Thursday, 11 December 2008

PM sem postura de Estado

No dia 03 de Dezembro corrente, o Governo foi à Assembleia da República, AR, para uma sessão de perguntas das bancadas. O presidente do Parlamento, Eduardo Mulémbwè, convidou a Primeira-ministra, PM, Luísa Diogo, para fazer a introdução antes dos ministros visados responderem as questões colocadas, saltou à vista a atitude de Diogo quando saudou, com ironia, o retorno dos parlamentares que se tinham despedidos com os olhos postos nas autarquias. O tal pronunciamento sarcástico era para os deputados da Renamo que perderam, de forma estrondosa, em quase todos os 41 municípios e a Renamo foi derrotada em todas 43 assembleias.
Sempre que Diogo se faz à AR, é notória a maneira como se enrola com a oposição, por questões de importância menor. O público assiste um espectáculo gratuito, inoportuno, deselegante e evitável entre a PM e deputados da Renamo-União Eleitoral. Diogo tem uma inclinação particular para se meter em zaragatas, batendo com a testa bem no fundo, para jogar baixo. Não tem postura de estado e digna do cargo que ocupa. Isso é notório e público para quem anda atento. Em todas as ocasiões que vai ao Parlamento, enrola-se com deputados da oposição, personalizando, sem vergonha, os ataques e enviando recados para cada deputado que lhe tenha atravessado o caminho.
Diogo não responde, com cortesia, à oposição. Não vê os parlamentares da Renamo como representantes do povo. Não se lembra que os deputados da oposição foram tão eleitos pelo povo quanto aqueles que lhe servem de amortecedores das suas brincadeiras. Na AR todos os deputados são iguais. Não há deputados de maior valor e outros de estatura política insignificante. Os ministros que têm o hábito de insultar deputados, com grande destaque para Luísa Diogo e José Pacheco, ministro do Interior, deveriam melhorar as suas respostas, ao invés de perderem tempo em alistar e devolver alistar insultos aos deputados.
Intervindo na sessão de perguntas ao Governo, o deputado e advogado Máximo Dias descreveu, de modo inteligente, a PM, nos termos seguintes : uma primeira-ministra que o povo não queria e o governo não desejaria. De facto, ela representa mal o Governo e envergonha o povo porque não como se comporta à altura das suas responsabilidades públicas. Não é humilde nem sabe respeitar o próximo. Não perde ocasião para fabricar adversários. Diogo é responsável pela imagem de má qualidade do Governo. Antes de começar com o seu habitual espectáculo, Diogo po-deria solicitar a retirada dos órgãos de comunicação social para poupar o povo do vergonhoso espectáculo.Querendo, Diogo pode pedir sua retirada do Governo, para, exclusivamente, se ombrear com deputados da Renamo, numa singular sinergia de troca de insultos. É tempo para se perguntar se é este tipo de governantes que o País precisa. O Governo não vai à AR para fazer política. É chamado para, só, responder as perguntas dos deputados. Até quando o Presidente da República, Armando Guebuza se vai deixar acompanhar de gente nefasta?


( Edwin Hounnou, em A Tribuna Fax, com data de 08/12/08 )

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