 assentos parlamentares”.
O porta-voz da Frelimo fez estes pronunciamentos quando confrontado pelo «Canal de Moçambique» para explicar as verdadeiras metas estabelecidas pelo partido dos camaradas para as próximas eleições.
“Estes discursos, (de que a Frelimo quer ganhar tudo) ignoro-os por completo. O discurso que conheço é de que todos os deputados, aliás, todos os membros da Frelimo estão a trabalhar afincadamente para obter uma vitória retumbante. A meta é uma vitória retumbante. É uma vitória expressiva. É conquistar a maioria e não a totalidade”, disse Edson Macuácua distanciando-se dos discursos que têm sido repetidos por membros do seu partido e até por ele próprio – no meio de euforia – de que nas próximas eleições a Frelimo quer ganhar tudo e eliminar a oposição.

Não queremos reimplantar o monopartidarismo

Edson Macuácua negou ainda que os discursos proferidos por membros do partido Frelimo, segundo os quais “a Frelimo é o único partido legítimo representante dos moçambicanos”, sejam manifestações de desejo de retorno ao monopartidarismo que este mesmo partido implantou no país após a Independência em 1975, e que só viria a ser desmontado em 1992 após uma guerra civil que durou 16 anos.
“Nós não queremos em nenhum momento reimplantar o sistema monopartidário. O multipartidarismo tem valor e dignidade constitucional para a Frelimo. A democracia multipartidária é irreversível”, disse o propagandista-mor da Frelimo quando confrontado com os discursos apelativos de poder total, proferidos por membros do seu partido.

( Borges Nhanmirre, Canal de Moçambique, 01/07/09 )

NOTA: Depois do discurso triunfalista e arrogante, a Frelimo procura agora ser mais realista, deve ter percebido que o Povo jamais aceitará o regresso ao monopartidarismo.

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